Voltando para a delegacia, Gun e Off permaneceram em silêncio. Os dois as vezes se olhavam de relance, mas quando um virava o rosto para encarar, o outro desviava. Aquele silêncio absoluto era devido à conversa que ambos estavam adiando, relacionado as intenções de Jumpol para com Mike, as quais Atthaphan não tinha nenhum conhecimento.
Quando chegaram, os dois desceram em direção ao estacionamento, mas antes que Gun pudesse alcançar a sua Jaguar, o outro homem segurou seu pulso.
— Gun, não é fácil correr com esse salto, tenha piedade de mim.
Phunsawat suspirou e se virou, cruzando os braços:
— Quer conversar sobre o trabalho ou sobre...— Sobre o que está te incomodando. - Respondeu antes do seu parceiro completar a sentença.
— Okay, então sou todo ouvidos.
— Olha, Gun... eu prometo que o que estou fazendo não vai te prejudicar de maneira alguma. Só estou dando um jeito para que você não precise se encontrar com Mike depois que tudo isso acabar. Eu te contaria o plano inteiro se eu tivesse ele totalmente traçado, mas só tenho em mente que preciso fazer ele ter medo de se arruinar, é só isso... independente de quais meios eu precise usar para atingir o objetivo.
O menor franziu o cenho, e logo em seguida suspirou.
— Por que não me disse isso logo de início, Papi?
— Porque eu sei o quanto isso é importante para você, e como ficaria a sua cabeça se soubesse que enquanto estamos cuidando de um caso, eu estou agindo contra a polícia civil. Sei que você teria medo de que eu ferrasse tudo depois do que sacrificou pra chegar ali.
Gun suavizou sua expressão, e tocou os pequenos pelinhos do casaco de Jumpol, apertando-o e sentindo a textura macia.
— Eu fico feliz por você cuidar de mim, amor. Mas se algo der errado, podemos perder o nosso emprego, entende isso? E tudo que aceitamos fazer, até mesmo nos aproximarmos, foi porque nós dois não queríamos perder isso. - Phunsawat apontou para os arredores da delegacia: - Isso não é por medo de falharmos, eu só não quero ser o motivo por você perder algo que eu sei que importa pra você.
— Eu estou tomando cuidado, porque sei que isso importa para você. Mas pra mim... eu posso viver sem isso, mas eu não quero viver sem você. E eu não quero viver, sabendo que eu permiti que um filha da puta tentasse abusar do meu namorado outra vez, por causa de trabalho. Pequeno, você diz que não é mais o mesmo Atthaphan daquela época, mas continua colocando a sua vida em segundo plano, realmente acha que esse emprego vale mais pra mim do que você? Gun Atthaphan Phunsawat, eu pisaria em agulhas enquanto meu corpo é incinerado só pra ter você ao meu lado. Então foda-se se eu tiver que quebrar o distintivo em troca da sua integridade.
Quanto mais Off falava, mais Atthaphan sentia seu coração queimar em um fogo ardente mas estranhamente prazeroso. Seu cérebro era preenchido por serotonina e dopamina, enquanto sua pupila dilatada e coração disparado diziam tudo por si só. Gun sabia que não estava olhando para o seu parceiro de trabalho, não; ele estava olhando para a pessoa que desejava envelhecer ao lado, estava olhando sua base, o pilar que o sustentava em dias onde seu corpo estava frágil.
Eles foram designados a trabalharem juntos, e nesse período tudo começou a mudar de forma tão bruta, que Gun sequer percebeu que já haviam se passado seis anos. A dificuldade de compreender um ao outro, os muros construídos para que ninguém entrasse, cada um desses empecilhos foram sutilmente destruídos. E antes que os dois notassem, se tornaram então o vínculo mais precioso que tinham, e tudo deixou de ser apenas trabalho — apenas uma atuação — para se tornar algo especialmente mais profundo.
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Parceiros - Offgun
FanfictionDois homens de temperamentos completamente opostos, que servem ao departamento de investigação criminal, enfim descobrem algo que ambos tem em comum: estar próximos ao olho da rua caso não provem seu devido valor. E para a infelicidade dos dois, a ú...