Vi
Óbvio que eu estou puta, não só porque a Caitlyn me comparou com essa garota que ela conhece há menos de duas horas, mas também porque essa garota encarou a gente com superioridade, talvez pareça implicância? Talvez...
Mas tem um problema, eu não tô gostando muito desse papo furado todo, nesse exato momento estávamos indo para aguamansa, e eu estava pensando, "Que merda eu fiz pra merecer isso?"
A Caitlyn e essa tal Riven estavam conversando, e eu estava sentada em completo silêncio, era quase como se eu nem existisse e isso está me causando incômodo...Ciúmes? Talvez, mas eu não tenho moral pra admitir isso, muito menos para dizer algo sobre isso.
Eu estou tentando afastar essa sensação, mas essa situação não tá ajudando.
No fundo eu não sei se essa garota mexe com a minha insegurança porque a Caitlyn não tem me dado moral...Ou se eu estou ficando maluca...Ou se eu só estou puta porque desde de que ela e eu entramos nesse barco o papo entre as duas está sendo gigantesco, e eu posso facilmente me comparar com o motor do barco, só estou aqui por necessidades...Na verdade o motor consegue ser mais útil que eu.
Eu encarei as duas e Caitlyn se levantou caminhando até a ponta do barco, ela encarou a prisão e quando eu me levantei para ficar ao lado dela Riven se colocou ao lado da mais alta.
Eu revirei meus olhos levemente, a sensação que eu tinha aqui, era de que a mulher de cabelos brancos estava roubando meu espaço.
Mas essa é uma ilusão fodida...Eu nem tenho um espaço!
-Estamos chegando.
Caitlyn afirmou encarando a prisão.
-Obrigada.
-Não precisa me agradecer. -Caitlyn encarou os olhos da garota sorrindo e eu revirei novamente os meus olhos. -Vi, você pode interrogar a Renata?
-É pra isso que eu vim mesmo.
Caitlyn me encarou sobre o ombro me fuzilando com os olhos, eu dei de ombros e desviei o olhar cruzando os braços.
Assim que o barco tocou o solo eu desci e caminhei na frente das duas, não tô afim de ficar ouvindo papo furado.
Quando entramos o recepcionista nos recebeu bem, eu entrei antes delas no corredor, Riven ficou esperando do lado de fora da sala de interrogatório e Caitlyn entrou na sala logo depois de mim.
-Qual é o seu problema!?
A Xerife subiu um pouco a voz comigo e eu suspirei pesadamente, jura que ela não sabe? Ela nem olha na minha cara, não fala comigo direito e ainda quer que eu saia sorrindo por aí.
-Eu? Eu tenho um problema? Então me diga qual é o meu problema?
-Você está sendo estúpida, sem razão nenhuma, está sendo grossa e está o tempo todo calada.
-E por que isso te surpreende? Não é exatamente isso que eu sou? Estúpida? Grossa? Rude...Boçal como diz sua mãe.
-Eu não gosto disso em você.
-Á, e quando você gostou de algo em mim que não fosse pra foder você?
No mesmo instante em que eu falei eu senti um forte tapa sobre meu rosto, era o segundo tapa na cara que eu levava dela, mas confesso que esse eu mereço, eu estava com tanta raiva que acabei não pensando pra falar.
Eu respirei fundo fechando os olhos e apertando os lábios, estava tentando me acalma, eu encarei os olhos dela quando minha mão tocou meu rosto.
-Vai me bater?
Ela questionou parecendo irritada e eu neguei com a cabeça me sentando na cadeira, eu suspirei pesadamente falando baixo:
-Eu nunca faria isso.
Ela se sentou na cadeira ao lado da minha e nenhuma palavra a mais foi dita, meu rosto ainda estava doendo, mas mais do que isso, eu sentia um misto de dor dentro de mim, se revirando como se eu pudesse vomitar de tanta angústia.
Eu engoli a seco, se eu tivesse o mínimo de coragem eu diria exatamente porque estou assim, algo do tipo:
"Porra a qualquer momento pode aparecer alguém melhor do que eu aqui, e eu só não quero perder você...Mas, como eu vou perder algo que nem é meu?"
Eu quis por um momento pedir desculpas mas eu não tinha coragem de encarar ela, então apenas fiquei em silêncio com os olhos presos no chão, eu senti uma forte vontade de sair daquele lugar no mesmo momento.
Caitlyn
Eu estava extremamente irritada com Violet, mas admito que eu passei dos limites dando o tapa na cara dela, e o pior eu depositei toda a minha raiva nele, e agora ela está calada olhando para o chão, e eu quero pedir desculpas, mas suas palavras me quebraram, então era isso que ela pensava? Que eu usei ela para satisfazer meus desejos? Sério? Nunca passou pela cabeça dela que eu gostava da forma como ela era sútil comigo, ou da forma como tentava ser delicada quando eu estava ferida, ou de quando ela me chamava de Cupcake...Até mesmo a forma como ela prestava atenção em mim, seu olhar sempre capturando os mínimos detalhes, e como ela evitou qualquer contato comigo quando eu estava bêbada, apenas para que eu não me sentisse um objeto.
Eu corri a mão pelo rosto, aquela sensação horrível estava me consumindo, eu tenho noção que a machuquei agora, e eu nunca quis machucar ela, mas seu silêncio e seus olhos presos ao chão sem sequer piscar deixavam nítidos, eu acabei de quebrar o respeito entre nós, e como recuperar algo tão delicado?
Quando Renata entrou na sala trazida pelos guardar ela nos encarou, ela foi algemada na mesa, Vi a encarou e engoliu a seco.
-Veio me visitar traidora de Zaun?
Ela direcionou o olhar para Vi, seu desprezo era nítido, eu encarei a rosada que suspirou fundo como se afastasse seu íntimo de suas obrigações, construindo novamente em instante a carapaça de quem nunca se fere, nunca se machuca e é inabalável, mas no fundo de seus olhos eu percebia uma brecha, talvez, eu tenha a machucado de verdade, se parar para analisar, ela está sempre completamente só, e sempre se mostra da forma que se mostrou nesse momento, firme, inabalável.
-Nós viemos para ouvir de você, que porra você fez com Ezreal? O que é aquilo? Você já forneceu para alguém?
-Á, o menino do teleporte, o nome disso é ciência meu bem.
Vi franziu a sobrancelha e puxou a mulher pelo colarinho, Renata arregalou seus olhos.
-Escute com atenção Glasc, eu não estou interessada em deboche ou em ironia, eu quero respostas, e se você não der, a gente vai brincar um pouco...Mas acho que você não vai curtir.
Ela soltou o colarinho da mulher e caminhou até ela parando ao lado dela e apertando seu ombro, eu pude notar a expressão de dor da Renata e ela se abaixou encarando a mulher e perguntando novamente:
-Vai ser por bem ou por mal?
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Opostos Complementares
FanficCaitlyn e Vi são pessoas completamente diferentes, com vidas diferentes e histórias muito distintas. Mesmo assim, vencer as diferenças pode ser necessário para um bem maior. Da diferença, nasce algo ainda maior do que tudo já conhecido por ambas. ...