106) Bem-vindos a bordo

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Gun nunca havia visto um cruzeiro de perto, sendo ele tão assustadoramente grande que lhe tirava o fôlego e o deixava tonto apenas por olhar. Off estava ao seu lado e lhe estendeu a mão, enquanto a outra se ocupava com malas. Atthaphan entrelaçou seus dedos aos dele e respirou fundo:

— Eu sempre quis viajar em um cruzeiro. Mas não gostaria que fosse assim.

— Podemos fazer um cruzeiro até a Grécia e desembarcar lá.

Atthaphan riu:
— Você está planejando a lua de mel antes mesmo de planejar o casamento.

— Só porque eu sei que te dar experiências memoráveis fora daqui é importante pra você.

— Obrigado, meu amor. - Ele resmungou: - Tem ideia de que estamos entrando em um lugar onde cinco a cada seis pessoas são mafiosas? - Murmurou, mas não havia tom de surpresa em sua voz, eles já haviam enfrentado e se deparado com diversos casos extremos como aquele.

— As vezes você se arrepende de ter escolhido essa profissão?

— Hnm, eu acho que todos nós passamos por um período onde nos "arrependemos", é claro que eu já vivi essa fase. Mas estou feliz aqui.

— E mesmo assim, você queria jogar tudo fora por minha causa.

— A diferença é que eu me vejo sem o meu trabalho, mas não me vejo sem você.

Off suspirou, deixando um beijo na bochecha alheia:
— Você não vai viver. Agora vamos calar a boca para embarcar.

E assim fizeram, onde já a bordo foram recepcionados por uma mulher bem vestida e extremamente sorridente:

— Vocês são os dançarinos, não é? O meu nome é Namtephon.

— Somos, acredito que os nossos nomes já estejam na ficha. - Off a cumprimentou e Gun fez o mesmo.

— Vou levá-los ao local onde vão dormir, e passarei algumas instruções. - Os dois permaneceram em silêncio, apenas observando os arredores afim de discutirem qualquer coisa fora do normal durante a madrugada: - Bom, vocês terão uma apresentação de abertura a partir das 20:00 no salão principal, depois estão livres para fazerem o que quiserem. O consumo de bebidas e comidas é livre, fiquem à vontade. - Ela entrou em um corredor de portas e parou em frente a uma delas, estendendo uma chave ao Jumpol, que a recolheu: - Esse é o seu quarto.

— O meu quarto?

— O quarto dele? - Os dois perguntaram quase ao mesmo tempo.

— O seu é no andar de cima, no 317, é só subir por essa escada e virar a direita. - Ela sorriu, entregando a segunda chave nas mãos de Atthaphan: - Vou deixá-los agora, tenho outros funcionários para recepcionar. Não se esqueçam da grade de horários. - Ela lhes estendeu uma prancheta e curvou-se antes de sair.

Quando a perderam de vista, Gun olhou para o objeto em suas mãos com o cenho franzido.

— Quartos separados? - Off foi o primeiro a questionar: - O Caskey enlouqueceu?

E então, a feição de Atthaphan esboçou que ele havia lembrado de algo, mas não era algo evidentemente agradável;

— Não foi o Caskey.

— Como assim não foi o Caskey?

— Foi o sargento. E ele não sabe que estamos em um relacionamento.

— O sargento está envolvido demais nesse caso nos últimos meses, você não acha?

Atthaphan se manteve em silêncio, havia entrado em um consenso consigo mesmo que Jumpol não saberia sobre a consequência de seus atos até que essa missão chegasse ao fim, e caso Gun não voltasse dela com vida, o segredo seria enterrado com ele.

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