Mulher não faz sentido nenhum!

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Caitlyn

  Eu encarei Vi erguer sua irmã, estava extremamente irritada com ela, como ela pode ser tão egoísta? Eu ainda vou ter minha oportunidade de dizer tudo o que penso pra ela, mas eu vou!

   No caminho Vi e Ezreal alteraram seus papéis, ele passou a carregar a menina, nós chegamos no quartel, os três, sujos, suados, cansados e com alguns ferimentos expostos, entramos no elevador para ir até o último andar, onde ficavam as três salas; do lado direito a sala de Defensores, do lado esquerdo a dos Oficiais, essas duas salas tinham um espaço enorme, que eram preenchidas com mesas armários, cadeiras e tudo o que cada funcionário necessitava, no final do corredor uma única porta, a sala do Xerife.

    Fomos direto para a última sala, quando eu abri a porta a atenção do xerife caiu sobre nós e ele se levantou surpreso.

-Vocês conseguiram!!

  Ezreal confirmou com a cabeça, ali em seus braços, estava uma das criminosas mais perigosas de Piltover, e o Xerife sabia bem disso.

-Acho que tenho três policiais, acima da média.

  Ele falou sorridente, Ezreal colocou o corpo dela sobre o sofá dele, e em seguida nós descemos para tomar um café, enquanto isso Jinx seria levada para a sala de interrogatório, suas mãos seriam acorrentadas na mesa para que ela não conseguisse sair, assim como os pés na cadeira, nós três tomamos o café em silêncio, como ela foi capturada por nós o interrogatório era nosso.
 
  E aquilo deixou o clima tenso entre todos, e eu queria um momento em particular com Vi, se conseguisse eu lhe daria uma bela surra!

-Vocês estão bem? -Ezreal perguntou com certo receio em voz, eu sentia raiva, muita raiva, eu apenas confirmei com a cabeça e Violet não disse nada, ela é esperta sabe bem que estou puta!

-Vamos? -Violet se levantou saindo e Ezreal me encarou.

-Respire, isso também deve ser difícil pra ela.

-Não tem como Ezreal!

-Ou só, não fala nada.

  Ele se levantou e seguiu seu rumo atrás de Violet eu fiz o mesmo, chegamos no local e Jinx já estava acordada, ela suspirou quando nós três entramos na sala, Ezreal se sentou no meio e Violet no lado esquerdo enquanto eu me sentei no direito.

-Vamos conversar. -Ezreal começou. -Bom, por que está atacando as pessoas?

-É divertido, dah!!!

  Ela riu e Vi abaixou seu olhar.

-Desde quando faz isso?

-A primeira vez, foi com sete anos e depois com treze e por aí foi, é um hobby.

-Um Hobby? -Eu questionei surpresa -Matar pessoas?

-O desespero é libertador.

Vi suspirou, Jinx encarou ela, como se fosse dizer algo importante, mas dúvido que algo minimamente importante saísse dela.

-Eu desapontei você, Maninha?-Seu tom irônico me despertou pena, pena de Vi, era visível que ela estava abalada, por mais egoísta que tenha sido.

-Você desapontou todo mundo. -Violet respondeu e encarou os olhos da irmã. -Ekko, Vander, e a mim.

-Mas você desapontou a Defensora, e o garoto teleporte também.

  Vi engoliu a seco e suspirou olhando para baixo enquanto seu cenho se franzia.

-Isso é verdade, é a única coisa em comum que temos, porque eu nunca ensinei isso pra você, eu nunca disse que era certo, e você mudou quando eu fui presa.

-Ah eu mudei? Você também mudou Violet, eu implorei e você me abandou, achou que não teria consequências?

Vi se levantou batendo as duas mãos na mesa fazendo a garota se afastar, Ezreal deu um sobressalto e caiu da cadeira no mesmo momento.

-Não jogue sua culpa em mim! -Vi apertou seus olhos profundamente. -As escolhas foram suas, não minhas.

-Mas o peso também é seu.

Vi fechou seu punho e o bateu contra a mesa, ela saiu da sala batendo a porta e Ezreal se levantou coçando a nuca.

