41) Interrogatório

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— Vocês dois estão fodidos. - Aquele é Pirapat, um dos diversos parceiros que trabalhou ao lado de Jumpol e levou para o currículo uma péssima experiência em dupla. Mas por alguma razão, todos aqueles que completaram um caso em sua companhia, não viam problema algum em manter contato com ele.

— Temos dez minutos de tolerância. - Jumpol cruzou os braços e recebeu um olhar afiado de seu ex-companheiro.

— Sim, e vocês atrasaram vinte.

— Como é que é? - Gun não pôde evitar a surpresa. Não pareceu durar tanto, a sensação constante de querer mais sabotou ambos, que agora se olhavam em um pânico tácito.

— Exatamente, e agora o Caskey quer vocês dois na sala dele o quanto antes. Cara, vocês conseguiram recentemente se livrar da demissão e estão correndo atrás dela de novo? - Questionou indignado.

— Ocorreu um imprevisto, não pareceu demorar tanto.

— Bom, espero que essa desculpa cole com o tenente. - Respondeu, apertando o ombro de Off antes de sair e deixa-los sozinhos.

Sem dizer nada os dois correram até a sala de Gawin, que até então digitava sem tirar sua atenção da tela. Mas assim que escutou as batidas e observou as duas figuras atravessando a porta, sua expressão concentrada foi substituída por uma impaciente.

Ele cruzou os braços enquanto os dois se sentavam de maneira sincronizada, com a mesma postura culposa.

— Vocês estão vinte minutos atrasados, e ignoraram quinze ligações do departamento. Me dêem uma boa desculpa, vai. - Incentivou com um gesto de mão, mas ambos não falaram nada: - Que bom que vocês são policiais e não advogados. E que bom que eu sou tenente e não juíz... a sorte de vocês, é que graças ao que fizeram ontem eu estou praticamente livre de trabalho essa semana. E é só por causa disso que vou tolerar dessa vez.

— Por causa do que fizemos ontem? - Gun deixou escapar a pergunta que não deveria fazer, e sentiu Jumpol apertar seu joelho por baixo da mesa enquanto forçava um sorriso ao seu superior.

— Não há de quê, tenente. Nos atrasamos porque viramos a noite aqui, e não recebemos as ligações porque dormimos mais do que deveríamos. O alarme não resolveu... nos perdoe dessa vez, não vai se repetir.

— Não pensem que esse departamento é festa só porque eu os perdôo desse vez.

— De forma alguma, senhor. - Phunsawat se pôs a falar: - Sei que pode parecer inadequado da minha parte perguntar a essa altura do campeonato. Mas qual foi o motivo das ligações que perdemos?

— Eu ia falar pra vocês de qualquer maneira. Conseguimos contactar um possível suspeito de invadir os perímetros da sua casa e atentar contra você. O delegado Chatborirak tomou a frente do evento e foi interroga-lo. Liguei para vocês na intenção de convoca-los para participar. Mas fui ignorado.

Gun queria dizer para si mesmo que se arrependia profundamente, afinal, estávamos falando se sua própria segurança. No entanto, ele não se arrependia nem por um segundo. Mesmo assim, abaixou a cabeça e observou de relance as reações do homem ao seu lado, que colocou a mão sobre a mesa e inclinou seu corpo para frente.

— Isso começou quando? O interrogatório já terminou? - Jumpol parecia em alerta, Phunsawat não saberia dizer o que ele sentia, sabendo o que escolheu ignorar. Mesmo assim, sua reação enérgica mediante à informação mostrava que apesar do acontecido ele definitivamente queria respostas.

— Eu acredito que esteja em andamento. Mas vocês perderam quinze minutos, então recomendo que conversem a sós com o delegado depois.

— Estamos liberados? - Gun retomou com ansiedade, e assim que Gawin acenou, Off levantou-se e agarrou o pulso de Atthaphan o arrastando para fora.

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