Xadrez

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Vi

  Eu fiquei extremamente incomodada com as palavras dela, eu concordo que a Caitlyn é gata demais e também acho que de Baby Doll ela fica extremamente gostosa e provocativa, mas eu não queria ouvir isso de uma mulher que dormiu com ela ontem!

  Eu quis arrebentar a cara dela, mas eu vou? Obviamente não, eu suspirei e engoli a seco.

  Eu caminhei até ela parando na frente da mesma encarando o fundo de seus olhos:

-...Ela é minha chefé, eu não reparo.

No mesmo instante eu iria passar por ela mas ela suspirou levemente e sorriu ladino me encarando profundamente:

-Deveria... Não é todo dia que se vê uma mulher desse porte.

  Eu apertei meus lábios travando o maxilar e sorri forçando, algo na minha mente estava me pedindo para manter a calma mas eu apertei o ombro da garota e engoli a seco, contendo minha vontade de arrebentar a cara dela.

   Em um movimento rápido eu puxei ela para mim e a encarei friamente.

-Respeita a Xerife.

-Por que eu faria isso?

  Eu tentei, eu juro que eu tentei não ser imprudente, mas as circunstâncias não me ajudaram! No mesmo momento eu dei um soco no rosto dela derrubando a mulher no chão, a mesma tocou sua boca sentindo o sangue escorrer, e eu apenas continuei encarando ela.

-Até que você é fortinha em.

  Ela levantou massageando o rosto com a mão e eu dei de ombros desferindo mais um soco no rosto dela, dessa vez mais forte, porém ela não caiu apenas tropeçou e se equilibrou colocando a mão na parede.

  Eu saí da sala rapidamente tentando não deixar a raiva tomar conta das minhas ações, é a primeira vez em toda a minha vida em que eu tento não ser imprudente, e é necessário um esforço enorme admito.

  Eu respirei fundo algumas vezes e fui direto para a minha mesa me sentando e abrindo novamente o caso do Urgot.

Caitlyn

  Eu estava ao lado de Jayce que estava dentro da prisão mexendo no robô, ele mexia nos fios tentando reconectar seu sistema para que nós pudéssemos entender o motivo dessa invasão, apesar deu saber exatamente quem o mandou.

-Eai Caitlyn...Como estão as coisas entre você e a Vi...?

-Hum? Que pergunta é essa?

-É que sua mãe comentou comigo, que tem uma garota na sua casa... -Eu cruzei meus braço e ergui uma sobrancelha, que povo fofoqueiro. -E ela disse que acha a Vi bem melhor...se é que me entende.

-A Vi é realmente mais interessante e mais bonita que ela, não que ela seja feia ou desinteressante...

-Humm...Então você acha a Vi bonita?

-E você não acha?

Ele fez um olhar pensativo como se estivesse avaliando a mulher mentalmente.

-Realmente a Punk é ajeitadinha.

-Eu acho que vou ter grandes problemas com essas duas no mesmo ambiente.

-Pessoas semelhantes, tendem a brigar muito no começo.

-Nem fale.

  Era nítido que ele assim como eu notou grandes semelhanças nelas, além do temperamento e da forma de se expressar.

-Duas ex-presidiarias, com o temperamento desafiador e uma péssima postura com autoridades, que chances isso teria de funcionar? Além de funcionar na sua cama é claro.

-Jayce!

  Ele riu levemente e eu neguei com a cabeça fuzilando ele com os olhos, no mesmo instante ele pegou a fita isolante passando nos fios.

   Ele limpou as mãos no pano que estava sobre seu ombro e me encarou, logo me questionando:

-Fala a verdade, você adora uma encrenqueira.

  Eu revirei meus olhos e ele pegou dois bastões de choque, dando um forte choque no robô, os olhos do ser que estava acorrentado voltaram ao tom azul, ele olhou para os lados e eu sorri levemente satisfeita com o trabalho de Jayce.

  Jayce se apoiou na parede e cruzou seus braços dando um riso calmo.

-Olha, daqui a alguns dias, vou fazer uma festa comemorativo para a cidade, um evento, só que dessa vez com a sorte de não ter interrupções, e seria legal se você chamasse a Vi para te acompanhar.

-Acho uma atitude meio emocionada.

-Caitlyn, é uma forma de você deixar claro que entre a Riven e ela, independente de quem esteja na sua casa, você ainda prioriza ela.

-Não disse que isso é verdade.

-Você não precisa admitir pra mim, ou para os seus pais, mas precisa admitir pra ela.

  Ele sorriu e saiu da sala com a maleta, eu neguei com a cabeça algumas vezes e me aproximei da máquina que estava na sala, liguei o gravador para o interrogar.

-Tudo bem, vamos lá...

Darius

  Eu despertei totalmente dolorido, meu corpo estava cheio de hematomas e minhas mãos algemadas ao teto, eu encarei o local aonde estava, mas tudo o que eu via era uma escada que subia para uma porta de madeira fechada, eu provavelmente estou na parte mais isolada da prisão, estava frio e úmido o que me sugeriu estar no subsolo, mas a cor da pedra também deixava claro que o local ficava abaixo da terra, meu corpo estava pesado e meus olhos rodaram o local, estava frio e a brisa de vento entrava por um único buraco na pedra, tão pequeno que sequer minha mão passaria ali, a única coisa que eu podia ouvir era minha respiração e as gotas de um líquido verde caindo sobre o chão ao lado do meu pé, o líquido tinha um cheiro azedo, eu também escutava bem o caminhar de ratos na cela, provavelmente serão meus rivais para me alimentar, eu dei um passo para frente e notei correntes em meus pés, no momento em que dei o passo eu senti dor em minhas costas, me recordei da flecha que me acertou, forçando o músculo eu pude sentir que ela ainda estava ali, mas apesar de toda a minha situação, eu só conseguia pensar e torcer para que Riven estivesse viva, e em Piltover.

-Riven...Espero que tenha conseguido.

  Eu ouvi a porta abrir e os pés que desceram eram conhecidos por mim, passos lentos, um pé praticamente se arrastava e uma capa que quase tocava o chão, um corvo cortou o local fazendo seu som, o som da morte, o imperador  de cabelos compridos e brancos me encarou, ficando próximo o suficiente de mim.

-Vamos jogar Xadrez, Darius?





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