8) Primeiro dia

161 17 24
                                    

A boate ficava ativa a partir das dezoito para todos os públicos, sendo eles convidados ou não. No entanto, aqueles que tinham o convite eram levados à uma porta que ficava no segundo andar da boate, onde Off e Gun estavam. Ou pelo menos Jumpol, porque Atthaphan ainda não havia aparecido.

Mas o agente sabia onde seu parceiro estava, e era por trás de uma porta vermelha, atrás do palco ao qual homens dançavam por dinheiro. O show deles estava no fim, e quando a música parou os próximos dançarinos entraram, ali estava Phunsawat. Ele vestia um short curto e colado, e uma blusa arrastão, ambas pretas. Era nítido na ponta de suas orelhas como ele estava envergonhado, mas nada além da vermelhidão na região expunha isso, já que a sua postura permanecia sensual e profissional. Ele estava ali para uma coisa e faria corretamente.

Sem notar, o olhar de Adulkittiporn dormiu como um vagalume dominado pela luz de uma lâmpada florescente. Por alguns segundos ele se esqueceu completamente de que tinha clientes para atender, e só despertou de seu transe quando a voz masculina e aguda direcionou-se a ele.

- É uma pena que a atração mais bonita da noite não esteja a venda.

- Está falando comigo? - Off apontou para si mesmo e o homem com cabelo raspado e vestes chamativas acenou sorrindo: - Vou levar como um elogio, o que deseja pedir?

- Tem alguma recomendação?

- Eu gosto muito do Salvatore's Legacy.

- Está querendo me falir, querido?

- Talvez. - Respondeu em tom divertido, e o homem na sua frente riu cobrindo os lábios.

- E se eu pagar, você vem junto?

- Vou ter que perder essa oportunidade. Eu sou comprometido.

- Oh, querido... eu não estou vendo seu namorado por aqui.

Jumpol apontou para o palco e o rapaz virou para trás, tentava adivinhar qual dos dois tinha a sorte de namorar um dos homens mais atraentes que já conheceu.

- Um homem tão bonito quanto você namora uma puta barata?

- Venha cá, vou te contar um segredo.

Off forçou um sorriso e se inclinou para ficar mais próximo do cliente, enquanto usava o indicador para pedir que ele se aproximasse também, o que ele fez sem questionar.

- O que o meu namorado ganha apenas dançando, você não ganharia nem fodendo com essa boate inteira. Tenha um pouco mais de respeito, um herdeiro como você não sabe sequer como funciona a vida real, e quer julgar o trabalho alheio? Se considera superior mas está aqui, em uma boate atrás de alguém para foder usando seu dinheiro, porque se estiver sem ele não consegue nada.

- Você é... - O homem se estressou e bateu contra a bancada, Off sorriu e se afastou escolhendo uma taça para limpar.

- Vai querer um Salvatore's Legacy? Ou prefere algo mais barato como um Martini?

- Fique aí com o seu ego imundo. - A resposta seca seguiu de um rapaz se afastando em passos pesados, e um agente infiltrado segurando uma sincera risada.

- Como anda o trabalho, Off? - O provisório chefe se aproximou animado e apoiou-se no balcão.

- Esse lugar é sempre cheio assim? A clientela não para.

- Sempre mantenho um bom fluxo de contatos. E temos ótimas atrações, não acha? - A entonação teve intenção de provocar Adulkittiporn, ao apontar para o seu parceiro roubando a atenção de homens com o dobro de sua idade.

- Eu tenho certeza. - Mas a resposta não atingiu as expectativas do cafetão, no entanto, o intrigou.

- Você não parece se importar com o seu garoto, se eu tivesse um pedaço de carne como aquele não gostaria de dividi-lo.

Parceiros - Offgun Onde histórias criam vida. Descubra agora