Era tarde, talvez madrugada. Mas Gun não se importava em olhar para o relógio, ele apenas virava uma quantidade absurda de álcool como se aquilo não fosse de fato afetar seu corpo da pior forma possível. Normalmente ao beber, você só sente seu corpo girar quando já está de pé, mas Atthaphan já o sentia de tal maneira mesmo sentado, então sabia que havia exagerado.
— Ei, está sozinho? - Um homem alto com tatuagem no pescoço e cabelo jogado ao lado aproximou-se com um sorriso. Gun virou mais um xote sem respondê-lo a princípio: - Vai me ignorar?
— Pareço estar acompanhado?
— Oh, que direto. - Ele riu: - Está com a cara vermelha. Isso é o álcool ou as lágrimas?
— Por que supõe que eu estava chorando?
— Porque eu vi, estou te observando a um tempo.
— Hnm... um pouco dos dois, eu acho.
— É qual é o motivo clichê que te leva ao bar numa quinta a noite para chorar?
— Amor.
— Amor... você namora?
Gun apertou o pequeno copo entre os dedos, travando a mandíbula:
— Não.— Que estranho.
— E por que seria estranho?
— Você é tão bonito. - Respondeu, o observando por inteiro: - Pode conseguir quem ou o que quiser... só com esse corpo.
— Mas eu não quero ninguém. - Phunsawat sabia para onde aquela conversa estava indo, já havia ouvido tanto tais palavras que para ele não fazia nenhuma diferença. O destino era sempre a cama de alguém, ou talvez um lugar menos confortável, mas sempre com o mesmo objetivo. Portanto, ele se levantou determinado a sair, e teve seu pulso agarrado.
— Oh, vamos lá. Eu prometo fazer você se esquecer desse amor por uma noite.
— Você não faz o meu tipo.
— Podemos dar um jeito nisso.
— Só se trocasse de CPF. - O menor puxou seu próprio braço e apertou o passo para o lado de fora. Seu estômago estava embrulhado, mas ele não tinha pretensões de vomitar. Então encostou-se na parede e se conteve a não gritar, mesmo que sua alma implorasse por isso.
— Um péssimo dia para estar bebendo, não acha? - Um homem aproximava-se como uma sombra por trás de Atthaphan, que riu em cinismo, revirando os olhos.
— Saia daqui se não quiser levar um soco.
— Não sou o cara que te abordou à pouco.
— Eu sei, Jumpol. - Gun virou-se para o seu parceiro, que cheirava a whisky e vestia uma jaqueta de couro por cima da blusa branca, destacando a corrente de prata em seu pescoço. Uma corrente que substituía o que antes por muito tempo falava sobre amor. Aquilo apenas fez com que Atthaphan sentisse uma vontade imensa de enforca-lo com tal adereço: - Gostou do show?
— Se refere ao cara tentando te levar pra cama? - Jumpol riu, encostando ao lado de Atthaphan, enquanto ascendia um cigarro; Havia voltado a fumar: — Eu não tenho mais nada haver com isso.
Phunsawat negou com a cabeça enquanto sorria e encarava o céu escuro:
— Você está se esforçando pra ser um babaca. Mas tem razão. - Acenou, roubando o cigarro dos dedos de Off e tragando sem se importar com o espanto do outro: - Talvez eu devesse entrar lá e implorar pra ele me foder... - O menor se aproximou de Jumpol, o prendendo com ainda mais força à parede para sussurrar no seu ouvido: - Como eu fazia com você. - Foi a última coisa que disse antes de se pôr a entrar de novo no estabelecimento, mas teve os fios da sua nuca agarrados e puxados, e seu corpo jogado contra a parede. A ação fez com que Gun respirasse fundo, o suficiente para que qualquer um pudesse ver seu peito subir e descer.
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Parceiros - Offgun
FanfictionDois homens de temperamentos completamente opostos, que servem ao departamento de investigação criminal, enfim descobrem algo que ambos tem em comum: estar próximos ao olho da rua caso não provem seu devido valor. E para a infelicidade dos dois, a ú...