15) Agente Tawan

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Era madrugada, Off não havia trocado sequer uma única palavra com Phunsawat. Quando entrou no quarto se acomodou ao chão e fechou os olhos, mantendo-se nessa posição enquanto Gun sequer conseguia dormir. Ele olhava para o rosto adormecido abaixo de si, com fúria, desdém e pavor. Mesmo assim, ao soar das três horas, o menor se pôs a partir, e sorrateiramente desviou de tudo aquilo que poderia enrosca-lo, até chegar no ponto de referência.

Ao abrir a porta azul lentamente, e fecha-la na mesma velocidade, ele ligou a luz e ao ver um homem parado atrás de si, deu um pulo e cobriu seus lábios, afim de não gritar.

- Caskey, porra... - Gun tocou seu coração enquanto recuperava o fôlego. E ao olhar em volta notou que aquilo era um depósito usado para guardar produtos e ferramentas antigas e descartáveis, também não havia câmeras ali.

- Desculpe.

- Esse lugar é perfeito para escrever os relatórios, como eu nunca vim aqui?

- Está sempre trancado com cadeados e correntes. Passa despercebido, na maioria das vezes.

- E como você conhece esse lugar?

- Vasculhamos o perímetro antes de enviá-los, é claro. Ou pelo menos boa parte deles.

- Parte disso está nos relatórios que fez nós dois lermos antes de virmos para cá, certo? Mas essa parte não estava no mapa. E as câmeras embutidas também não.

- Não tivemos acesso aos quartos, e a área externa foi mapeada depois.

- Oh... certo. - Ele acenou.

- Então, Gun. Nosso tempo é curto, portanto, vamos direto ao que interessa.

- Transferência?

- Tay Tawan, parceiro de Khun Adulkittiporn e o seu melhor amigo. Aquele que está impedindo vocês dois de agirem como um.

- ... Eu descobri coisas. Descobri que ele deixou Tay para morrer, que optou por pistas descartáveis ao invés da vida dele. - Ele dizia isso com a voz trêmula, apertando suas mãos em punhos.

Caskey por sua vez suspirou, e colocou as mãos no bolso de sua jaqueta, encarando o homem na sua frente com pena. Mas não de seu luto ou raiva, e sim de seu parceiro.

- Tudo bem, Gun, eu acho que já está na hora. Quando aquilo aconteceu, Off sabia que caso escondesse tudo que viu e ouviu, seria investigado até a última gota de suor de seu corpo.

- Mas ele não contou, e mesmo assim, nada aconteceu com ele.

- Ele não contou para os outros, mas contou tudo para mim. E me fez jurar manter em segredo, e só contar para alguém caso fosse extremamente necessário. - Gun estava surpreso, até então, ele pensava que Off havia feito um voto de silêncio a todos, mas aquela foi a primeira coisa de sua lista que riscou: - E bom, eu acredito que esse seja um momento de necessidade.

- Eu sinto muito, Caskey, mas duvido que qualquer coisa que venha a sair da sua boca seja o suficiente para fazer com que eu me convença de que eu e Off podemos dar certo.

- Apenas se dê uma chance de ouvir, Gun. Você o julga por não dizer nada, mas foge da verdade como ele foge do passado... acredito que isso vá ajudar vocês, então me ouça, por favor.

Atthaphan prensou os lábios e deu um passo para trás, sinalizando para seu superior continuar.

- Não posso te contar tudo, mas contarei o essencial, o lapidado. Pronto?

- ... - "Ele estava pronto?" por mais que duvidasse seriamente da possibilidade de perdoar Jumpol pelo ocorrido, Gun tinha medo de que isso pudesse acontecer, e que, após aquele noite ele não tivesse mais ninguém vivo para culpar, se não ele mesmo, o que apenas tornaria as coisas mais cruéis. No entanto, seu pensamento egoísta não foi o vitorioso dessa vez, e o menor acenou compreensivamente.

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