Parceiros - Offgun

7) Quarto

O homem de terno vermelho e sorriso sádico caminhava até os dois oficiais, que o esperavam próximos a entrada daquele espaçoso local com odor de um bordel barato.

Gun o observou chegar e a sua postura imponente e ameaçadora costumeira desapareceu como se tivessem apertado um botão em seu corpo. Ele agarrou o braço de seu parceiro, e apoiou sua cabeça em seu ombro, se encolhendo como se não passasse de alguém frágil que estava ali ao dispor das ordens de seu parceiro. Off quase o afastou, mas por pouco lembrou-se qual era o seu papel ali.

- Vocês chegaram. - Vongxai parecia de bom humor, haviam rugas marcadas em seu rosto, e ele tinha cheiro de perfume falsificado, que causava dor de cabeça em qualquer pessoa próxima: - Qual dos dois vai dançar?

Off indicou Gun, e o homem sorriu.

- Imaginei que fosse você, qual é o seu nome?

O menor buscou aprovação no olhar de Jumpol, o mesmo que franziu o cenho:

- O que está fazendo? Perdeu a língua? Responda a pergunta. - Off forçou-o a lhe soltar e empurrou o menor para frente. Atthaphan odiava aquilo profundamente, porém, por mais que considerasse Jumpol um idiota, sabia que aquilo fazia parte de sua genérica atuação.

- O meu nome é Gun Saetang.

- Ótimo... a partir de agora o seu sobrenome não vale de absolutamente nada. - Respondeu em tom de repúdio, antes de desviar o olhar para Off novamente: - Sabe que o seu namorado vai ter que usar essa bunda em outros homens, não é?

Gun estava de cabeça baixa, portanto ambos não puderam ver como seus olhos dobraram de tamanho. Ninguém havia lhe passado essas informações, até onde o menor sabia, os homens estavam proibidos de lhe tocar. No entanto, o menor permaneceu calado, e por sorte Off questionou-o em seu lugar.

- O que quer dizer com isso? Que eu saiba ele apenas dança,

- Sim, querido. Ele dança, ali... - Vongxai apontou para a barra de pole dance: - E no colo de quem me pagar mais. Você nunca foi em um lugar como esse antes?

- Encontrava tudo que eu precisava em casa. - A resposta de Off atingiu de forma certeira o dono daquele local, que sorriu e acenou em concordância, olhando de relance para trás.

- Eu tenho certeza que sim. Mas de qualquer forma, vou explicar, mesmo que você não possa retrucar. Normalmente os meus strippers buscam uma renda extra com os clientes sedentos e solitários que pagariam uma grana preta só para tê-los rebolando em seu pau que provavelmente só sobe com muito esforço. Os dançarinos escolhem em quem querem fazer esse serviço, mas vocês dois não estão em posição de escolher nada, me entende?

Phunsawat queria vomitar, ele pensava em uma forma de burlar isso enquanto Adulkittiporn permanecia no papel.

- Você tem certeza que essa é uma boa técnica? Se contar a demanda de quantos homens vão pedir por um pouquinho do meu namorado, vamos acabar quitando essa dívida em menos de uma semana.

Vongxai riu e acenou, apontando para cima em tom de concordância:
- Está falando como um cafetão. Vamos ver se sua peça vale tudo isso ou você só é muito nariz em pé. - Ele entregou nas mãos de Jumpol uma chave velha, com um chaveiro amarelado: - Esse é o número do quarto de vocês. Serão levados dentro de um carro, é uma instalação bem confortável. E como eu não sou um monstro, tudo é por conta da casa, vocês não precisam de mais dívidas do que já tem, não concorda?

Jumpol recolheu o objeto e sorriu:
- Com certeza.

- Ótimo, podem ir até a porta dos fundos. Serão escoltados. - O homem piscou para o agente mais alto, e deu dois tapinhas no ombro de Gun, antes de deixá-los sozinhos novamente. O menor respirou fundo e revirou os olhos, tocando na própria testa em pleno pânico.