Estranheza

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Caitlyn

Na manhã do dia seguinte eu estava tão incomodada com aquela questão das blindagens que estava pensando em fazer um teste, um teste decisivo.

Eu iria implantar uma viatura com câmeras lá e iria ver quem a sondava e porque, porém não haveria ninguém nela, para não correr o risco de perder mais dos meus policiais.

Eu me levantei e desci as escadas já pronta para o trabalho, não havia nada que poderia tirar aquilo da minha cabeça, por mais arriscado que fosse ir até lá para armar uma "isca" , eu faria.

Me sentei frente a minha mãe, ela apenas lia o jornal que tinha em mãos enquanto bebia o café lentamente, claro que todo tipo de notícia estava sob os olhos do conselho, tirando aquelas que chegavam neles e não saiam para o público.

-Bom dia Caitlyn.

-Bom dia mãe.

Eu apenas me servi com uma xícara de chá e encarei a mesa, peguei uma maçã e uma banana e suspirei baixo.

-Olha... -Eu encarei o homem que surgiu no ambiente, eis aqui meu homem preferido, eu sorri e meu pai tocou meu ombro e em seguida deu um beijo sobre a testa de minha mãe. -Se não são as mulheres da minha vida.

Eu dei um sorriso curto e ele suspirou se servindo, cruzei as pernas ajeitando as luvas na mão e minha mãe fechou o jornal o colocando de lado.

-Então Caitlyn...

-Hum? -Meus olhos se prenderam sobre ela e a mesma suspirou como se fosse dizer alguma bobagem, conheço bem a mãe que eu tenho.

-Quando você vai se dispor a conhecer um homem legal, e de boa família claro.

Eu arregalei meus olhos e dei uma golada forte no chá, suspirei, eu não responderia esse tipo de pergunta, até porque ela sequer fala de forma respeitosa.

Meu pai engoliu a seco e suspirou profundamente, ele logo tomou a fala por mim:

-Deixe a menina.

-Caitlyn você não tem nada a dizer?

Ela perguntou ignorando completamente o que meu pai disse, eu encarei ele e o mesmo fez que não respirando fundo.

-Não estou interessada em ninguém no momento.

Eu afirmei, e aquelas palavras surtiram um efeito enorme sobre mim ditas em voz alta, era como se eu estivesse me forçando a dizer coisas que não queria.

-Ah, conheço um bom rapaz ele é de boa família e...

-Mãe! Esse sonho é seu e não meu!

Eu me levantei e sai da mesa, eu não queria entrar nesse assunto numa hora dessas, mas era incrível como ela queria a qualquer custo me transformar em alguém que eu não era, para realizar seus sonhos egoístas.

Tobias

-Qual a necessidade de fazer isso Cassandra?

-Qual a necessidade? Você já viu sua filha interessada por alguém?

Já e você fez de tudo para que essa "Amizade" não vingasse!

-Deixe a menina! -Ela franziu seu cenho e eu me levantei negando algumas vezes com a cabeça. -Ela é uma boa filha, tem boa carreira, é uma boa pessoa, isso não basta para você?

Ela pareceu não ligar para nada do que eu disse, além de não ter notado o quão mal a Caitlyn ficou quando a missão com Vi acabou, ela ainda teve coragem de comemorar a saída de Violet da polícia, naquela noite eu podia ver nos olhos da Caitlyn, ela se sentia vazia, apesar de não dizer muitas coisas pessoais, eu conheço a filha que tenho, diferente de Cassandra, que ou não conhece ou se nega a enxergar as coisas.

-Você acha que só você se preocupa com ela?

-É o que parece! -Eu peguei o jaleco e o coloquei sobre o braço. -Só eu pareço me importar com o que ela realmente quer para a vida dela, você nunca deu uma palavra sequer que fosse apoio e não ordem!

Eu saí de casa batendo a porta, nosso casamento sempre foi tranquilo, mas a única razão para brigarmos era ela, minha filha, a mulher que eu criei e cuidei.

Eu entrei no carro acelerando sem nem mesmo olhar pelo retrovisor para ver se Cassandra estava na porta ou não.

Darius

Tanto tempo preso, comendo e treinando naquela intensidade, me fez ficar muito diferente, eu me sentia mais forte, e Riven estava visivelmente forte, nós já nos entendiamos com olhares, era como se isso bastasse, era como se conversassemos pelos olhos, ela me lembrava minha filha já falecida, eu daria minha vida para salvar a dela se fosse preciso.

Eu respirei fundo enquanto encarava a garota que estava observando a chuva pela grade da cela, praticamente pendurada lá.

-No que pensa Riven?

-Que as tempestades estão chegando.

-Elas sempre existiram, só estavam distantes.

Ela desceu do banco e se sentou ao meu lado, deu um sorriso simples, havíamos criado uma amizade, muito diferente do que eu esperava que seria, ela era divertida a maior parte do tempo, eu já era mais rígido, ela tinha um temperamento forte, e falava sem pensar as vezes, mas era astuta, eu nunca conheci uma mulher mais forte do que ela.

-Qual o plano quando chegar no mar?

Ela perguntou me encarando, eu pensei por alguns minutos enquanto encarava a lua no céu.

Haviam muitos lugares para ir, mas o lugar mais diplomata para ir era Piltover, eu sabia navegar até lá, conhecia parte do conselho, e estive lá há tempos atrás, também foi lá que comecei a notar atitudes estranhas do Draven, hoje em dia, acho que alguma coisa aconteceu lá, coisa que infelizmente eu não pensei na época.

-Piltover.

-Já ouvi falar, é a cidade do progresso não é?

-É bem diferente de Noxus, o caminho é simples.

Eu tracei o chão com o dedo, desenhei Noxus e Piltover e comecei a explicar aonde atracar e por quais lugares iríamos passar.

Talvez se eu obtiver sucesso, até recupere meu posto em Noxus e se fosse o caso, tornaria Riven meu braço direito e esquerdo.

-Você sai pelo porto de Noxus e corta o mar médio, quando cair na maré baixa, vai descer para cá...-Meu dedo cortou parte do mapa improvisado e eu encarei ela. -Segue para o Sul, vai atracar em Piltover.

-Entendi.

Ela abraçou os joelhos e deitou a cabeça sobre eles dando um suspiro, Riven fechou seus olhos, ela pegaria no sono logo, foi então que eu também fechei meus olhos, permitindo que o cansaço do dia me tomasse.

Jayce

Eu continuava encarando os papéis sobre minha mesa, gerenciar a cidade era complexo, logo eu que mal gerencio meu dinheiro e tempo.

Meu dia estava passando rápido e quando terminou eu comprei alguns bolinhos e fui para a delegacia andando, costuma passar por lá para ver Caitlyn, ela estava se saindo bem como Xerife, todos no conselho foram a favor da nomeação, exceto Cassandra, para ela Caitlyn deveria assumir sua cadeira no futuro, mal sabe ela que a azulada odeia política.

Eu entrei na sala logo após bater na porta, e estranhei Caitlyn não estar ali, fechei a porta e encarei o relógio na parede, geralmente ela estava aqui nesse horário, eu dei alguns passos pronto para partir e um oficial se aproximou.

-Olá senhor Tales.

-Olá.

-A Xerife chegou?

Eu franzi o cenho e o olhei com estranheza.

-O que?

-Ela não apareceu hoje.

Opostos ComplementaresOnde histórias criam vida. Descubra agora