Caitlyn
Na manhã seguinte eu perambulei por Zaun, sem uniforme, peguei roupas aleatórias para não ser reconhecida, ou no mínimo não saberem qual meu trabalho, mas talvez seja meio difícil não me reconhecer, se bem que eu não sei o quanto esse povo tem de informação.
A cidade não havia mudado nada, apesar de dizerem lá em cima que o conselho está tentando fazer algo a respeito da situação, eu só vejo essa população jogada as traças, me entrestice extremamente.
Parece que acabar com o tráfico dos Barões não resolveu muito as coisas, bom, não aparentemente, limpar essa cidade parece impossível as vezes.
Eu caminhei por lá por muito tempo, e não achei nada, fiz o trajeto que as viaturas em ronda costumavam fazer, e não achei nada.
Perto do final do trajeto avistei uma parede quebrada e um latão amassado, por mais que fosse algo habitual, deu para notar que era uma batida causada por uma queda brusca, mas teria de ser algo bem grande e pesado, eu fotografei e procurei algo a mais, porém era só isso, trabalharei nisso a partir de agora.
Se não foi o Urgot, então eu não faço ideia do que mais existe aqui embaixo.
Eu voltei para a delegacia atenta a tudo ao redor, no caminho quando passei pela ponte, um calafrio correu minha espinha, como se houvesse perigo por perto, eu olhei para trás e não havia nada ali, eu encarei o céu se fechando com nuvens carregadas de chuva, suspirei, o calafrio veio novamente caindo como um pressentimento, e eu encarei a casa de Vi, engoli a seco e suspirei negando algumas vezes, eu continuei meu caminho, sem sequer olhar para trás, sem pensar em parar ou voltar...E o principal, me obrigando a não procurar a rosada.
Vi
Quando sai do trabalho de manhã, eu saí decidida a voltar a ser quem eu era, voltar a treinar como antes, voltar a me empenhar, voltar para a academia.
Não que eu não estivesse treinando, mas antigamente eu treinava todos os dias, e é isso que eu vou fazer.Eu havia perdido tudo, meu emprego, Caitlyn, Warwick, Ezreal, minha irmã...Mas ainda estou viva, e não vou agir como se estivesse morta ou como se eu não fosse importante para mim.
Eu cheguei em casa e arrumei uma mochila para ir treinar, me sentei na mesa e comi um pouco saindo logo em seguida, assim que cheguei na academia subi para o segundo andar, onde ficava o tatame, no primeiro ficavam os equipamentos de musculação, chegando lá em cima notei que o treinador estava só, ele estava pulando corda, quando me notou ele parou o que fazia, e veio até mim dando um sorriso leve, eu me sentei no banco pegando as luvas e as bandagens, eu atei as mãos e retirei os tênis subindo no tatame, o treinador veio até mim tocando na minha mão.
-Quem diria.
-Bom, aquela história da luta, está de pé ainda?
Ele me olhou dando um sorriso curto, porém cheio de satisfação, ele confirmou e pegou os aparadores de chute voltando para o tatame, me encarou parecendo animado, suspirou leve e ergueu uma sobrancelha:
-Vamos até a falha.
-Okay.
Sério? Falha? Eu sai de casa depois de três meses oscilando pra ele querer me deixar morrendo logo no primeiro dia?
Eu alonguei os braços esticando os dois para cima com as mãos entrelaçadas, me coloquei de joelhos, ele sempre começava com flexões.
-Vou contar pra você, controla o movimento eu quero que segure embaixo, respira e suba, lentamente, nada de pressão, contraia.
Eu me coloquei na posição começando a fazer a sequência, de forma lenta, com o movimento perfeito, focando em cada contração muscular que eu sentia, ele tocou minhas costas e manteve a mão ali, para me auxiliar na sensação.
-Você sente a contração?
Confirmei com a cabeça e ele assentiu, eu já sentia meu corpo queimar, ele caminhou até a barra abaixando-a um pouco, quando meus braços tremeram eu empurrei meu corpo para cima com esforço, tudo queimava, parei com as flexões e me sentei, ele suspirou levemente e veio até mim estendendo a mão para me ajudar a levantar, eu a peguei e me levantei, caminhei até a barra e encarei o velho ao meu lado, ele se pendurou e demonstrou enquanto falava.
-Vai chegar lá em cima, sustentar o corpo por um minuto com o queixo acima da barra, na descida vai sustentar o corpo no meio também, e na hora de esticar o braço não deixa o corpo relaxar, você vai descer até sentir o oblíquo, sentiu subiu!
Eu confirmei com a cabeça, okay eu tinha esquecido o quanto esse velho é doido.
Ele desceu da barra me dando passagem.
Eu segurei a barra e iniciei os movimentos, não demorou muito para que ele prendesse um elástico no meu pé e o puxasse para baixo com as mãos conforme eu subia o corpo, tudo para cansar mais ainda meu físico.
"velho maluco"
Draven
Eu soltei um suspiro ácido enquanto o magrelo discursava, eu estava totalmente impaciente e enjoado com esse papo todo de maquinário e tecnologia, até que enfim ele terminou o discurso me fazendo uma pergunta:
-Então, vai ajudar ou não?
-Já consegui o que eu queria, meu acordo era com a Senhorita Glasc, e não com os pés de chinelo dela.
-Olha... Nós temos muito para oferecer.
Eu suspirei e revirei meus olhos, eu não fazia ideia de que Renata havia sido presa quando estava vindo para cá, e acabou que eu estou há duas horas ouvindo um cientista, com planos malucos, típico de cientista que não teve reconhecimento, eu suspirei encarando o homem e questionando:
-Qual é seu nome mesmo?
-Singed, e esse é o Viktor.
Ele apontou para o homem de metal com uma garra estranha acoplada.
-E porque não te vi aqui antes?
-Eu estava, no hospital...Durante um bom tempo.
Eu franzi o cenho encarando ele, para mim é muito estranho esse negócio de virar máquina, se é que é isso que aconteceu, eu não faço ideia do que esse povo de Zaun é capaz. Eu encarei os dois iniciando o meu "discurso":
-Vamos ser claros, Singed, você quer homens, mas eu não quero nada, já tenho o que eu queria.
Singed caminhou até uma porta a abrindo e dela um robô gigante amarelo saiu, eu franzi o cenho e me levantei, a máquina parecia feita de lataria e andava de uma forma diferenciada, parecia ter vida própria, o que tornava ainda mais surpreendente.
-Viktor criou essa máquina, imagine as armas que pode criar para você?
Eu ponderei por alguns minutos e suspirei caminhando até a robô amarelo, eu encarei o robô que girou a cabeça de modo que parecia me olhar:
-Inacreditável.
O tal do Viktor riu e Singed tomou a fala novamente:
-O nome dele é Blitz.
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Opostos Complementares
FanfictionCaitlyn e Vi são pessoas completamente diferentes, com vidas diferentes e histórias muito distintas. Mesmo assim, vencer as diferenças pode ser necessário para um bem maior. Da diferença, nasce algo ainda maior do que tudo já conhecido por ambas. ...