Diálogo

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Vi

  Eu estava no hospital, sentada na beira da cama, minha mão correu sobre a do Ezreal lentamente, eu sentia saudades dele, eu encarei o rapaz e corri a mão sobre os fios loiros dando as costas para ele, no momento em que eu o fiz senti sua mão segurar meu pulso, eu arregalei meus olhos e o encarei sobre o ombro, seus olhos agora estavam azuis, normais, ele entreabriu a boca.

-Vi....

  Eu me soltei dele e corri para a porta, abri a porta e coloquei a cabeça no lado de fora do quarto.

-Ele acordou! -Eu falei alto e o médico que estava no corredor correu para vê-lo, eu quis chorar de alegria mas me contive, eu me sentei ao lado da cama e o médico primeiro mandou alimentarem ele e coletarem o sangue, todo o processo de testar seus reflexos e tudo o que tinham de fazer, durou cerca de três horas, eu estava feliz, quando todos finalmente deixaram o quarto ele me encarou.

-Por quanto tempo eu dormi?

-Por um ano e alguns meses.

  Ele arregalou seus olhos e eu me aproximei dele o abraçando, ele sorriu levemente e me abraçou de volta, ele falou baixo:

-Obrigado por estar aqui.

-Que isso, eu vim todo dia.

  Ele riu baixo e tossiu um pouco, o rapaz encarou o teto, parecia que estava raciocinando.

-A Caitlyn?

-Ela é Xerife agora, seu cargo está garantido.

  Ele riu baixo eu me levantei assim que o horário de visita acabou, eu baguncei os cabelos dele, ele sorriu ladino e ergueu uma sobrancelha.

-Além de Xerife...Ela é sua namorada?

  Eu arregalei meus olhos corando, e me lembrei que ele viu um contato nosso antes da missão acontecer.

-A, isso...Bom, aconteceu muita coisa, a gente não namora.

-Deveriam, vocês combinam, a dama e a vagabunda...Parece filme.

-Você acabou de acordar volta a dormir pra por a mente no lugar.

  Eu o empurrei pelo ombro o derrubando deitado, ele gargalhou e fez um tchau com a mão quando eu abri a porta e sai, eu estava tão feliz que poderia ir correndo falar pra Caitlyn e para os pais dela, e por mais que fosse estranho, foi isso que eu fiz, quando eu cheguei na casa dela eu toquei a campainha, a porta se abriu e Tobias me encarou fazendo um gesto para que eu entrasse, eu abri o portão entrando e fui até ele, ele olhou para trás de mim e franziu o cenho ao notar que eu estava só:

-Achei que estava com Cait.

-A...Não, eu tenho uma notícia.

  Cassandra apareceu ao lado do homem e eu coloquei as mãos no bolso.

-O Ezreal acordou.

-Agora sim!

  Eu arregalei meus olhos e Jayce apareceu do além, ele me encarou e sorriu, ele abraçou Tobias pelo ombro e o balançou.

-Bora pro hospital!

  Ele pareceu feliz e Tobias o acompanhou, ambos entraram no carro e partiram, eu encarei a mulher e dei de ombros pronta para ir embora.

-Dona, tenha uma boa noite.

Eu virei as costas e quando fui descer as escadas ela segurou meu ombro, mas a Caitlyn é realmente filha dessa mulher em.

-Podemos conversar?

Eu engoli a seco e me virei para ela confirmando com a cabeça, poxa dona, essas horas? Deve ser sobre a sala da Caitlyn.

-Entre.

  Ela me deu passagem e eu entrei, eu me sentei no sofá, a mulher fechou a porta gigantesca e veio até mim lentamente, ela se sentou ao meu lado me encarando.

-Você tem algo pra me contar?

  Eu desviei o olhar algumas vezes, que droga, eu não faço ideia do que dizer ou fazer, talvez bancar a sonsa seja o mais correto.

-A...Mas foi você quem me chamou pra conversar.

  Ela riu da minha colocação, a mulher cruzou suas pernas afirmando com toda a calma do mundo:

-Violet, não nasci ontem.

-Eu sei Dona... É que, eu não sei do que você tá falando.

-Humm...Estou falando da Caitlyn.

-Á, a Caitlyn...Eu não sei aonde ela tá não.

  Ela ergueu uma sobrancelha deixando claro que meu papo furado não interessava pra ela e não enganava ela.

-O que aconteceu naquela sala mais cedo?

-Á...Isso...É...Bom...Eu...Estávamos conversando.

-Com a porta trancada?

-Era, um assunto, delicado.

-Entendi, delicado...

-Isso.

-E esse assunto delicado tem algo a ver com a  mancha vermelha no pescoço da Caitlyn?

  Eu arregalei levemente meus olhos e ela riu com a expressão que eu fiz, obviamente isso é desconfortável para mim e me deixa sem jeito, tipo, a mãe da Caitlyn que até ontem me odiava estava me interrogando no sentido:

"Eai vocês estão se pegando ou não?"

  Eu fiquei em completo silêncio e ela compreendeu que eu não diria nada.

-Bom, esse tipo de conversa, significa alguma coisa pra você?

-A...Desculpa eu não sei aonde você quer chegar.

-Você e a minha filha são amigas?

-Sim!

-Humm...E são amigas?

-Sim...

  Eu tentei não parecer incerta na voz mas eu estava tão nervosa com esse papo do nada que eu não senti tanta firmeza em minha própria voz.

-Então tá.

-A...A Caitlyn, hum...Ela, está com a Riven?

  Cassandra confirmou e eu me levantei suspirando.

-Eu vou indo.

  Eu caminhei para a porta e Cassandra falou comigo antes que eu fosse embora.

-Volte sempre.

  Eu franzi o cenho confusa e abri a porta saindo do local.

  Caitlyn

  Eu cheguei em casa por volta das nove, estava exausta e totalmente cansada, Riven me acompanhou o caminho todo, eu havia dito para minha mãe que iria deixar ela em casa, e minha mãe disse que não haveria problemas desde que eu deixasse ela algemada durante a noite, e eu concordei com isso.

  Assim que eu abri a porta da casa minha mãe me encarou.

-Boa noite garotas.

-Boa noite mãe.

-Boa noite.

Ela encarou Riven de cima para baixo e depois de baixo para cima, nós subimos para o quarto e Riven arregalou seus olhos quando eu abri a porta.

-Caralho Xerife...Que isso.

  Eu fiquei calada e só dei de ombros, eu entreguei uma toalha para ela e uma camisa grande.

-Tome um banho eu vou pegar algo para comer.

  Ela confirmou e eu a guiei para o banheiro, eu desci as escadas novamente, quando passei pela sala indo para a cozinha ouvi minha mãe me chamar.

-Caitlyn! -Eu voltei para a sala a encarando. -Sem ofensas, eu prefiro a Vi.

Eu arregalei meus olhos.

-Que isso mãe?

-Só estou dando minha opinião...

Opostos ComplementaresOnde histórias criam vida. Descubra agora