104) Rosas

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Off estava em frente à Caskey e o dono do departamento. Os dois o encarando da mesma maneira, mas com sentimentos divergentes. Gawin parecia preocupado, enquanto o outro indivíduo na sala só aparentava julga-lo.

— Bom, Jumpol. Seremos diretos... você estava sendo recentemente avaliado por incapacidade, mas garantiu que suas alucinações estavam sob controle.

Off cruzou os braços e inclinou a cabeça para o lado. Sua expressão séria claramente desgostava da conversa:
— A missão foi um sucesso. Por que isso importa agora?

— Você está se medicando com um antipsicótico em uma quantidade considerável de gramas. - Caskey queria amaciar o assunto, mas o sargento o cortou;

— A quanto tempo está mentindo sobre o seu auto-controle, Agente Adulkittiporn?

— Mentindo? Como me medicar pode ser considerado mentir sobre estar no controle da situação? Eu estava vivendo o luto da minha mãe e do meu pai, ao mesmo tempo em que lidava com o fim de um relacionamento importante pra mim. Eu não tinha nada nem ninguém, não podia contar nem com a minha própria mente. Mas eu amo o meu trabalho, e tenho ciência da importância desse caso... dito isso, procurei tratamento sim, e ele não me incapacita de absolutamente nada.

— Você sempre foi um profissional exemplar, senhor Jumpol. Durante todos os seus casos, você seguia as regras em seus conformes e atingia expectativas com extrema frequência. No entanto, após ser transferido para Gun Atthaphan, a quantidade de relatórios explicando as razões de vítimas mortas por vocês dois é exacerbada, além disso, há especulações sobre um relacionamento extraconjugal entre você e o seu parceiro.

Off riu, uma risada maníaca e egocêntrica, deixando seu sargento surpreso e Caskey preocupado.

— Desculpe, sargento. - Ele cobriu sua boca, mas continuou sorrindo, negando com a cabeça: - Mas eu parei de ouvir quando você chamou estupradores, traficantes, escravistas e cafetões de vítimas. Sim, eu e o agente Atthaphan tivemos algumas desavenças e desafios que nos forçaram a matar alguns criminosos, por motivos coerentes que estão presentes em todos os nossos relatórios aos quais eu tenho incertezas sobre o senhor ter ou não lido do início ao fim. - Off acenou, estralando a língua no céu da boca e levantando seu indicador: - No entanto, eu compreendo sua visão até certo ponto. Agora, me colocar em problemas por causa de fofoca, sargento? Eu esperava um pouco mais do senhor, admito. Por um acaso a minha dinâmica com o agente Phunsawat está nos impedindo de derrubar as boates dentro do prazo determinado? Porque eu acho que não, a não ser é claro que eu esteja alucinando até agora, coisa que é impossível, pois estou adequadamente medicado. A minha vida pessoal te diz respeito enquanto eu estiver dentro desse departamento, mas assim que eu coloco os meus pés para fora... o que acontece é problema meu.

— Você assinou um documento assim que foi contratado e alistado, agente Jumpol. Um documento que dizia que o senhor estava estritamente proibido de se relacionar amorosamente com colegas de trabalho.

— Assim como assinei um documento que dizia que a vida do meu parceiro só fica atrás da vida das vítimas as quais eu salvo. A minha dinâmica com Phunsawat não é um problema, nossa avaliação na estrutura física, exames, treinos e avaliações mentais é impecável. Mas quando começar a ser um problema, fique a vontade para me demitir.

— Não posso demiti-lo, Jumpol. Mas saiba que, enquanto você estiver aqui, você será vigiado a cada segundo.

— Lavo as minhas mãos sobre meu comportamento.

O sargento acenou, respirando fundo:
— Quero um relatório no seu ponto de vista sobre tudo que encontrou e supôs durante as investigações até amanhã.

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