77) Distintivo frágil

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Gun estava sentado em cima da mesa daquele refeitório vazio no breu da noite, enquanto Off realizava um telefonema longe dali. O menor não conseguia ouvir o que ele tinha a dizer e não parecia querer saber apesar de seu olhar em cima do homem.

— Está pensando em quê? - Jumpol perguntou para o homem aéreo após fazer o que planejou.

— Em mim. - Respondeu simples, e voltou a olhar para o seu parceiro, agora no meio de suas pernas.

— Em você?

— Eu quero que ele morra, Jumpol. - Gun tombou a cabeça para trás, puxando um ar que nem precisava.

— Está falando do anfitrião ou do Mike?

— Você me deu duas boas opções. Mas estava falando do Mike... eu sinto que todas as pessoas que eu me relacionei mentiram pra mim. Sinto que fui um grande imbecil para todos eles...

— Todos? Pensei que gostasse do seu ex.

— Eu amava ele. - Concordou: - Mas amar alguém não anula quando ele mente pra você, e eu sei que ele mentia. Nunca descobri sobre o quê, mas sei que sim, porque por muitas vezes eu o ouvi sussurrando e desaparecendo pelos cantos, inventando desculpas para fazer tudo isso. Mas que seja... pelo menos ele não me forçava a transar com ele, o que já é muito melhor do que o Mike.

— Sua régua é muito baixa.

Gun arqueou a sobrancelha:
— Você sabe que é meu namorado, não sabe?

— Sim, e estou preocupado, faço parte dessa régua?

— Vinte e quatro centímetros.

— Vai se foder. - Jumpol prendeu a risada, e Gun não fez questão de fazer o mesmo, já que o som ecoou pelo ambiente vazio.

— Não, é sério... você não é pequeno pra mim, P'Off. Na verdade você é muito mais do que tudo que eu já tive, e é por isso que eu sinto tanto medo quando te vejo em risco por qualquer motivo que seja.

— Não me coloque nesse pedestal, Gun. Não quero acabar te decepcionando no final. Sendo sincero, eu acho que você merece muito mais. - Jumpol aproximou-se um pouco além, afim de sussurrar no ouvido alheio: - Mas eu não quero ver você com mais ninguém, então vou me tornar o mais que você merece.

Gun respirou fundo ao sentir a mordida e o beijo em sua orelha, abraçando lentamente os ombros de Off:
— O que estava fazendo na ligação?

Jumpol sorriu, como um diabo travesso;
— Lancei todas as fotos e vídeos que tirei dentro da boate nas mídias sociais com um ID bem longe daqui.

— Cacete, o povo vai fazer mais estrago que toda essa delegacia.

— A revolta de uma população é sempre mais eficaz que a revolta da política. A polícia civil não vai ter muita opção quando os outros souberem de quem a segurança está nas mãos.

— Mike vai ser rebaixado.

— Não vou permitir que descansem até que ele seja demitido, Gun. Tenho muito o que usar para que a polícia não tenha outra opção se não arrancar qualquer resquício de poder que ele tenha... além disso, tenho vídeos com áudios de alguns policiais falando sobre como o superintendente gosta de foder com homens nas horas vagas, para mais tarde chegar em casa, beijar a esposa e abraçar as filhas.

— Vai fazer ele perder a família também?

— Devo pegar leve?

Atthaphan riu, negando com a cabeça:
— Não, agente Adulkittiporn, pegue firme com ele. - Atthaphan respondeu, puxando a cinta de Jumpol, forçando seus rostos a ficarem próximos o suficiente para que sentissem seus lábios roçarem um no outro: - Pegue firme comigo também.

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