Parceiros - Offgun

103) Vistoria

A delegacia não estava movimentada, era mais um dia perfeitamente normal para todo mundo. Todo mundo menos Off e Gun, que ainda estavam vivendo as núpcias de seu novo status de relacionamento, Atthaphan tirava as bolsas de seu carro e Jumpol recolhia os armamentos para fiscalização e limpeza.

— P'Off, você trocou o curativo hoje de manhã? - Atthaphan questionou enquanto entrava com seu parceiro na delegacia, ambos apresentando seus distintivos e recebendo o acesso da recepção.

— Hnm...

— Você se esqueceu. - Concluiu com amargor.

— Foi uma correria hoje de manhã, amor, é dia de fiscalização e exame.

— Você ainda precisa do seu braço funcional, Jumpol. - Repreendeu: - Vá até a enfermaria depois de deixar as armas na sala da perícia, vamos dar um jeito nisso.

— Tão doce.

— Idiota. - Negou com a cabeça, sorrindo para Off: - Vá, mas vá rápido, se atrasarmos para a retirada de sangue, o sargento vai emoldurar nossas cabeças na parede.

— Sim, senhor. - Ele apertou o passo para longe e Gun foi até o vestiário, largando as bolsas em ambos os armários.

— Depois que eu sair daqui, vou beber até cair. Uma semana sem álcool por causa de um exame de sangue? - Um dos homens que havia acabado de entrar dizia isso enquanto ria com alguns colegas. Atthaphan fechou e trancou o armário de Jumpol, prestes a sair: - Trocou de armário, Gun?

O menor parou o que estava fazendo e negou com a cabeça:
— É o armário do meu parceiro.

— Você tem acesso? - Ele riu, se encostando no seu próprio: - Que intimista. Ei, conta pra gente, é verdade que ele te come?

Gun franziu o cenho, observando os outros quatro homens atrás dele sussurrando e rindo um para o outro enquanto encaravam Atthaphan de relance.
— O meu relacionamento com Khun Off é extremamente profissional, somos parceiros que estão praticamente vinte e quatro horas por dia juntos porque, adivinha só, estamos dentro de um dos casos mais difíceis que esse departamento já viu. - Atthaphan cruzou os braços, tombando a cabeça para o lado: - Então, é óbvio que temos muita intimidade, mas é melhor enfiar essa mente suja na mesma merda de onde ela veio.

— Oh, você está tão estressado. Todos aqui sabem que você é gay, não surpreende ninguém, mas coitado de P'Off. Ele não deveria virar a mesma coisa por causa de um parceiro, eu espero que ele te largue como fez com todos os outros parceiros antes que se contamine.

— Por que está tão interessado nas minhas intimidades, agente? Não acha isso um pouco suspeito? É melhor me deixar em paz antes que eu te contamine também. - Afiou, enviando um selinho no ar para o homem que o provocava, revirando os olhos logo em seguida enquanto o outro profissional entortava a cara e dava um passo para trás.

— Se tentar, não vou ter pena de fazer você virar gente a socos.

— Já matei homens maiores que você, senhor Gongchana, você vai acordar no inferno muito antes de sequer conseguir colocar a mão em mim. Não é porque não sou mais um soldado que me tornei um santo, o apelido que tenho por aqui existe por um motivo. - Gun estava prestes a sair, mas o outro homem aumentou a voz.

— É melhor abaixar esse ego, Atthaphan. Se acha o melhor entre nós, que ninguém consegue alcançar ou tocar, mas é só uma puta na profissão errada. Por que não vende aquelas fotos que vazaram de você, hein?

Atthaphan riu, com sua língua deslizando por seus dentes:
— Que ótima ideia, eu vou vender. - Acenou: - Afinal eu sei que já vou ter um comprador que vai valer por dez, o que vai fazer com as fotos quando comprar elas hein? Emoldurar no seu quarto?