6) Início

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Jumpol tomava a bebida que ele mesmo havia feito, se esforçando para gostar do sabor. Ele estava frustrado e impaciente.

- O que foi? - Lookjun questionou, sentando-se na cadeira e inclinado o rosto para o lado, buscando uma resposta naquele silêncio absoluto.

- Um mês é pouco tempo, temos poucos dias para nos prepararmos e decorarmos os planos, e eu definitivamente não nasci para ser bartender.

- Bom, você escolheu essa profissão, é extremamente capaz.

- Eu não entendo o porquê disse ser um trabalho para dois. Posso fazer isso sozinho, o que Caskey tinha na cabeça com uma mistura tão horrível quanto eu e Khun Phunsawat?

- Por que considera uma mistura horrível? O odeia tanto ao ponto de não conseguir sequer trabalhar com ele?

- Não é isso. - Off suspirou, negando com a cabeça: - Se o problema fosse apenas ambos não nos darmos bem, eu acho que nenhum de nós dois teríamos dificuldade em relevar, afinal, são a vida de outras pessoas que estão em risco. Mas nós não somos compatíveis, somos o preto no branco. É como se uma criança quisesse chegar no tom laranja mas confundisse amarelo com azul, e chegasse no tom mais horrendo da paleta de cores.

- O verde?

- O verde. - Adulkittiporn confirmou frustrado, e bebeu um pouco mais.

- Bom, talvez a cor favorita do Caskey seja verde.

- Lookjun. - O homem franziu o cenho, e a mulher riu. Olhando para cima enquanto caminhava até Jumpol.

- É sério, pensa comigo. - Ela colocou o braço em volta do ombro de Off e continuou sua linha de raciocínio: - Do que adianta ter um parceiro se ambos são exatamente iguais? Veja isso como um jogo de combate em dupla, os seus rivais tem dano e defesa, e você tem dano. Se a sua dupla também tiver dano, como os dois vão se defender? Esse não é trabalho para um só, e sabe disso. Gun tem coisas que você não tem, e você tem coisas que ele não tem, um complementa o outro para que não falte nada.

- Eu entendo essa parte. Mas em todos os meus anos de carreira eu nunca fui alguém explosivo. Sempre fui calmo e paciente, e Gun é tão... estressado e impaciente. Como isso pode ser um complemento se não há benefícios?

- Você acha que Caskey não pensou nisso? Já fazem oito anos que Atthaphan trabalha com duplas cujo os temperamentos eram idênticos aos dele, e adivinha? Deu errado, porque fogo com querosene não dá certo. Ele precisa de algo que contenha a sua temperatura, um pino de segurança, e não alguém que desarme a bomba. E você melhor do que qualquer um aqui sabe muito bem como domar um dragão.

- Eu? - Jumpol revirou os olhos, negando com a cabeça: - Nenhum parceiro que já passou por mim conseguiu aguentar mais de uma semana.

- Tay aguentou três anos.

Off franziu o cenho, seu olhar já dizia tudo, ele não precisou falar nada.

- Não me olhe com essa cara de quem se pergunta como eu descobri. É claro que eu saberia, sou os olhos e ouvidos daqui. - Ela respondeu com seriedade, tomando um pouco da bebida que Adulkittiporn preparou, a qual realmente não estava agradável.

- O que você sabe?

- Sei que ele, assim como Gun, era um caso perdido. Caskey não dava absolutamente nada por vocês, e quem o convenceu de junta-los foi Papang... a aposta dele foi certeira, porque você e Tay formavam uma dupla perfeita. Nunca falharam em nenhum caso, nem sequer no último em que atuaram juntos.

- Nós falhamos.

- Não foi uma falha, você trouxe as provas que precisava.

- Para depois descobrirmos que aquela era apenas a ponta de um iceberg que até hoje não foi solucionado. Permiti que Tay morresse em troca de provas e álibis inconclusivos, falhei no meu trabalho, falhei no meu juramento, e desde então permaneço falhando.

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