Opostos Complementares

Sala da Xerife

Vi

  Depois que retiraram a mulher da sala, após todo o interrogatório, eu continuava sentada, felizmente eu não tive que fazer nada demais, mas eu estava me remoendo, quando Caitlyn se levantou em silêncio para sair, foi então que eu segurei o pulso dela e enfim a encarei.

  Eu engoli a seco tentando tomar coragem para dizer tudo o que eu queria dizer.

"Vamos Vi seja direta"

-Sabe qual o meu problema?

-Qual?

-Você... -Ela franziu o cenho parecendo confusa e eu levantei, eu senti meu coração disparar e um nó se formar na garganta. -É que eu não suporto a ideia de que...De que você possa encontrar alguém melhor que eu.

  Ela arregalou seus olhos e se virou para mim, eu suspirei novamente e engoli a seco tentando recobrar mais forças e falar tudo o que eu sentia:

-O problema é que eu nunca parei de pensar em você Caitlyn, e por mais que pareça idiota, e eu sei que é, eu tive que perder você, pra perceber como você era importante pra mim, e...Eu não sei, eu só não quero mais ficar escondendo as coisas, porra você me faz bem, eu queria você comigo, só que eu também acho que você merece alguém muito melhor do que eu, que eu não sou lá essas coisas, só que não tem um dia em que eu não me arrependa de não ter dito que eu amo você, e não tem um dia que eu não pense que...Eu...Eu deveria ser melhor, e entenderia, que eu não, não sou o suficiente mas, tipo...Eu amo você, e é foda pra caralho saber que provavelmente, você não liga mais pra isso, e que você deveria sim ter alguém que seja foda com você...E eu não sou...Entende?

  Ela ficou parada me encarando e eu soltei o pulso dela, no instante em que ela puxou o ar pela boca com força eu engoli a seco e sai, eu abri a porta da sala, agora eu vou passar cotas sem ter coragem alguma de olhar pra cara dela.

-Vi...

  Eu ouvi ela me chamar  mas eu saí da sala do mesmo jeito, eu encarei Riven que estava sentada e entreguei para ela a folha com tudo anotado, ela se levantou e em minutos estávamos as três no barco e eu sentia meu rosto queimar, difícil saber se é vergonha ou dor pelo tapa.

Caitlyn

  Okay, aquilo foi um banho de informações, eu estava surpresa, e me sentia feliz, mas ao mesmo tempo triste, eu nunca percebi o sentimento genuíno dela por mim, e depois disso tudo, eu talvez tenha sacado qual era o problema, mas esse papo não morre aqui, quando chegar na delegacia, alguém vai ter uma reunião comigo e não vai ser a Riven.

  Vi estava parada sentada na beira do barco encarando a água, ela sequer olhava para minha direção, talvez esteja brava comigo.

  Eu respirei fundo quando chegamos ao cais, nós levamos Riven até Jayce, ele conversaria com ela, Vi iria sair da sala de fininho quando eu segurei seu ombro pela mão, ela pareceu estremecer, seus olhos nem me fitaram, eu apenas suspirei e afirmei:

-Vamos conversar.

  Ela confirmou com a cabeça e eu tomei a frente caminhando até a delegacia, a mais baixa me acompanhava retraída e totalmente em silêncio, eu não sabia ao certo como entrar nesse assunto nem se eu deveria, mas ela inundou minha mente com as lembranças de tudo o que aconteceu até aqui, das brigas de quando não nos conhecíamos, da forma como ela me cuidou e acolheu, de tudo...Tudo até aqui.

  Assim que chegamos na delegacia eu abri a porta e ela entrou, eu a fechei e tranquei logo em seguida, ela se sentou na cadeira que ficava na frente da minha e eu me sentei na mesa cruzando as pernas e encarando ela.

-Por que você não me disse isso antes?

-Iria mudar alguma coisa?

-Talvez...

-Isso muda alguma coisa? -Ela me encarou e meu coração vacilou, seus olhos cinzas carregavam algo que eu nunca vi, eles pareciam sentir medo, mas não era medo da morte como foi com Warwick, parecia algo mais sentimental. -Não muda nada né?

-Vi...Eu disse que eu amava você.

-E fui exonerada.

-É mas eu também pensei em você, isso não foi fácil pra mim, e eu não sou burra, eu sei bem que você saiu com alguém, você atraí as mulheres sabia?

-Nossa...Quem escuta pensa que eu sou linda.

-Mas você é, você é forte, é firme, e tudo o que você faz você faz bem, você se esforça e mesmo que seja arrogante as vezes, você é cuidadosa, você acha que eu esqueci o que eu tentei fazer quando eu fiquei bêbada?

-Você lembra? -Ela arregalou seus olhos.

-É óbvio.

  Ela se levantou e me encarou, dessa vez me olhando mais perto, e no fundo dos olhos, era como se pudesse ver minha alma:

-Você é minha chefé agora.

-É difícil pra mim.

-O que? -Sua mão deslizou pela minha bochecha. -O que é difícil?

-Saber que eu machuquei você.

-Tá falando do tapa?

  Eu confirmei e ela riu baixo, seus olhos fitaram meus lábios e eu senti meu corpo estremecer, sua mão deslizou para minha nuca suavemente, ela puxou levemente meu cabelo e eu entreabri meus lábios.

  Incrível como tudo sempre está sob meu comando e sob controle, mas quando ela encosta em mim eu perco toda a autoridade e me transformo em uma garota boba.

-Não vou ficar brava se você deixar eu revidar...

  Eu senti minhas bochechas corarem e ela me puxou roçando seus lábios nos meus, eu apertei meus olhos e sussurrei:

-A gente tá na delegacia.

-É só você não gritar.

  Ela sussurrou baixo e no mesmo momento sua outra mão dedilhou em minha coxa suavemente, ela apertou minha perna lentamente e seus lábios tomaram os meus, eu senti falta daquele beijo, daquela boca, desse toque, ela me beijou lentamente e cheia de luxúria, e por mais errado que fosse pelo local eu queria mais...

  Sua mão deslizava na minha coxa e me fazia suspirar entre o beijo.

  Ela puxava lentamente meu cabelo de forma insinuativa, e eu apenas abri lentamente as pernas cruzando as minhas nas dela a puxando para perto, alguns objetos da mesa caíram quando ela bateu contra a madeira.

  Seus lábios abandonaram os meus e ela sorriu ladino, sua mão saiu de meus cabelos e seguraram meu rosto, ela mordiscou meus lábios e deu um tapa fraco e sutil no meu rosto, apenas com a ponta dos dedos.

  Eu apertei seu quadril contra o meu e ela deslizou as duas mãos pela minha coxa subindo lentamente o tecido do vestido...