17) Atração

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O mundo não parou só porque Jumpol Adulkittiporn estava ao lado de Atthaphan Phunsawat o observando dirigir, sem nenhum dos dois terem a mínima vontade de atacar um ao outro. O mundo não parou porque Gun sentia aquela viatura quente, e mesmo assim não podia abrir a janela graças a tempestade ao lado de fora, o mundo não parou porque a mão larga de Off pousava sobre sua coxa enquanto ele dirigia.

Atthaphan sabia que o mundo continuava girando da mesma forma, e o sol continuava sendo o centro das atenções. Mas o seu mundo, aquele que orbitava sua mente, ele sim estava parado, completamente parado sem saber o que deveria fazer a seguir; "É sério? Trânsito logo agora? O que o universo quer de mim?"

- Você tá legal? - Atthaphan costumava ser bom em esconder suas emoções, e ele sabia que não havia deixado escapar nenhuma expressão diferente em seu rosto, então; "O que Jumpol tinha notado fora do normal?"

- Ãnh... sim? Por quê?

- Seu ouvido, ele está vermelho.

"Oh, é claro. É claro que Off Jumpol memorizou esse detalhe em mim."
- Eu estou bem, está tudo bem. Eu só estou com... um pouco de calor. - Respondeu se abanando: - Bangkok é quente, não importa o quanto chova

A mão de Off antes parada na calça de Atthaphan subiu e desceu até seu joelho, apertando a região. Gun sentia seu ar aos poucos ser sugado, e o que havia entre as suas pernas latejou. Quando isso aconteceu, ele abriu a janela, fazendo com que Jumpol não tivesse outra opção se não tirar a mão do outro agente e cobrir seu rosto para que não fosse atingido por chuva.

- Gun, o que você está fazendo?!

Atthaphan respirou fundo, ele não se importava em estar molhado. Ao menos seu ar estava de volta, melhor encharcado do que asfixiado.

- Me desculpa. - Segundos depois de tomar fôlego ele fechou a janela outra vez, e sorriu ingenuamente ao polícial: - Pensamentos intrusivos.

- Você precisa trabalhar neles... como está o olho? - Ele estava perguntando isso porque Khappong havia dado um soco próximo ao seu olho, deixando a região roxa, mas não era lá grande coisa.

- Está bem, se não encostar não dói.

- E a boca? - Jumpol perguntou isso tocando do queixo do outro homem. Virando o rosto de Atthaphan para ele, enquanto a ponta de seu polegar tocava a ferida no canto do lábio inferior de Phunsawat. Que prendeu a respiração outra vez.

- Ela ainda funciona.

- Será? - Off iria se aproximar, mas o sinal antes vermelho foi substituído pelo chamativo tom verde primavera, e Gun pisou no acelerador e engatou a marcha. Forçando Adulkittiporn a se acomodar no banco outra vez.

Ao chegarem na penitenciária e passarem por todos os procedimentos requeridos, os dois foram guiados por um carcereiro até a cela trancada. Não havia ninguém lá, estava totalmente vazia.

- Você tem alguma informação sobre a fuga do presidiário? - Gun questionou-o com um bloco de anotações nas mãos, enquanto Off entrava no quarto apertado, semelhante a uma alcova; perfeito para um homem como Vongxai, ele deveria se sentir em casa.

- Na verdade não, quando chegamos ele não estava mais aqui, e o carcereiro que devia estar nesse corredor disse que foi atender à um chamado.

- E esse chamado realmente aconteceu?

- Por incrível que pareça, sim.

- Quem fez essa chamada?

- Quem? O próprio chefe.

- Chefe?

- Esse é o presídio privado, ele é administrado por uma empresa que lucra com a detenção. O dono da empresa em questão é o Khun Phassakhorn. Ele estava aqui para uma reunião com o diretor e o subdiretor.

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