70) Morte

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Jumpol se preparava para ir para a casa de Atthaphan, vestia sua roupa e separava sua farda para a manhã seguinte, além de selecionar o que vestiria naquela noite para irem ao cassino. No entanto, enquanto terminava de colocar as vestimentas na bolsa, seu celular começou a tocar. Era um número desconhecido ao qual Jumpol estava pronto para recusar, mas isso mudou quando ele notou que o código de área vinha da RFAT.

— Alô?

[Agente Adulkittiporn, sou o Prem, o senhor pediu para que eu te ligasse se visse algo estranho nas redondezas da casa de Khun Atthaphan...]

Jumpol arregalou os olhos e recolheu sua bolsa, correndo até o primeiro andar e abrindo a porta tão rápido que o som agiu como um estrondo. Ele costumava chamar um Grab para ir até a casa de Phunsawat, já que por lógica ele usava o carro do menor para se deslocar, no entanto, a pressa o fez entrar no próprio carro e pisar no acelerador, ele não sabia dizer quantas multas por limite de velocidade levou ou quantos carros cortou pela estrada, mas a pressa definitivamente o levou a alcançar a casa de Gun em minutos mais rápidos do que o esperado.

E longe da sua surpresa, quando chegou haviam duas viaturas paradas em frente aquela porta. Atthaphan estava encostando rente ao batente da entrada, e quando seus olhos se encontraram com aquele carro conhecido, eles brilhavam mais do que as luzes em azul e vermelho dos carros próximos.

- Gun, o que aconteceu? - Jumpol questionou-o ofegante, como se aquele que tivesse corrido até aquela casa fosse sua pessoa, não o automóvel.

O menor não respondeu, apenas apontou para a caixa próxima aos dois, onde duas mulheres da perícia analisava e transferia para o plástico os objetos apreendidos.

- O que tinha ali dentro?

Phunsawat coçou a nuca e segurou no pulso de Jumpol, o arrastando para dentro da casa, a qual estava vazia;

— Tinha uma carta, estava escrito "Eu sei quem você é, e mal posso esperar para te ver morto", haviam fotos minhas também, dentro do cassino. E...

— E...?

Atthaphan retirou do bolso de seu moletom um pequeno envelope, então o abriu lentamente e puxou de dentro uma ficha:
— Tem o número de fichas que restavam para que eu entregasse à "Rainha Vermelha". - Fez aspas com os dedos.

Jumpol arregalou os olhos, depois encarou o chão, e aos poucos sua expressão dizia que ele havia chegado à alguma conclusão:

— Você não vai. - Respondeu, levantando a cabeça, e Gun franziu o cenho.

— Como é que é?

— Se ele te deu as fichas, significa que elas vão te levar direto pra morte, Gun. Você não vai.

Phunsawat parecia consumido por raiva de novo, então seu indicador apontava para Jumpol anunciando que eles iriam discutir outra vez.

— Está brincando comigo? Você me deu os termos, e eu concordei com eles. Ouvi você me dizer que estava correndo para a morte e você me forçou a concordar. Então agora não tem como voltar atrás, eu não vou permitir, não importa o quanto grite comigo, não importa se vai me espancar ou me forçar a acenar, nada vai mudar. Eu vou ir em frente com o que concordamos e acabou! - Vociferou.

— E se isso valer o nosso relacionamento? - Gritou de volta, e Gun deu um passo para trás, atordoado, como se tivesse acabado de levar um soco no estômago.

— Está ameaçando terminar comigo? Nosso relacionamento é tão fraco assim?

— Não, Gun. - As sobrancelhas de Jumpol estavam quase juntas, e suas mãos cerradas em punhos: - Estou dizendo, que se você se colocar em perigo e morrer, eu fico sozinho. E você sabe como é perder um... você sabe como é perder alguém que você ama. Sabe como é ver ela em risco e não poder fazer absolutamente nada. Então você acha mesmo que isso é fácil pra mim?

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