62) Major-General

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Era manhã de segunda-feira, Jumpol havia voltado para casa antes do sol raiar em busca de dialogar com a sua madrasta. Então, quando ela acordou, seu filho já preparava um café da manhã, a base de um bom remédio para conter sua ressaca.

— Off? Você já está em casa? - A mulher coçou seus olhos enquanto descia as escadas, e Off que naquele momento preparava uma tortilha olhou pra trás.

— Bom dia, mãe. Eu cheguei mais cedo porque eu queria conversar com você antes de ir para o trabalho. - Jumpol recheou a tortilha e entregou à Hana, que apreciou o café da manhã de bom grado.

— Sobre o que quer conversar? Deu tudo certo com Gun nesse final de semana? Ele me ligou no sábado, parecia todo estabanado.

— Ele me disse que você passou algumas receitas do livro da família. - Respondeu com um sorriso leve. Hana sabia o que aquela feição sutil significava, então ela sorriu também.

— Sinto que mirou na pessoa certa dessa vez. E intuição de mãe não falha, já ouviu esse ditado?

— Já sim, mãe. - Ele riu, sentando-se em frente a mulher: - E eu também acho que mirei na pessoa certa, ele preparou um jantar a luz de velas para mim naquela noite, e ontem nós passamos a manhã e a tarde inteira mergulhado em filmes de comédia romântica.

— Que adorável, é diferente te ver assim com alguém. Nos seus últimos relacionamentos você não faria questão de comentar o que fez ou deixou de fazer.

— Isso é porque eu não amava nenhuma delas. - Disse sinceramente: - E não é possível fingir que se sente bem ao lado de alguém que não te faz feliz, pelo menos não por tanto tempo.

— Oh... okay, eu já sei aonde você quer chegar com isso.

— Mãe, você vai falar com ele hoje. O que pretende dizer?

— Eu não vou deixar que ele te machuque outra vez.

— Isso não é o suficiente para uma resposta concreta, sabe disso. - Jumpol respirou fundo: - Você pretende voltar com ele, Hana?

— Ele é o seu pai, Off. Apesar de tudo, eu não posso simplesmente tirar ele de você.

— Você pode fazer o que quiser. Por lei eu sou o responsável por mim mesmo à alguns anos. Ele não tem poder nenhum sobre mim, e não deve ter poder nenhum sobre você. Aquele homem é infiel, rude, agressivo, mentiroso, autoritário, preconceituoso... - Ele começou a levantar os dedos para cada adjetivo: - Hana, ele te bate. Quais motivos você tem pra aceitar ele de volta na sua vida?

— Ele ainda é o seu pai. - Repetiu: - Ele ainda tem parentesco sanguíneo com você, ele ainda tem um histórico honorável na aeronáutica, ele ainda tem contatos jurídicos, ele ainda é um homem que tem sim poder sobre mim. Sabe por quê? Porque ele ainda é o pai do meu filho, e eu ainda sou só a madrasta. Você tem razão, seu progenitor é mentiroso, um ótimo mentiroso, e se ele quiser me levar para a justiça com a melhor mentira possível afim de impedir que eu me aproxime de você, ele ganha, nem que seja a base do suborno.

— Certo... mas ele não pode fugir de uma acusação de abuso físico e tentativa de homicídio qualificado com provas gravadas, não se você pagar um bom advogado e tiver pessoas dispostas a testemunhar ao seu favor.

— Ah sim, claro. E onde eu vou conseguir essa prova? Peço para o Gun te beijar na frente dele e espero ele tentar atirar em você de novo?

— Bom... - Off sorriu e tirou de seu bolso algo que ele havia recolhido pela manhã: - Se você já acreditava que o seu filho tinha escolhido a pessoa certa, então agora pode ter certeza de que sim, eu escolhi. - O homem colocou sobre a mesa a pequena câmera usada por Gun para filmar o momento em que viu Jumpol baleado, e seu pai apontando uma arma na sua direção. Além disso, antes da partida de Off naquela manhã, Atthaphan lhe entregou uma amostra de pólvora tiradas das digitais de seu pai naquela mesma noite, recolhida no momento em que Gun conseguiu soca-lo, facilitando a análise balística que provava que o tiro havia ocorrido e o portador era o soldado aeronáutico.

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