28) Madrugada

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Off estava parado na porta da casa de Atthaphan, esperando que ele abrisse para que ambos pudessem se despedir. No entanto, o menor o encarava em silêncio, parecia escolher as palavras certas que nunca viriam.

— Obrigado por hoje... eu gostei muito. 

Jumpol sorriu e acenou:
— Eu também gostei, espero que possamos repetir em algum momento.

— A próxima vez é por minha conta.

Off acenou outra vez:
— Bom, então eu... - Ele apontou para o Grab que o esperava: - Então eu vou indo, nós... nos vemos amanhã no trabalho.

Gun acenou e prensou os lábios, com o olhar desamparado de quem prendia sílabas. Mas quando Jumpol se virou para entrar, Phunsawat bufou para si mesmo e agarrou o braço do homem antes que ele sequer desse um passo completo, e puxou a gola de sua blusa para só então beija-lo como tanto quis desde seu despertar.

Jumpol parecia aliviado ao senti-lo tão perto, e abraçou seu corpo sem permitir que seus lábios se separassem. Foi quando notou as gotas de chuva pingarem em seu corpo, até que em cerca de segundos estivesse grossa o suficiente para encharcar os dois, que ainda se beijavam como se o mundo não estivesse caindo ao redor deles.

— Eu acho que... é a mãe natureza me mandando embora. - Sussurrou ofegante, sentindo um selinho, e então as mãos de Phunsawat apertarem sua camiseta molhada.

— Ou pedindo pra você ficar.

— Sabe que eu não posso...

— Você ainda não tocou pra mim, disse que faria.

— Não esperava que chegássemos tão tarde.

Gun tocou o pescoço de Off e apertou os fios de seu cabelo:
— A polícia não te ensinou a ser um homem de palavra?

Jumpol arfou, apertando a cintura de Atthaphan, trazendo seu quadril para mais perto, de forma tão agressiva que Phunsawat estremeceu.

— Eu fico mais uma noite, em troca de uma coisa.

— Que coisa?

O homem se curvou para sussurrar no ouvido de Atthaphan:
— Você dança pra mim.

Gun suspirou com o sussurro, cujo caminhou ao lado de um entonação tão provocativa que o agente não teve outra saída se não imaginar onde aquilo o levaria.

— Então pague o Grab e volte pra cá.

Jumpol sorriu com o canto dos seus lábios e afastou-se voltando ao carro. Pagando o dobro por tê-lo feito perder tempo, e entrando na casa de Phunsawat outra vez.

Gun ligou as luzes e parou em frente à Off de novo, dessa vez seus olhos devoravam cada pedaço do homem que o encarava de volta, dominado pelo ar faminto. A tempestade ao lado de fora não refrescou o calor interno.

— Eu vou tomar banho... sozinho. - Pontuou: - Você também deve querer um, então pode usar o banheiro de hóspedes, fica no primeiro andar, no corredor ao lado do escritório, vou deixar a toalha pra você.

— Sim, senhor. - Respondeu sorrindo enquanto Phunsawat acenava. O menor tomou fôlego e subiu até o andar de cima.

Off terminou o banho primeiro, sua roupa da noite anterior estava limpa, mas úmida, então ele apenas vestiu a cueca e subiu ao segundo andar, recolhendo seu baixo e se acomodando na poltrona enquanto arrumava as cordas.

Gun não demorou a sair depois disso, seu corpo continha gotículas de água tão hipnotizantes quanto a cachoeira na sala. Seu corpo magro e curvas tão aparentes eram como um violino que deveria ser tocado, mas ninguém encostava por ser uma relíquia rara. Ou então, como as ondas do baixo a qual Off escorregava a palma áspera, imaginando como seria se aquele que estivesse em seu colo não fosse o velho instrumento a tempos abandonado.

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