Um novo desafio

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Caitlyn

Eu estava patrulhando naquela manhã, quando convocaram uma reunião urgente de última hora com todos os oficiais e defensores.
Todos foram direcionados para o pátio principal do Quartel.
Antes do Xerife chegar, haviam rodinhas de conversas e murmúrios por todos os lados, eu me encontrava parada com o único amigo que tinha ali dentro, Ezreal, o loiro trabalha nos territórios inimigos investigando tudo o que conseguia por lá, um grande explorador, talvez o melhor entre todos daqui.

Os Defensores acreditavam que era algo relacionado há Zaun, enquanto a maioria dos Oficiais, não parecia ligar muito para o que viria, eu me enquadrava entre Defensores, éramos policiais com tarefas distintas dos Oficiais, todo nosso trabalho era fardado, enquanto os oficiais eram mais como investigadores disfarçados, nenhum deles tinha vestimenta específica, eles trabalhavam mais infiltrados e investigando de perto, Ez era um deles, mas o único com a patente de explorador sênior.

Nós, Defensores, fazíamos apreensões perseguições e coisas do gênero, mas quase sempre trabalhávamos como uma equipe mista.

Faziam mais de quatro semanas que os casos em Zaun não mudavam; explosões, invasões, barões da química, e lunáticos destruindo as coisas e criando criaturas. Infelizmente as mortes e desordem não parecia importar tanto para o Xerife e o Conselho de Piltover.
-Bom dia!

A voz do Xerife se fez presente e um silêncio enorme inundou o local, seus passos foram ouvidos enquanto todos o encaravam, ele subiu no palanque e suspirou, o clima estava tenso.
Como suspeitava Ezreal, a preocupação central do Xerife que fazia o discurso naquele momento, não era Zaun e a exploração, era a visita dos Noxianos, uma falta de consideração com o próprio povo.

-Fala sério? Xerife; isso não é mais importante do que os problemas internos!

Revirei meus olhos, aquela frase veio da Oficial mais esquentada e irritada que todos conheciam, Violet, a oficial Vi era um grande problema as vezes, mas tenho que concordar com ela dessa vez, ela não costuma acertar com as palavras, só com as mãos.

-Agradeço seu posicionamento Oficial, mas não está em posição de decidir o que é ou não mais importante.

Algumas pessoas riram e ela suspirou, seu perfil esquentado pareceu não tomar conta de si, seus braços se cruzaram e ela se encostou na parede ao lado de suas manoplas que estavam no chão.

-Silêncio!

O Xerife pediu devido as risadas no local, Vi tinha um sério problema, ela era uma Zaunita, por isso qualquer palavra sobre Zaun vinda dela era negligenciada.

-Senhor... -Ele voltou seus olhos para mim, eu não acredito que estou fazendo isso -Acredito que a Oficial Violet, tenha fortes razões para crer que a situação em Zaun não é das melhores...-Observei as expressões surpresas ao meu redor, ninguém acreditou no que ouviu, nem mesmo eu acredito! -Todos sabemos que Vi é uma Zaunita...Já viu coisas que não vimos.

-A sua colocação é valida Caitlyn, mas os Noxianos tem um histórico de guerra que pode prejudicar Piltover, devem ser nossa prioridade.

-Sim, mas organizar uma força tarefa com alguns defensores e oficiais em Zaun pode ser uma boa escolha, para abaixar a poeira...

-Já que está tão preocupada com o lado baixo Senhorita Kiramman...-O Xerife encarou-me nos olhos, eu costumo me arrepender quando ele me olha assim. -Você será a Defensora no caso dos barões da química em Zaun.

Meus olhos se arregalaram, aquilo estava bom demais para ser verdade, concluir um caso como esse poderia me tornar a próxima Xerife, e era exatamente isso que eu tinha em mente.

-Não irei decepcionar!

-Vi... -Violet levou seus olhos para o Xerife, ela continuava com os braços cruzados. -Você detém um conhecimento territorial, irá fazer parte da investigação com a Senhorita Kiramman.

É realmente...estava bom demais pra ser verdade!

Eu não prestei atenção em nada que veio depois daquele tapa na cara, era um caso sensacional, e eu seria obrigada a soluciona-lo com a Oficial mais insuportável daquele Quartel.

-Dispensados!

O Xerife se foi e eu respirei fundo, Ezreal segurava sua risada enquanto caminhávamos para sair do pátio, todos já imaginavam que aquilo não tinha a menor chance de funcionar, o loiro enfim foi capaz de opinar:

-Acho que isso foi ruim.

-Foi péssimo!

-Imaginei que você ficaria assim, depois daquele dia no refeitório, não dá pra esperar muito de vocês no mesmo ambiente.

Revirei meus olhos e caminhei pisando firmemente, eu estava irritada, mas não deixaria isso tão explícito.

-Aquilo foi só um desentendimento!

-A, claro, um desentendimento do tipo que aponta a arma pras pessoas?

-Assim parece até que eu atirei!

-AÍ!

Parei de caminhar ao ouvir a voz feminina me chamar, Ezreal deu um leve tchau com a mão e desceu as escadas saindo do Quartel, respirei fundo e me virei para trás, e ali estava, Vi caminhando em minha direção, eu não estava nenhum pouco afim de trabalhar com ela.

-Violet.

-Corta essa. -Vi colocou as mãos nos bolsos da jaqueta vermelha. -Me chama de Vi.

-Bom...O que foi?

-Vamos trabalhar juntas, esqueceu?

-Adoraria esquecer.

-Eu também não pedi para trabalhar com você, Senhorita Realeza.

Aquele tom irônico me deixava maluca, se eu pudesse daria um soco na cara dela, mas eu não posso, e não conseguiria, então eu vou ter que suportar essa baixinha achando que é a última bolacha do pacote até que o caso seja encerrado.

-Então...Vi, o que você sugere que façamos?

-Você fala complicado demais! -Vi suspirou e torceu seus lábios. -Primeiro que não dá pra andar em Zaun com essa roupa aí, você vai chamar muito atenção.

-E você não chama?

-Eu... -Ela fez uma expressão confusa, até parece que ela é um rosto comum em cada esquina-Não estou uniformizada.

Arregalei meus olhos, ela falava do uniforme enquanto eu falei de sua aparência, isso poderia pegar muito mal, pareceria que eu sou mais uma idiota julgando as vestes dela.

-Não falei no sentido que você pensou.

-A...Mas eu nem disse em qual sentido pensei.

É melhor eu calar a boca, apesar dessa cara indecifrável que ela está fazendo eu realmente prefiro não dizer mais nada.

-Olha, podemos começar amanhã com a missão?!

-Por mim seria agora, o horário de almoço vai ser já já e...

-Eu tenho um compromisso, estou de folga depois do almoço.

Vi confirmou e caminhamos para a saída, ela era realmente menor do que eu, assim que ela estendeu a mão para abrir a maçaneta, a porta abriu, demos de cara com Jayce, ele era um grande amigo meu, o mesmo segurava um buquê de flores brancas ele entregou para mim, Jayce era um amigo muito atencioso, eu não disse nada ao pegar o buquê, Vi deu um sorriso ladino.

-Divirta-se com o engomadinho.

Vi passou por ele e no mesmo momento eu suspirei pesadamente.

-Vamos almoçar onde? -O questionamento dele era feito para nada, sempre acabávamos no mesmo lugar.

-Qualquer lugar longe dessa mulher.

Encarei Vi se distanciar caminhando pela calçada.

Opostos ComplementaresOnde histórias criam vida. Descubra agora