98) Linha de chegada

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A faixada não expunha absolutamente nada que fosse lido como suspeito. O local funcionava legalmente como uma boate, e isso explicaria a quantidade absurda de carros de luxo estacionados em frente ao edifício. A luz que iluminava a faixada era vermelha, vinda do outdoor cujo as letras simulava o que seria uma linha de chegada.

De braços cruzados, três homens olhavam para aquele local com certa aversão:

- Prontos? - O homem que usava um corta-vento azul marinho e uma calça jeans escura, mantinha seus braços cruzados com certo receio no olhar.

- Você quer mesmo vir com a gente? - Jumpol utilizava uma jaqueta parcialmente aberta, sem absolutamente nada por baixo, então propositalmente mostrava um pouco de pele. Além da calça de couro colada, realçando suas coxas trabalhadas em alguns anos de academia, em sua orelha brincos pequenos, e em sua sobrancelha um piercing falso. De fato o tipo de homem que não passaria despercebido mesmo que tentasse.

- Preciso garantir que meus automóveis voltem inteiros, ou pelo menos com peças de dêem pra reutilizar. - Nanon respondeu com clareza e Off acenou.

- Bom, então vamos entrar. - Gun indicou com a cabeça, partindo em disparada na frente dos dois. Todas as roupas de ambos os agentes eram propícias para corrida, no entanto, não visivelmente. A ideia de parecerem iniciantes no assunto era adequada para o tema. Por isso o body de manga longa preto e apertado, que realssava as curvas de Phunsawat, parecia se tratar de um material tão fino, eles não iriam se importar em verificar caso houvesse algo escondido ali nesse caso.

A música que invadiu o ouvido dos três homens estava alta ao ponto de doer, Gun acreditava que o motivo era referente ao desejo de esconder o som alto dos motores.

Atrás do edifício existia um terreno baldio, ou deveria ser, caso não houvesse uma pista propícia para uma corrida clandestina. Lá pairava uma multidão diversa, desde pessoas mais humildes se aproveitando da breve oportunidade de conseguir dinheiro fácil em apostas, até rostos conhecidos;

- Me pergunto o que as pessoas vão pensar quando a lista de famosos envolvidos nesse esquema de tráfico humano vazar. - Nanon comentou com os braços cruzados, e Jumpol o encarou de relance.

- Elas podem até sofrer um pouco, mas as pessoas vão esquecer alguns anos depois.

- Ou até meses. - Gun completou: - Quanto maior for o preço da sua imagem, menor é o valor dos seus erros.

- Poético. - Nanon acenou: - Algumas pessoas não conhecem o limite do imperdoável. O que seria imperdoável pra você, Gun?

- Traição. - A resposta foi imediata, mas não foi específica. Traição pode significar muitas coisas, mas em suma seria um sinônimo para mentira.

- Já foi traído?

- Fui traído por quase todas as pessoas que passaram pela minha vida. - Respondeu enquanto os três vasculhavam o local com o olhar.

- E quem foi a excessão?

Os olhos antes concentrados no ambiente, focaram em Off de imediato. Dizem que os humanos podem sentir quando alguém os vigia, talvez essa teoria tivesse um subtom firme de verdade, pois, Jumpol o encarou de volta.

- O meu ex namorado. - Gun respondeu simplista, voltando a olhar ao redor, enquanto Off franzia o cenho e fazia o mesmo.

- Oh... se ele não te traiu, então por que terminaram?

- Porque ele é um idiota, e achava que eu me importaria de cuidar dele em um momento difícil, acreditando que isso poderia me machucar. Mas eu mataria e morreria por ele, então como algo tão mínimo quanto estar ao lado de alguém enquanto ela sofre poderia ser um problema pra mim?

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