43) Por você

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— Que visita adorável. - O presidiário sentado em sua cama dura, sorria para o homem fardado na sua frente, que o encarava apático.

— Você vai me dizer quem mandou você atirar em Jumpol Adulkittiporn.

— Ou o quê?

A pergunta sucedeu ao movimento ágil do policial. Agora, a visão que Ben tinha era a do cano frio de uma arma apontada para o seu rosto. Ele olhou para ela e então para o portador, e começou a rir.

— Vai me matar? Isso não vai pegar bem pra você, agente Phunsawat.

— Não vou matar você.

— Então essa pistola é de enfeite?

Gun sorriu, e aproximou-se do presidiário, tocando seu queixo, o impedindo de ver a arma que agora estava colada à sua coxa.

— Bem aqui é a sua artéria femoral. Se eu atirar, todos os seus membros inferiores não servirão de mais nada... você vai se tornar um vegetal. Me diz uma coisa... - Phunsawat segurou com firmeza os fios da nuca de Ben, o suficiente para que alguns deles ficassem em sua mão: - O cara que mandou você machucar o Jumpol, se importaria de foder um morto-vivo? Porque é exatamente isso que você vai se tornar se não responder a minha pergunta.

— Isso não anula o fato de que é você quem vai se foder se atirar em mim.

— EC = m.v²/2

— O que?

— Energia cinética, massa e velocidade. É a fórmula que a balística vai usar como base para descobrir quem e como atiraram em você. E você sabe em qual resultado eles vão chegar?

— Você é maluco.

— Que você atirou na própria perna. Basta eu me posicionar assim... - Gun curvou-se para frente, quase por cima do presidiário, que agora tremia e soava frio, sentindo seus próprios batimentos cardíacos o sufocar: - E então... enquanto você estiver gemendo de dor eu coloco a sua mão no gatilho, e deixo a arma no chão. Depois eu começo a gritar "o que você fez?" "Você está maluco?" - Interpretou, sussurrando no ouvido do outro homem: - "Você não pode fazer o que ele manda" "ele está manipulando você". Então você vai começar a dizer que eu estou fingindo, que foi eu... mas as câmeras não pegam aqui dentro, e é a palavra de um policial contra a sua, não é?

— Unnop Togchai Anwar! - Respondeu alto e claro.

— O quê?

— É a ele que eu respondo, eu não sei à quem ele responde, ninguém sabe...

— Está mentindo.

— Não, eu não estou. - O homem tremia, segurando o pulso de Gun, que ainda sustentava a arma em seu corpo: - Eu juro, eu juro por Deus que eu só fiz o que ele me mandou fazer. Eu... eu fui contratado para conhecer ele, ele me escolheu, mas eu tinha que passar por um teste antes. Eu perguntei qual era, e me disseram que eu saberia quando chegasse a hora, eu acho que foi isso.

— Você foi contratado como atirador?

— Como amante. - Corrigiu, e Gun franziu o cenho.

— Você foi contratado para ser o gigolô do chefe? - O policial se afastou para encarar a expressão de pânico e alívio do homem em cárcere, que acenava freneticamente: - Isso não faz sentido, por que um meretriz teria que matar um agente para conseguir foder?

— Não era pra matar. - Ben negou com a cabeça: - Era pra assutar, ele me mandou seguir o Jumpol. E depois ir atrás de você... mas vocês estavam juntos, então eu... - Ele encarou a arma ainda destravada de Phunsawat e engoliu sua própria fala: - Por favor, eu te contei tudo o que sei.

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