Desejo de Ascensão

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Caitlyn

  Foi cansativo reelaborar todo o esquema de antes, Vi estava visivelmente cansada, eu não queria tocar no assunto sobre sua irmã, mas eu iria.

-Você está bem sabendo que vai acompanhar sua irmã?

-Não gostei disso, mas... -Suspirou fundo e seu polegar correu na mesa lentamente. -É a única coisa que posso fazer por ela agora, eu já fui incapaz de tanta coisa...

-Você não tem culpa, estava presa.

  Ela deu um sorriso fraco e eu suspirei, aquela situação toda parecia complicada para ela, e imagino que seja difícil demais, ver sua irmã mudar da noite pro dia e jogar a culpa de seus atos na sua ausência que sequer foi opção sua.

-Sei que a culpa não é minha, mas tem um peso, não sei explicar.

  Eu abaixei meu olhar e Vi me entregou a ponta da linha de lã vermelha para ligar na última tarraxa do quadro.

   Eu o fiz e para descontrair o clima eu me levantei e sai do quarto dizendo que traria comida, eu desci as escadas, e assim que cheguei na cozinha minha mãe me sorriu, ela havia chegado cedo, o sol estava se pondo ainda.

-Como foi o trabalho hoje?

-Foi bem.

  Eu peguei a bandeja e comecei a colocar alguns alimentos sobre ela, minha mãe estava de costas para mim, mexia na cafeteira sobre o balcão, peguei um cacho pequeno de uvas, alguns Cupcakes e alguns croissant's.

  Coloquei disfarçadamente dois copos com café sobre a bandeja e subi as escadas, eu suspirei aliviada ao chegar em minha porta e abrir.

  Vi continuava na escrivaninha lendo as anotações com o rosto apoiado sobre sua mão, seus olhos cinzas pareciam presos na leitura, ela me encarou e sorriu levemente, me aproximei dela colocando a bandeja sobre a mesa e ela deu um riso leve.

-Banquete da tarde?

-Não diria que é um banquete, só que eu sei que você come bastante.

Ela corou e eu ri, pelo visto alguém sente vergonha do próprio estômago, eu sorri levemente e peguei uma uva comendo, empurrei a bandeja aproximando mais dela, eu encarei o esquema e perguntei:

-Amanhã vamos pra onde?

-Aqui... -Ela apontou para um local no mapa de Zaun que tínhamos, eu franzi o cenho, sei lá eu o que é isso, Vi pegou o café e antes de beber ela concluiu. -Conseguir informações é fácil nesse lugar, algumas coisas ficam expostas, é só se misturar.

-E o que é esse lugar? -Levei o café aos lábios com tranquilidade.

-É um puteiro.

  Ela falou com calma enquanto bebia o líquido quente, eu engasguei no mesmo momento, Violet estava planejando entrar em um bordel para conseguir informações sobre barões? É sério isso? Ela me encarou com uma expressão duvidosa, assim que eu consegui me recuperar eu a encarei.

-Ta falando sério?

-Estou, tem uma pessoa lá, que não pensaria duas vezes antes de me dizer algo, deve a vida a mim.

Eu engoli a seco, estou vendo que amanhã será um dia agitado demais, um bordel, uma pessoa que deve a vida para Violet, o que mais falta?

  Ela sorriu e deu de ombros, Vi se levantou espreguiçando-se eu a encarei, tenho que admitir que seus músculos são atraentes, eu já não odeio sua personalidade como antes.

-Bom eu vou indo Cupcake, amanhã depois do trabalho, venha pra minha casa.

  Ela me encarou e sorriu simples, eu confirmei, quem diria, estamos lutando em segredo contra um sistema possivelmente podre.

-Tudo bem.

  Ela se levantou e caminhou até a janela, assim que apoiou o pé na mesma, eu a encarei, o por do sol sobre sua pele alva dava um destaque belo aos seus cabelos, ruivos ou rosas, sinceramente eu não faço ideia, mas a brisa que bateu os fez dançar no vento, ela me encarou, a iluminação alaranjada sobre ela parecia uma poesia, ascenou antes de sua imagem sumir e me deixar apenas com o resquício de sua presença.

  Eu sorri curto.

Jinx

  Eu estava uma fera, minha irmã sequer teve a iniciativa de vir até mim, fiquei sabendo por alguns guardar que ela vai me acompanhar, isso parece interessante, mas que irmã abandona a mais nova e a joga na cadeia depois? A minha!

  Dah, eu deveria parar de me questionar sobre a mãozuda, eu ouvi passos se aproximarem, deve ser mais ou menos oito da noite, a porta da sela foi iluminada, as luzes do corredor estavam acesas, um dos guardas me chamou e caminhou comigo até um pátio aberto.

-Olha, o recado é simples, falaram que você deve permanecer aqui por um tempo e que vão tentar resgatar você.

-Quem vai?

-Glasc não me autorizou saber detalhes.

  Eu confirmei e ele me jogou no meu quadradinho de grades, então quer dizer que tem policiais trabalhando dos dois lados? Caramba minha irmã e a sua...sua...sua sei lá o que! Tem grandes problemas pela frente, eu espero que a garota Caitlyn, seja explodida em vários pedacinhos.

  Eu gargalhei imaginando a cena de seu corpo sendo explodido por uma granada minha, espero um dia presenciar isso, se tudo der certo minha irmã estará perto, o que é um show sem expectadores não é mesmo?

-Para de rir louca de pedra!

  Um cara ao lado gritou jogando um rolo de papel higiênico em mim.

-Que povinho sem humor!

Draven

  O acordo com Renata era interessante, ela me forneceria parte de suas bombas, havia desenvolvido uma líquida especialmente para mim, para que eu ascendesse em Noxus depois eu colocaria alguns Noxianos de confiança em sua defesa, meu irmão era o comandante geral, e esse posto deveria ser meu, eu era afinal, muito mais hábil do que ele, mas a luz brilhou para ele e eu fiquei em sua sombra, isso acabará logo.

  Eu estava sentado no quarto de hotel encarando a bomba que ela me deu, havia muito para conquistar, mas com Darius acesso, seria impossível, eu rodei Shurima e Targon, atrás de qualquer coisa que pudesse satisfazer meu desejo de ascensão, e quem diria que em Piltover e Zaun encontraria algo, o Carrasco de Noxus agora não seria mais só isso, seria o futuro da nação Noxiana.

  Eu guardei a bomba líquida na mochila e a porta foi aberta, Darius adentrou o quarto pegando seu machado e suspirou.

-Vamos voltar, tudo o que tínhamos para fazer já está feito.

  Eu confirmei e ele saiu do local, eu o segui, é irmão, em breve eu serei seguido, e não você.

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