Caitlyn
Eu despertei antes da rosada, um leve suspiro veio dos meus lábios ao encarar sua imagem ainda totalmente sem vestes, deitada de bruços, as cobertas cobriam apenas seu quadril, tanto suas pernas quanto costas estavam totalmente expostos, sua tatuagem nas costas tinha leves arranhões avermelhados, ela estava com o rosto virado para o outro lado, eu não sei ao certo se ela realmente está dormindo, mas a luz do sol tocava levemente sua pele, me sentei puxando a coberta sobre meu busto, fechei meus olhos recordando de tudo, realmente ela não me machucou, eu senti medo no começo, estou surpresa com tudo isso, eu não imaginei que eu fosse ter a capacidade de ir tão longe, fiz coisas que eu nem sabia como fazer, eu não perdi completamente a vergonha, mas não posso mentir, cada toque, palavra, cada gesto, tudo foi muito bom.
Meus dedos correram pelo meu rosto, eu me levantei caminhando até o banheiro, eu tomei a liberdade de por conta própria ligar o chuveiro, eu não sei como as coisas ficam agora, eu finjo que nada disso aconteceu? Ou eu toco no assunto? Acho mais simples deixar as coisas acontecerem, ou nada mais acontecer.
Assim que eu sai do banho vesti as roupas para descer novamente para Zaun, eu cheguei no quarto e a cama estava arrumada e sem ninguém, um suspiro sútil veio dos meus lábios e eu desci as escadas, esbarrei com sua imagem na cozinha, Vi usava um shorts preto e uma camisa branca, como se estivesse acordado agora, Ekko estava sentado em silêncio olhando para as mãos, no outro sofá o pequeno menino também se encontrava sentado.
Vi saiu da cozinha com um pote em mãos e uma xícara na outra, ela se sentou no sofá ao lado do menino o entregando a xícara com chocolate quente, o menino sorriu curto e ela correu a mão sobre os cabelos dele colocando o pote sobre o colo do garoto, estava aberto, haviam biscoitos amanteigados no pote.
Ela me encarou por um tempo, seu olhar agora era carregado, de algo que não sei explicar, parecia um desejo mais explícito, me deixou sem graça.
-Nós três precisamos conversar.
Ela afirmou se levantando e o menininho a encarou, Ekko deu um longo suspiro e Vi caminhou em minha direção, suas palavras vieram calmas.
-Bom dia, Cupcake.
-Bom dia...
Eu encarei Ekko que vinha logo atrás dela, a mulher subiu as escadas seguida por ele, a hipótese dele ter escutado me fez corar, eu apenas segui os dois, espero que não tenha que separar eles de uma briga.
Vi abriu a porta do quarto e se apoiou na parede cruzando os braços, Ekko suspirou assim que entrou, eu vim por último fechando a porta e me encostando nela, Vi sequer esperou ele se sentar para falar:
-Conta o que realmente aconteceu.
-Você ainda está irritada não está?
-É Óbvio, eu criei você moleque! -A resposta ríspida e repleta de raiva era notável.
-Se está com tanta raiva porquê quer ouvir?
-Pra decidir se você vale a pena, ou se eu posso dar uma surra em você e te abandonar por aí.
Ekko pareceu irritado com as palavras e eu suspirei pesadamente, eu não tenho ideia de como acalmar esses dois.-Temos uma criança na sala.
Ambos me olharam, pelo visto eu consegui a atenção deles, e a calma também, Vi confirmou e Ekko olhou para o chão, eu iniciei minha fala:
-Se você se arrependeu ou não, não muda o que aconteceu; a coisa mais inteligente a se fazer, é se unir a nós e passar as informações que você conseguir, para agir com sabedoria e exatidão...Ou sair fora disso tudo.
Eu sugeri, Vi pareceu ponderar e Ekko confirmou após um longo tempo em silêncio, ele logo se pôs a falar:
-Você tem razão...Mas e o Otta?
-Otta é o menino? -Vi perguntou e ele confirmou, ela deu de ombros.
-Como vamos fazer? -O rapaz perguntou.
É o garoto não teria um lugar para morar, eu não havia pensado nisso, Vi suspirou e negou com a cabeça, sabíamos que ele não poderia ficar ali, Vi tocou seus cabelos correndo a mão por eles, uma bomba relógio ativada, todas as vezes que ela fez isso na delegacia, algo explosivo veio, geralmente uma discussão.
-Orfanato.
Ekko a encarou surpreso, ela deu um leve suspiro, eu achei tão pesado quanto ele, meu olhar tinha um pouco de peso para ela, deixar o garoto no orfanato não parecia a melhor escolha, Ekko deu um riso debochado, ótimo está rindo do perigo, ele logo tomou a fala:
-Vi, você já perdeu seus pais, e está sugerindo isso?
-Ele não é como eu ou você, e nem precisa viver o que nós vivemos.
Ekko suspirou, ele negou com a cabeça eu concordo com ele, mas me mantive calada, para mim seria impossível abandonar uma alma sozinha depois de tirá-la do buraco, mas Vi pareceu não ter dificuldade com isso.
-Vi, ele só tem a gente agora, salvamos ele, suas expectativas vão ser mortas se deixarmos ele.
-Estar com a gente, não é seguro! -Vi suspirou e negou ela o encarou com um olhar predatório. -Esse menino vai morrer se ficar com a gente e a culpa vai ser nossa!
-Não vou deixar que aconteça.
-Como pretende fazer isso? Como eu tentei com Mylo e Claggor?
-Não é porque você fracassou, que eu também vou!!
Eu arregalei meus olhos, diferente do que eu imaginei Vi não se irritou, ela apenas pareceu surpresa e chateada, ela confirmou algumas vezes e colocou as mãos no bolso.
-Faça o que quiser, a culpa não vai ser minha...Mas você não faz ideia do que é esse peso.
Ekko engoliu a seco como se tivesse se arrependido do que falou, ele suspirou, confirmou com a cabeça se levantando.
-Vou ver se consigo me infiltrar, mandarei notícias, até mais Vi, até mais Piltie.
Ele caminhou em minha direção e eu saí da frente da porta, ele passou por mim e desceu as escadas, Vi negou com a cabeça e me encarou, provavelmente ela sabe que eu concordo com ele.
-Vamos pra Zaun.
Ezreal
Eu estava sentado no local onde o cetro me atingiu, talvez eu estivesse esperando que algo me atingisse novamente, eu havia descoberto algumas coisas interessantes, a primeira delas, é que estou sendo seguido, mas não podia colocar aquelas informações na carta que estava escrevendo para Vi, eu estava pensando em como seria quando eu voltasse, será que tudo deu certo? Será que deu errado? Será que elas estão bem? Será que algo saiu do controle?
Dentro de Demacia eu descobri uma coligação seria com alguns incidentes de Piltover, me parece que o Xerife já esteve aqui algumas vezes, mas até o momento era só teoria, eu precisava da mente argilosa da Caitlyn para entender bem, e da habilidade de dedução de Vi, mas se eu estiver correto, não tenho muito tempo para voltar, e preciso me livrar desses dois caras me seguindo, e o pior, terei que fazer escondido do Xerife, ele não poderia saber, já que eu acho que ele faz parte disso tudo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Opostos Complementares
FanfictionCaitlyn e Vi são pessoas completamente diferentes, com vidas diferentes e histórias muito distintas. Mesmo assim, vencer as diferenças pode ser necessário para um bem maior. Da diferença, nasce algo ainda maior do que tudo já conhecido por ambas. ...