84) Atraso

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Talvez fosse por volta das seis da manhã, Gun acreditava nisso, pois quando acordou o sol que iluminava seu rosto era fraco, e para a Tailândia isso não era comum, além disso, o céu estava particularmente claro, o suficiente para que ele precisasse proteger seus olhos com as mãos, observando o homem na sacada, que ele acreditava estar apreciando a paisagem.

- Que horas são? - Atthaphan questionou e Jumpol o encarou por cima dos ombros. Ele sorriu para o homem nú, coberto somente por um lençol branco, seu cabelo emaranhado e seu pescoço e clavícula cheias de marcações que continham a assinatura de Off; uma visão por ele compreendida como tão bela quanto aquela que ele observava pouco antes.

- Sete e quinze.

- O que está fazendo acordado tão cedo em um domingo? - O menor questionou com sinceridade, puxando roupão antes jogado ao chão, o vestindo e recolhendo um cigarro, indo em direção a sacada: - Posso? - Indicou a droga entre seus dedos.

- Fique à vontade. - Jumpol deu de ombros e Gun assim o fez, ascendendo para logo após respirar fundo: - Como se sente hoje? Ontem estava tão estressado por conta do caso que parecia prestes a se desintegrar.

- Eu estou bem. - O menor se inclinou para dar um beijo e um cheiro na bochecha de Off, que fechou os olhos e sorriu por instantes: - A questão é que já de passou uma semana e nada, Caskey normalmente era mais rápido. Não sabemos onde as crianças estão e quanto mais tempo demoramos mais coisas acontecem com elas sem ninguém fazer ideia. Isso realmente me estressa.

- Mas não temos muito o que fazer, o departamento de investigações não terminou de mapear o lugar e por ser um lugar particularmente longe, Caskey está tendo problemas com o nosso transporte.

- Eu entendo isso. - Gun tragou, e observou a fumaça se dispersar: - Mas não deixa de ser frustrante. Não consigo nem aproveitar a minha folga direito desse jeito.

- Hnm. - Jumpol deu alguns passos para abraçar Atthaphan por trás, beijando seu pescoço. Gun por sua vez sorriu e tombou a cabeça para o lado, respirando fundo antes de abrir os olhos novamente:

- Você não vai conseguir o que está procurando.

- Eu não estou procurando nada.

- Imoral.

- Sempre sou eu o imoral, não é? Demonstre gratidão por eu ter aliviado o seu stress.

Atthaphan riu, se virando para ficar frente a frente de seu parceiro, apoiado na grade da sacada.

- Obrigado, Papi. - Gun tocou o queixo de Jumpol e o puxou para que ele matasse a sede de beija-lo pela manhã. Mas Atthaphan apenas provocou-o sem ir em frente.

- Está brincando comigo?

- Eu vou escovar o dente. - Se defendeu.

- E depois vai terminar o que começou?

- Talvez. - Gun não só escovou seus dentes como entrou no banho para fazê-lo. Off encostou-se no batente da porta cruzando os braços, e sua voz alta atravessou a água que cobria o corpo do menor.

- Deveríamos sair hoje, amor.

- Pra onde? - Questionou-o no mesmo tom alto, no entanto, abafado.

- Eu não sei, mas acho que você precisa esfriar a cabeça e não pensar no trabalho pelo menos por agora.

- E que tal jantar? No mercado noturno. - Questionou-o, abrindo o box só o suficiente para que Off pudesse ver seu rosto.

- Se é o que você quer então faremos isso.

- Ótimo, e avisa a Hana que vamos almoçar com ela. - Finalizou, fechando seu box outra vez.

- Oh, você quer a chave da minha casa também?

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