Vingança

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Vi

Na manhã seguinte eu estava com bastante dor, ao me levantar eu senti meu estômago revirar, eu saltei para o chão e caminhei até a parede me encostando nela.

-Vi, tudo bem?

-Eu acho que não.

A resposta dada para Fiora, foi muito mais baixa do que eu imaginei que seria.

-Você não pode ficar assim.

Eu toquei o estômago e senti a garganta queimar, minha saliva esquentou e eu fechei meus olhos, eu não queria vomitar, eu suspirei profundamente e engoli a seco.

-E-eu vou vomitar...

-Carcereiro! -Fiora correu até a grade e gritou no sentido do corredor enquanto encarava o homem no final do local. -Carcereiro a enfermeira! -Ela gritou mais alto e eu encarei a mesma pelo canto do olho.

  Não demorou tanto para que o carcereiro me visse e abrisse a sela me algemando e me levando com ele até a enfermaria, ele me puxava pelo braço, eu suspirei profundamente, ele não fazia parte daqueles cinco homens, então não senti medo de apanhar dele, mesmo assim fiquei atenta em tudo.

O homem me levou até uma sala no corredor da enfermaria, a mulher que ali estava me encarou de cima para baixo, ela pareceu surpresa, será que está tão ruim assim?

Ele retirou as algemas de minhas mãos e encarou a moça que logo me perguntou:

-O que houve com você?

O carcereiro me encarou e suspirou me sentando na cadeira, ele se retirou deixando com a mulher o comunicador, ela o avisaria que eu estava liberada quando eu estivesse melhor.

Meus olhos correram pela sala, o local era totalmente branco, havia uma maca e suporte para soro, uma mesa ao lado onde ela poderia colocar seus medicamentos, armários e cômodas, uma porta que daria acesso ao banheiro, e também uma janela com grades.

Eu não encarei a enfermeira, apenas abaixei a cabeça, ela não demorou muito para fazer um acesso em meu braço e arrumar a maca me pedindo para sentar, eu me sentei no local e quando fui me deitar sua mão tocou minhas costas, ela pegou o prontuário.

-Calma, preciso examinar você, e claro, preciso que me passe seu nome, preciso de alguns dados do sistema.

-Violet.

-A sim. -Ela demorou um pouco mas voltou a falar comigo após um tempo. -Violet, 1631...Achei sua ficha... -Ela ficou em silêncio, óbvio que ali ela sabia muitas coisas, minha idade, altura, peso, minha antiga profissão, e minha passagem anterior a essa na prisão. -Bom...Vou pedir para ficar sentada, preciso ouvir seu pulmão.

Eu confirmei com a cabeça, com um pedido de licença ela levantou minha camisa encostando o material metálico nas minhas costas, eu fiz tudo o que ela pediu em relação a respirar e ela suspirou ao terminar o exame.

-Eu posso deitar agora?

-Preciso que tire a camisa, parece que você apanhou feio -Eu confirmei com a cabeça, eu sei que ela queria ver se havia algum hematoma, eu desabotoei os botões da camisa e a retirei, em seguida me levantei novamente desatando o nó da calça, o tecido foi retirado por mim e eu senti meu rosto corar, era vergonhoso me despir do nada na frente de uma desconhecida depois de uma bela surra, por mais que fosse totalmente profissional, eu não me recordava de como isso conseguia ser constrangedor, ela deslizou seus olhos pelo meu corpo e suspirou baixo. -Eu vou pegar alguns remédios pra isso.

-Tudo bem...Pode ser em pílulas? Não gosto de líquido.

  Ela confirmou e se levantou caminhando até mim, a moça pediu licença antes de suas mãos começarem a apalpar os hematomas, talvez ela estivesse conferindo se havia alguma fratura, ela me questionava do quanto doía em cada toque, um suspiro baixo deixou meus lábios quando ela se afastou pedindo que eu me vestisse novamente, eu assim o fiz, mais tranquila por ela ter dito que estava tudo bem.

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