O homem observava sua mão ser enfaixada, uma faixa que estava manchada com o resquício de sangue recém contido pela enfermagem. Mas a ardência e a dor causada pelos socos desferidos não era nada comparado ao stress que afligia o consciente de Atthaphan Phunsawat. - Ele havia deixado a emoção subir a cabeça mais uma vez, e provavelmente essa teria sido a sua última chance, caso o chefe do departamento de polícia fosse competente.Arrumando seu blazer enquanto caminhava pelos corredores da delegacia, havia um agente indisposto que estava prestes a acatar as ordens de seu superior. Seu nome era Jumpol Adulkittiporn, um homem cujo a postura era quase impecável: competência, físico, inteligência, disciplina e autocontrole. Seria perfeito se não fosse por um detalhe: sua péssima performance em equipe.
Adulkittiporn observou Phunsawat entrar na delegacia com seu ar costumeiro de egocentrismo e infantilidade. Ele caminhava de peito estufado, sua postura fazia o policial suspirar em frustração. Apenas olhar para seu rosto lhe causava uma imensa aversão, e ele ainda se questionava como alguém como Atthaphan poderia se dar tão bem com todas os parceiros que já trabalhavam ao seu lado.
- Ouvi dizer que o delegado Caskey quer conversar com você agora, P'Gun. Está com medo? - Ramida, a última parceira de Gun até o momento, estava sentada em sua mesa lendo alguns formulários que lhes foram entregues pela manhã. Mas parou para questionar sobre os sentimentos de seu ex-companheiro.
- Eu já estou esperando que seja meu último dia aqui, resolvi inclusive degustar desse café aguado uma última vez. - Respondeu com um largo sorriso, o que Jumpol considerava uma postura egocêntrica, Ramida julgava ser imponente.
- Por que tem tanta certeza?
- Separaram a gente, disseram que você não tem mais nada a usufruir com alguém como eu, e do jeito que Chanagun falou pelo telefone, não pareciam ser boas notícias me esperando aqui.
- Isso não significa nada, você já teve muitas parceiras e parceiros durante seus oito anos de carreira como agente especial. E Chanagun nunca dá notícias de bom humor.
- É ótimo ver o seu esforço pra me acalmar. - Ele riu, mas no fundo queria derramar algumas lágrimas.
- Esse era o meu trabalho até três dias atrás.
Gun olhou para o seu relógio de pulso e deu seus últimos goles naquele café.
- Preciso ir agora, nong. Volto para me despedir mais tarde, não quero que Caskey esfregue na minha cara a minha irresponsabilidade mais do que já vai.
- Boa sorte, Gun. Confio em você.
- Obrigado, aposto que é a única nesse momento. - Ele acena para a mulher e aperta o passo até o escritório do delegado. Duas batidas são o suficiente para que ele tivesse permissão para entrar. Seria muita covardia de sua parte já estar com o distintivo em mãos, pronto para apenas deixá-lo na mesa, se virar e nunca mais olhar para aquele lugar. Mas ele admitia a si mesmo que aquela era uma vontade que o consumia por completo.
- Tão pontual. - Gawin comentou enquanto encarava o homem cujo o rosto não entregava qualquer sinal de nervosismo, adentrar em sua sala e sentar-se na sua frente.
- Eu não posso decepcionar nisso também, senhor.
O delegado respirou fundo e encarou o teto enquanto sorria:
- Sabe o que eu admiro em você, Gun?O pequeno se manteve em silêncio, ele não desejava presumir nada naquele momento, por mais que tivesse a resposta na ponta da língua.
- Você se dá muito bem com os seus parceiros de equipe. Durante minha entrevista com Jiranorraphat, ela aproveitou todas as chances que pôde para te elogiar e dizer que você foi o único que conseguiu fazer ela se sentir completamente confortável dentre todos os parceiros que teve. Também citou que você pensa rápido, é leal e extremamente protetor. Essa é a sua maior qualidade.
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Parceiros - Offgun
FanfictionDois homens de temperamentos completamente opostos, que servem ao departamento de investigação criminal, enfim descobrem algo que ambos tem em comum: estar próximos ao olho da rua caso não provem seu devido valor. E para a infelicidade dos dois, a ú...