96) Volante

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Jumpol acordou com uma dor aguda na cabeça, ele sentou-se na cama que antes deitava, pressionando sua nuca. Olhou em volta e não demorou a raciocinar: estava no hospital, e estava sozinho.

— Merda, o que foi que eu fiz? - É claro que Off gostaria de não estar sozinho, mas também não gostaria da companhia de um enfermeiro ou qualquer amigo. Ele queria que Atthaphan estivesse ali, mas não estava.

Ou pelo menos foi o que pensava, até ouvir a porta do quarto se abrir, e um homem segurando um copo de café travar de olhos arregalados ao encarar o agente despertado.

— Oh... você está aqui. - Off estava aliviado, mas seu tom era ilegível, então poderia ser interpretado de modo errôneo também.

— É claro que estou. - Gun fechou a porta: - Você é o meu parceiro de equipe, eu não posso ir sozinho para a boate.

— Liam pode me substituir.

— Ele não é bom o bastante.

— O que aconteceu comigo, Gun? - Foi direto, não queria perdurar o assunto provocando o outro homem que não estava adepto a ideia de ser o seu ex. Não que Off estivesse receptivo a isso, ele odiava pensar no assunto, pois sempre lhe subia um gosto amargo na garganta.

— Você não se lembra?

— Faz alguns dias que andam acontecendo... coisas comigo, das quais eu não me lembro.

— Coisas? Que tipo de coisas? - Atthaphan aparentava preocupação genuína, mesmo após Off tê-lo machucado emocionalmente, doía vê-lo se importar tanto. Mas talvez, vendo o mundo da perspectiva de Jumpol, Gun poderia entender seus motivos para o querer longe.

— Anteontem... eu fui acordado por um coveiro, eu estava dormindo no cemitério que a minha mãe foi enterrada, e eu estava... escondido em uma sepultura. Então o guarda noturno não me encontrou. A questão é que eu não sei como e nem porquê eu cheguei lá.

— Off... - Phunsawat se aproximou e levantou a mão para toca-lo, mas hesitou, e Jumpol abaixou a cabeça.

— Eu estou enlouquecendo, Gun. Me desculpa... eu não posso te envolver nisso. Eu seria infeliz te prendendo comigo.

Atthaphan franziu o cenho e desviou o olhar, Jumpol reconhecia o que acontecia quando seu parceiro fazia isso. Gun estava segurando lágrimas.

— Droga... - Gun começou a rir, olhando para cima com os olhos vermelhos, enquanto andava pelo quarto: - Eu estou com tanta raiva.

— Eu não te culpo.

— Não estou com raiva de você, Jumpol. Estou com raiva de mim... por que não me contou que as alucinações pioraram? Por que não falou sobre a perca da consciência?

— Gun, por favor... - Jumpol estava cansado. Explicar que ele não queria envolve-lo em seu próprio caos, o colocando em risco de vida pelas próprias mãos de Off, não era o bastante. E não haviam outras razões para Adulkittiporn que fossem tão válidas e sensatas quanto essas: - Eu preciso que entenda, que eu não quero esse tipo de vida pra você. Não quero que você fique com medo de dormir a noite porque tem um descontrolado do seu lado, não quero que você perca noites e dias de sono no hospital. Eu me tornei um fardo, Gun, e não consigo mudar isso, mesmo que eu grite e implore para parar o tempo inteiro.

— Mas eu quero. Eu quero cuidar de você, eu quero estar com você na estabilidade e instabilidade, foda-se, Jumpol, foda-se pra caralho... eu queimaria o mundo por você. Eu quero lidar com isso, eu quero o seu caos.

— Você é maluco.

— Você está maluco, e eu sou maluco. Então vamos ser completamente insanos juntos, P'Off. Eu não me importo de acordar toda noite e ter que fugir de você porque está jogando coisas aleatórias em mim, está tudo bem.

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