Diante dos meus olhos

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Cassandra 

  Eu estava desesperada, mas Tobias estava visivelmente mais abalado, afinal Caitlyn sempre foi a princesinha dele, eu disse várias vezes sobre essa profissão não ser segura, estávamos todos na delegacia, Jayce estava questionando o andamento da investigação e até agora nada.

  Minha cabeça doía e eu só conseguia pensar no pior, Tobias segurou minha mão a apertando como se buscasse apoio, Jayce parecia completamente impaciente com a situação.

-Já vasculhamos Zaun, não achamos nada.

  Um policial falou um pouco atônito, todos pareciam assustados, eu suspirei e Jayce tomou a palavra.

-Não vão parar de procurar continuem.

  Após aquela frase, o local virou uma bagunça, diversas pessoas falando várias coisas e eu parecia ouvir apenas as piores:

-É inútil!

-Eu concordo, ninguém aqui sabe vasculhar aquele lugar direito, é bem provável que ela esteja morta.

-Eu acho que já era!

-Eu também!

-Encerra isso, nomeia outra pessoa!

  Eu apertei meus olhos tentando raciocinar qualquer solução, faziam dois dias que eu não dormia bem e dois dias que meu marido chorava e se perguntava aonde Caitlyn estava, dois dias em que na nossa mesa faltava alguém, e dois dias aonde nada no seu quarto se moveu.

  Nós entramos no carro e fomos para a casa, Tobias disse que tentaria dormir pois estava exausto e com dor de cabeça, eu então caminhei para o quarto de Caitlyn, sempre que eu abria a porta tinha a súbita esperança de ver minha filha.

  Quando entrei minhas mãos correram pela mesa e eu suspirei encarando o caso dos Barões na parede, sobre a mesa meus olhos correram e caíram na medalha de mérito e dois nomes vieram em minha mente.

Ezreal e Vi.

  Vi era Zaunita, e apesar de odiar ela, talvez ela seja minha única opção, eu engoli a seco e sai de casa a passos calmos andando até a academia Rota Dourada, lá provavelmente eu conseguiria seu endereço, como conselheira não é estranho solicitações do tipo.

   Eu adentrei a academia e parei na recepção solicitando a ficha policial de Violet, eles me entregaram sem muitas perguntas e eu fui lendo, cada detalhe, altura, idade, peso, data de aniversário... até enfim achar, seu endereço.

   Tirei um papel e uma caneta da pequena bolsa que carregava e anotei, agradeci devolvendo a ficha e caminhei a passos moderados até o endereço que tinha em mãos.

   Assim que cheguei eu encarei a porta por alguns minutos, talvez uns cinco minutos, eu subi as escadas e toquei a campainha sem pensar muito; minhas mãos estavam suando e eu me sentia completamente perdida e nervosa.

-Já vai!

  Eu pude ouvir a voz da garota do lado de dentro e suspirei sussurrando para mim mesma:

-Não tem volta Cassandra.

A porta se abriu e ela me encarou, seu primeiro reflexo foi franzir o cenho e depois segurar a maçaneta como se fosse fechar a porta, provavelmente isso está sendo tão estranho para ela quanto para mim.

-Violet, preciso conversar com você.

  Ela torceu seus lábios como se aquela informação não tivesse sentido algum, ela pigarreou e olhou para dentro da casa me encarando em seguida, a garota usava um shorts solto que batia no meio de suas coxas, e uma regata preta, deixando nítido que seu corpo era forte e robusto.

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