Opostos Complementares

Um mal necessário

Caitlyn

O plano em si era bom, mas eu estava com uma péssima sensação de que algo daria errado, Vi estava ao meu lado porém na outra ponta do corredor, cada uma de nós vigiava uma parte do corredor enquanto Ezreal já estava lá dentro, encarei o relógio na parede e engoli a seco, eram oito horas, o Xerife costuma chegar mais ou menos nesse horário.

Aproximei o rádio dos lábios, não tinha notícias do Ezreal e isso estava preocupante, então resolvi perguntar por ele:

-Ezreal, conseguiu?

-A gaveta está trancada!

-Puta merda. -O tom de Vi era praticamente de decepção. -Não fode, quem tranca a sala e a gaveta?

-Não tem nenhuma chave por aí? -Eu questionei e Vi pareceu ficar tensa, eu encarei o corredor aonde ela estava e ali estava o Xerife, vindo em nossa direção. -Ezreal o Xerife tá chegando, sem pressão.

-Dá um jeito aí tô quase abrindo!

-Mas que porra...

Vi se pronunciou e guardou o rádio se aproximou de mim, eu franzi o cenho confusa.

-Vamos unir o útil ao agradável.

-Brigar com você? Agora?

-Você sempre achou isso fácil é só você me xingar! Todo mundo vai acreditar!

-Eu não sei se eu consigo fazer isso.

-Então sei lá dá um tapa na minha cara qualquer coi...

Eu desferi a mão sobre seu rosto e o estalo foi alto, isso chamou a atenção do Xerife, Vi me encarou arregalando os olhos.

-Precisava ser tão forte?

-Desculpa, eu fiquei nervosa! -Eu sussurrei vendo o Xerife e algumas pessoas se aproximarem.

-Eu não vou esquecer isso não. -Ela disse quase inaudível.

-O que tá acontecendo aqui?

O Xerife se aproximou questionando, Vi fechou seus punhos e veio na minha direção porém o Xerife a segurou pelo ombro, aproveitei a deixa de sua atuação para falar:

-É impossível trabalhar com ela!

-Eu deveria dizer isso! você viu Xerife? Ela me bateu!

-Quem será que me ensinou isso?

-A, nem vem não, você não tem metade do meu potencial de briga.

-Vem testar então!

-Oh! -O Xerife se pôs no meio de nós e suspirou, mandou que todos se disipassem e somente nós três ficamos no corredor. -Vou dar uma advertência para as duas!

-O que? -Arregalei meus olhos.

-Eu não quero mais fazer parte dessa equipe, falou? -Vi afirmou estourada como de costume.

-Obrigada por me dar o prazer de ver você longe! -Eu afirmei encarando-a, o Xerife suspirou e correu a mão pelos cabelos, Ezreal passou atrás dele e eu me senti aliviada.

-Vamos para minha sala, cada uma vai levar uma advertência e Violet, vou deixar você responsável por acompanhar todo o caso da Jinx.

Ela confirmou e fomos andando, eu não ousei encarar ela, seu rosto estava vermelho, acho que eu exagerei um pouco, queria que parecesse real.

Nós entramos na sala e ele disse que tentou fazer com que a gente se desse bem e tudo mais, fez um discurso enorme; disse que aquela era a gota d'água, e entregou uma advertência para cada uma, Vi assinou a advertência sem nem pensar e eu suspirei e relutei, era um mal necessário, então fiz o que ele pediu e sai da sala.

Eu fui para minha mesa, e obviamente estavam comentando sobre o desmanche da dupla, Ezreal apareceu e me chamou de canto, ele entregou as cópias dos papéis em minhas mãos e eu sorri.

-Vi disse que vai dar um jeito de te encontrar depois do trabalho, pra vocês fazerem todo o resto. -Ele entregou os dois rádios para mim. -Tomem cuidado!

Eu o abracei, e ele se foi, de volta a Demacia, Ezreal realmente me surpreendia, eu estava feliz que nada foi percebido, não manteria contato com Vi aqui dentro, somente lá fora, e com cautela.

Após o trabalho eu fui para casa, a primeira coisa que fiz foi comer e subir para o quarto, eu retirei as roupas e tomei um banho quente, estava relaxante, assim que desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha secando meu pescoço, eu abri a porta e arregalei meus olhos, ali estava, a mulher de cabelos rosas, sentada na minha cama.

-Como você...

Ela apontou para a janela e eu encarei a mesma, aberta, diferente do costume que tenho de mantê-la fechada; eu assenti com a cabeça, eu havia deixado as roupas sobre a cama ao lado da onde ela estava sentada, senti uma pontada de vergonha.

Ela riu e pegou as roupas vindo em minha direção, me estendendo as peças, entretanto ela as encarou franzindo o cenho.

-Você usa Baby doll? -Ela falou erguendo uma sobrancelha enquanto eu estava sentindo o constrangimento me dominar, ela parecia ver graça nisso.

-Algum problema? -Questionei tentando não parecer envergonhada com a situação toda, ela negou e deu um riso ladino, puta merda ela é muito gata, puxei as roupas de sua mão e adentrei o banheiro.

Renata Glasc

Depois de tantas notícias ruins finalmente Tremello me trouxe uma boa notícia, as duas garotas haviam se separado, e agora com a possibilidade do Ekko ao nosso lado, enfim tomariamos mais força ainda, e derrotar Caitlyn seria bem mais fácil sem seu cãozinho de combate.

Zeri e Twitch chegaram no horário marcado, eu contei as moedas e entreguei para ambos, eles não faziam parte da equipe, mas assassinos de aluguel fazem ótimos trabalhos, são mercenários por puro prazer.

-Bom, o que faremos agora? -Tremello questionou um pouco perdido, eu o encarei e suspirei.

-Traga Kiramman para uma armadilha, o Xerife vai gostar da ideia, afinal, ele sempre foi essencial na nossa ascensão.

Ele confirmou e a porta se abriu novamente, Corina adentrou o local junto a um homem alto e com bigodes extensos que desciam até seu queixo quadrado, seu olhar, se assemelha ao meu, eles diziam que, ele viveu sendo a sombra de alguém.

-Eu disse que ele viria.

Eu confirmei e me sentei, ele não parecia o tipo de pessoa que sentia medo, medo de pessoas, ou qualquer outra coisas.

-Você é o Carrasco de Noxus correto?

-Para os íntimos... -Ele girou uma faca no dedo, deu um riso curto e baixo vindo em minha direção e fincando-a sobre minha mesa. -Me chame apenas de Draven.

-Humm... -Ele tinha postura devo admitir, mas mais do que isso, ele era um traidor, apunhalando seu irmão por poder. -E aonde está seu irmão; Darius?

-Ele não vai participar dessa negociação.

Draven se sentou e retirou a faca da mesa, nós dois sabíamos do que sua presença se tratava, e acima disso, o que ela significaria agora.