-Que confusão.

 
Vi

  Eu saí da sala andando a passos largos, estou cansada! Cansada disso tudo, Caitlyn está brava comigo sem razões, Ezreal está machucado, Jinx é louca e meu pai adotivo agora é um cachorro sanguinário, ótima vida essa! Dá pra acreditar? Eu era uma pobre fodida, agora eu estou mais fodida só que menos pobre!

  Eu fui direto para a academia, não estava no horário de treino mas eu não me importei, não havia uma alma ali, retirei as botas e pisei no tatame, eu comecei a bater no saco de pancadas, enquanto minha mente era inundada por lembranças, cada uma delas parecia me dar mais força, cada golpe me deixava com mais raiva, e eu me sentia mais cansada mas ao mesmo tempo mais aliviada, meu coração estava disparado, meu braço ardia por conta dos pontos, mas aquela dor parecia me libertar das minhas dores internas, eu encostei a cabeça contra o saco de pancadas sentindo as lágrimas correrem de meus olhos novamente, fiquei horas ali, batendo no saco, cada batida que eu dava parecia me libertar mais, até a corrente romper e o saco cair no chão, eu encarei meu reflexo no espelho em minha frente, e eu vi alguém aparecer atrás de mim, que droga, eu não estava afim de brigar.

  Me virei para Caitlyn, ela subiu no tatame de bota, isso deveria ser crime!

  Eu suspirei.

-Violet...

-Eu já sei! -Eu cortei sua fala e ela apenas ficou calada me observando -Eu sou egoísta! Eu sou estúpida! Eu não sei falar com as pessoas, você queria outra dupla, minha irmã é louca e eu fui idiota porque nunca fiz nada sobre isso enquanto você e mais meia dúzia de policiais queriam achar ela.

  Senti algumas lágrimas pararem em meus olhos, eu não queria que elas caíssem, eu não deixaria, apertei o dedo indicador e polegar sobre os olhos e suspirei.
 
  Caitlyn se pronunciou, ela estava parada na minha frente quando suas palavras vieram, baixas:

-Isso tudo, é verdade mesmo.

-Valeu Caitlyn, se você veio aqui pra destuir o pouco de moral que eu ainda tenho pode ir embora! -Ela ergueu uma sobrancelha parecendo pensativa -Eu já não tenho porra nenhuma mesmo, não preciso do seu apoio.

  Ela negou com a cabeça e se aproximou, parecia com receio, ótimo agora ela também tem medo de mim, acha que eu vou ficar tão doida quanto a minha irmã?

-Você não sabe o que tá dizendo.

-Eu sei sim , eu sou egoísta, lembra?

  Ela segurou meu colarinho e me puxou me dando um beijo, eu arregalei meus olhos, isso não faz sentido, ela não estava brava comigo? Mulher não faz sentido nenhum!

  Eu fechei meus olhos lentamente e minhas mãos seguraram sua cintura, ela afrouxou a força com que segurava a camisa, soltou o tecido e cruzou seus braços em torno do meu pescoço, e eu afundei o beijo, sentindo sua língua entrar em minha boca com movimentos lentos, tinha um sabor levemente doce, sua boca era quente e doce, ela me soltou e se afastou, eu franzi meu cenho confusa, tá isso foi um beijo sensacional mas...Que? Como assim?

-Precisava que você calasse a boca, não aguentava mais, eu não sabia o que fazer, foi só por isso.

-A...

  Ela suspirou e apontou o dedo frente ao meu rosto.

-Eu estou brava com você! -Ela respirou fundo e eu quis rir, estou vendo o quão brava ela pareceu agora, acho que vou irritar ela mais vezes. -Mas pelo menos você fez a coisa certa, prendeu ela, era o mínimo!

Eu encarei as botas dela e torci meu lábio, aquilo estava me incomodando, iria furar o tatame com esse salto! Ela já é alta pra que isso?

-Não se sobe no tatame com bota.

-Cala a boca!

Ela saiu do tatame e foi embora sem dizer mais nada, essa situação toda, eu me sentei no tatame me deitando e encarei o teto.

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