Marcas da Vida

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Vi

Meu rosto ainda estava meio dolorido, caralho, Caitlyn deve nutrir muita raiva de mim, não é possível, ela me deu um tapa tão forte que eu quase me perdi no assovio do ouvido, isso que somente um dedo bateu sobre ele, imagina se fosse o tapa todo!

Eu corri a mão pela bochecha massageando-a, estava sentada em minha mesa, logo após a advertência.

-Está bem vermelho.

Ezreal se pronunciou segurando o riso, eu fiz um leve bico e ele gargalhou.

-Acho que ela descontou toda raiva em mim.

-Que bom que não fui eu.

-Que amigo você em!

Ele sorriu e eu me levantei, sabia que ele iria para Demacia, entreguei o rádio em sua mão e suspirei, não havia ninguém além de nós dois na sala, ele era como um irmão para mim, sempre que ia, era como se parte de mim fosse com ele.

-Fique bem Violet.

-Pode deixar, se cuide.

Ele me abraçou e eu fiz o mesmo, cá estava de saída, o único amigo em Piltover que eu tenho, sorri levemente e ele sussurrou.

-Cuida da Cait.

-Fala pra ela que vou dar um jeito de ver ela hoje depois do trabalho.

Ele se soltou de mim, confirmou com a cabeça, saiu do local, eu sei que levará meses para que o veja novamente.

Esse seria praticamente meu momento mais difícil do dia, não tinha como piorar eu seria responsável por todo o acompanhamento da minha irmã em relação a escoltas de aguamansa para tratamentos psicológicos, desse jeito quem vai precisar de um tratamento psicológico sou eu!

Após meu horário eu fui para casa, tomei um banho, e me vesti indo para a casa da Dama que deu um tapa em mim.

Eu entrei no bairro nobre de Piltover e alguns dos riquinhos me encaravam com sérias suspeitas, eu pareço uma trombadinha por acaso?

Não demorou muito e eu estava em frente ao portão da Kirmman, se eu tocasse a campainha o pai dela poderia atender, e seria tranquilo porém vergonhoso, ou sua mãe e eu levaria tiros, então eu optei por pular o portão e me esgueirar entre as plantas até a janela, essa hipótese com certeza me renderia tiros se a Senhora Kirmman visse, não foi muito difícil subir pela lateral da parede, haviam ótimos espaços para os pés.

A janela fechada abriu com um simples empurrar, eu suspirei, não imaginei que isso ocorreria fácil assim, pelo visto um bandido habilidoso pode facilmente roubar a família Kirmman.

Eu entrei no quarto e meus olhos não encontraram ela, eu pude ouvir o chuveiro ligado e suspirei levemente me sentando em sua cama, ao lado de suas roupas, eu encarei as vestes e ergui uma sobrancelha.

Aquele tecido parecia leve e confortável, eu não toquei em nada, apenas fiquei parada sentada, balançava os pés que não tocavam o chão e encarava as mãos calejadas, a maior parte do tempo elas não respiravam como agora, e eram calejadas pelas lutas de sempre, repletas de cicatrizes e de alguns hematomas atuais, meus polegares corriam sobre o tecido macio que cobria a cama em um lençol levinho e cheiroso, em um tom bordô.

Ouvi a porta se abrir e encarei a imagem da mulher que saia do banheiro, caralho, que mulher! Eu deveria torcer pra essa toalha cair?

Ela me questionou sobre minha presença e eu apontei para a janela, meus olhos não desviaram dela em momento algum, ela pareceu se perder, talvez seja...vergonha? Eu ergui uma sobrancelha e sorri ladino, quando me aproximei com as roupas dela, ela as tirou de mim, pareceu sem jeito com o questionamento sobre o Baby doll, na verdade é algo extremamente sexy e sensual na minha opinião.

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