Ideia

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Ezreal

Eu havia achado um emprego bem rápido, muito mais rápido do que eu imaginava, e era o emprego perfeito para vigiar tudo, eu seria gari.

Mas só até que Caitlyn consiga se tornar Xerife, e me contrate novamente dizendo que foi tudo um plano bem elaborado.

Iria ser fácil caminhar por toda a cidade durante o dia, eu adoro caminhadas, e facilitaria para investigar tudo o que nós queríamos saber.

Eu caminhei até o depósito do local aonde ficavam as coisas para os funcionários.

Vesti o uniforme laranja com duas listras refletivas na perna e no colete de segurança, pelo menos eu não vou ser atropelado caso trabalhe anoite.

Eu peguei a vassoura e as sacolas, coloquei em um carrinho e sai do local, eu realmente não me importo em trabalhar nisso, mas devido ao salário e ao vício do meu tio, a situação seria meio complicada por um tempo, pagar as contas e manter a casa seria um novo desafio, acho que é bom guardar uma grana extra.

Eu caminhei com calma até chegar próximo ao porto, eu faria uma rotina falsa limpando a cidade, tudo para que parecesse habitual me verem ali.

Alguns policiais, que até ontem eu chamaria de colegas de trabalho começaram a cochichar entre si enquanto eu limpava a rua sem os encarar, um deles assoviou e eu destinei meus olhos a ele.

-Ez...O que aconteceu?

Ele tinha um falso tom de preocupação em sua voz, eu notei a provocação dele, mas não deixaria as coisas tão óbvias, dei de ombros e sorri curto.

-Queria experimentar coisas novas.

-Eai? Tá curtindo o Lixo?

Uma das policiais entre eles falou fazendo o resto do grupo rir, eu confirmei.

-A, mas eu já tinha um pouco de contato com lixo, eu trabalhava com você.

Eu falei fazendo a moça em questão ficar seria, voltei a varrer a rua e suspirei.

-Idiotas...

Sussurro baixo ao ouvi-los rir, eu não me importo com essa atitude infantil deles, eu reuni o lixo com as mãos e assim que me aproximei do balde eu joguei o lixo dentro do mesmo, uma voz bem conhecida se pronunciou logo atrás de mim:

-Hey...

Encarei a imagem da mulher vindo em minha direção, Vi se aproximou de mim e encarou os policiais que estavam rindo distantes, ela franziu o cenho, eu neguei com a cabeça caso ela estivesse pensando em algo.

-Vi...A Caitlyn falou contigo?

-Mais ou menos, qual é a dessa Ezreal?

-Ela não contou tudo?

-Escreveu, mas que porra em, que tipo de decisão foi essa? Você ficou maluco?

Eu dei de ombros e suspirei, eu não imaginei que ela fosse ficar brava, ela suspirou e eu toquei seu ombro.

-Vou cumprir o que prometi, independente de qualquer coisa.

Vi pareceu se recordar do passado e confirmou tocando meu pulso, há alguns anos eu prometi não ser insensato em minhas escolhas, sua mão segurou o meu pulso com firmeza.

-É melhor saber o que está fazendo.

-Confie em mim, e na Cait.

Ela encarou novamente os policiais de antes e retirou a manopla, a mesma apontou dois dedos para seus próprios olhos, o indicador e o dedo do meio, em seguida os apontou para o grupo de policiais com um olhar ríspido, logo ela foi saindo sem obter resposta alguma, a não ser o silêncio, ficou nítido que se sentiram intimidados.

A mulher se foi pisando fortemente, eu dei um riso frouxo, acho que ter ela como amiga é equivalente a ganhar na loteria, por mais que ela fique brava comigo as vezes, ela é incapaz de deixar de colocar esperança em mim.


Caitlyn

Eu estava concentrada em meu trabalho, já havia conversado com Vi, na verdade eu deixei um bilhete para ela, evitar contato aqui é primordial, deixei o papel sobre a mesa dela, nele estava contando o ocorrido com Ezreal, e eu fiquei na sala vigiando a mesa de forma discreta até ela chegar para que o bilhete não caísse em mãos erradas.

Assim que ela chegou, ela leu e me encarou pegando as manoplas e saindo, rápida até demais, ela pareceu irritada.

Acho que ela vai procurá-lo pela cidade, dei um longo suspiro e fui até minha mesa eu me sentei e abri o caderno onde estava anotando tudo, haviam os nomes, dos policiais e o tempo em que cada um ficava na sala do Xerife, e eu estava copiando a escala de guarita da semana para ver se existia um padrão que batesse com o que Renata havia escrito naquela folha.

Cruzei minhas pernas concentrada e toquei a caneta nos lábios encarando com precisão o papel, lendo e relendo, corri a mão pelo meu cabelo dando um suspiro.

Assim que meus olhos se fecharam tentando ligar tudo eu massageei as têmporas lentamente.

Se Renata escreveu que sua exportação ocorria na quinta para o exterior, os policiais que entram na sala quinta-feira não são suspeitos, já que os reais suspeitos estarão no cais, mas os que entraram na quarta se tornam mais suspeitos ainda, enquanto os que estão escalados na semana toda para cuidar do porto não fazem diferença, apenas importa os que estão em quinta feira...Risquei os nomes das pessoas que entraram na sala durante a quinta-feira.

Me levantei e caminhei até a sala do Xerife, eu bati na porta e olhei para trás, não havia ninguém no corredor, segurei a maçaneta e entrei, não havia ninguém dentro da sala, engoli a seco e suspirei, veremos quanto tempo leva para ele voltar, encarei o relógio e sai da sala eu caminhei até o final do corredor aonde antes dei um tapa na face de Vi, era ali que eu ligaria os pontos em relação ao Xerife.

Fiquei ali parada encarando o movimento enquanto segurava um livro aberto em minhas mãos, demorou cerca de uma hora para que ele retornasse, eu suspirei e anotei frente ao nome dele "uma hora fora".

-Olá Cait.

Eu fechei rapidamente o livro que tinha em mãos e encarei o rapaz que direcionava a palavra a mim.

Tremello empurrou seu óculos e suspirou, eu apenas me apoiei na parede e o encarei, tentando não deixar óbvio meus pensamentos sobre ele.

-Bom dia Tremello, chegou cedo hoje.

Ele sorriu e deu de ombros, um suspiro arrastado saiu de seus lábios, ele parecia apreensivo, eu analisava suas reações.

-Cheguei...Bom, eu estava pensando em começar a ficar menos no laboratório, precisa de ajuda em algo?

Eu franzi o cenho e em seguida ergui uma sobrancelha, acho que tive uma ótima ideia!

-Humm, acho que preciso sim.









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