Jumpol estacionou e ajudou Gun a descer do carro, quando os dois entraram na casa, Hana estava assistindo à um filme na sala. E a chegada de ambos os homens a fez virar o rosto e deparar-se com a cena que deixou-a em pânico.
A mulher se levantou e correu imediatamente até os dois:
— O que aconteceu?
— Fotos nossas foram vazadas na central da RFAT. - Jumpol fez uma pausa, e com dificuldade completou: - Somente Gun apareceu nelas, mas sabiam que ele estava com um homem.
Hana encarou Atthaphan, que em seu estado miserável sequer conseguia dizer que estava tudo bem. O olhar da mulher já dizia por si só o que ela sentia; pena. E não havia nada que Phunsawat odiasse mais do que pena.
— Vá tomar um banho, Gun. Depois venha aqui e vamos dar um jeito nos ferimentos, tem um banheiro no andar debaixo, e toalhas na gaveta da pia. - A mulher indicou e o homem acenou, largando Jumpol enquanto desaparecia pelo corredor.
Hana apressou-se a pegar o kit de socorros, e quando voltou para a cozinha, seu filho ainda estava ali, parado no mesmo lugar. Ela deixou a caixa no balcão e caminhou até Off, que encarou sua madrasta de volta.
A mulher esperava que o homem falasse alguma coisa que o fizesse parecer forte e impetuoso como o de costume, mas para a sua surpresa, Adulkittiporn começou a chorar. Hana arregalou os olhos e permitiu que seu filho a abraçasse, enquanto acariciava suas costas.
— Eu não queria ser o culpado de tudo isso. - A voz praguejada foi com dificuldade ouvida por sua madrasta, que respirou fundo. Jumpol nunca chorou em frente a sua família, a vida não o permitia fazer tal coisa, considerada por seu pai tão fraca e humilhante. Então, mesmo que seus olhos estivessem desperdiçando água como uma torneira aberta, ele não emitia nenhum som, apenas a feição espalhafatosa de um coração em pedaços.
— A culpa não é sua, Off. A culpa é do mundo, um mundo que já andou tanto e mesmo assim está muito longe de mudar. Quando você era novo, o seu pai costumava ficar com raiva por você não seguir os padrões convencionais dele... no fundo eu sabia que tinha algo diferente. - Ela respirou profundamente e se afastou, secando as lágrimas de seu filho com a manga de seu suéter caramelo: - E eu tive medo, porque quando eu olhava para o seu pai eu via o reflexo do que esse mundo é. E do que você teria que lidar quando o dia chegasse... o dia chegou, e apesar de não ter sido você quem se machucou fisicamente, eu sei que está tão acabado quanto o seu homem. Sei disso porque nunca te vi chorar, e eu sou a sua mãe.
— Eu deveria ter sido mais cauteloso. Deveria ter ouvido ele, deveria ter...
— Não remoa o que você deveria ter feito, filho. Faça o que você ainda pode fazer... e dentre essas coisas está cuidar do seu homem que agora está provavelmente com muito medo que você volte atrás da sua decisão de estar com ele, sabendo as consequências.
— Não, ele... ele não pensaria algo assim.
— Gun está tão preocupado com você que nem sequer sentiu a dor do próprio corpo. Quando entraram ele te olhava, e continuou te encarando até encontrar o banheiro... seu namorado está apavorado, filho. E não é por ter sido agredido no trabalho, porque ele com certeza já passou por algo parecido antes. - Hana suspirou, massageando seus olhos que por alguma razão doíam: - Quando você assumiu ele oficialmente, eu fiquei aliviada. Porque eu sei que vão sofrer muito nesse mundo, mas também sei que ao seu lado está alguém que lutaria por você, mesmo que tivesse tudo à perder. Sei que está sangrando também, mas seu namorado foi forte por você, então é a sua vez.
— O que eu posso fazer, mãe? Eu não consegui proteger ele... de novo.
— Entre lá e fale com ele. - Ela olhou para os próprios pés, e então para cima, puxando ar para os pulmões: - Eu não te criei para ser como o seu pai. Se você gosta de alguém, o bastante para se importar... então faça por essa pessoa o que você pode fazer, sem ficar remoendo o que não fez. Porque isso não vai te levar a nada.
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Parceiros - Offgun
FanfictionDois homens de temperamentos completamente opostos, que servem ao departamento de investigação criminal, enfim descobrem algo que ambos tem em comum: estar próximos ao olho da rua caso não provem seu devido valor. E para a infelicidade dos dois, a ú...