18) Casa

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Adulkittiporn estacionou na porta do que seria a casa em que Atthaphan morava. Era uma faixada moderna, o quarto tinha janelas panorâmicas apontadas para a cidade grande, e era dentro de um condomínio particular, próximo a casas tão modernas quanto.

- É aqui?

- Isso.

- Tá traficando? - Off brincou e Gun revirou os olhos, sorrindo para ele.

- Quer saber por que? Quer comprar?

- Você sempre tem uma resposta na ponta da língua. Gasta toda a sua criatividade comigo?

- Vai se sentir especial se eu disser que sim?

- Claro, eu amo agressão verbal.

A frase fez Gun comprimir os lábios para não rir. Não precisava ser inteligente para saber que continha duplo sentido naquela sentença.

- Entendi porque se interessou por mim. - Respondeu, encarando a sua porta. Seus ombros tensionados e a mordida no lábio inferior expunham sua confusão ao se expressar.

- No que está pensando?

- Off, você... - O menor se virou para encarar o motorista ao seu lado e respirou fundo, apontando para a casa: - Quer entrar?

- Posso?

Gun acenou. As coisas realmente haviam mudado, e Atthaphan mentiria se dissesse que já estava acostumado com elas. Os dois ficaram alguns meses em treinamento e um em investigação. Mas passaram anos afiando facas um contra o outro, a atração de Phunsawat para com Adulkittiporn não se limitava a física, mas ele não sabia como lidar com a emocional, e aquilo fazia com que seu espírito tremesse em insegurança. Mesmo assim, ele queria entender o que estava sentindo, e parecia justo manter a base do seu experimento científico próximo.

Já dentro da casa tudo era tão radiante quanto Phunsawat. Os móveis entalhados em madeira nobre, o sofá claro de tecido, a televisão grande e a cascata ao seu lado. Haviam quadros para todos os cantos, seus e de sua família, tudo tinha sua assinatura e o seu cheiro. Off amava aquela casa e havia acabado de conhecê-la.

- Mora sozinho aqui?

- Não é tão grande quanto parece. - Gun sorriu e deixou as bolsas no cabideiro próximo a porta, observando Off analisar os quadros pendurados nas paredes, em especial aqueles em que seu rosto estava estampado.

- Você é fotogênico. Se não fosse policial seria modelo?

- Talvez, quem sabe? Nunca pensei em outro ramo, a minha família inteira caminha para esse lado.

- A minha também.

- Até a sua madrasta?

- Meu pai conheceu ela no trabalho.

- Uma mulher na aeronáutica. - Gun expressou encanto, enquanto picava cogumelos na cozinha.

- O que vai fazer?

- Tom Kha Gai. Tem algo que você não come? - Gun questionou-o e Off sorriu envergonhado.

- Pode tirar a galanga.

- Vou substituir por gengibre.

- Eu não como gengibre.

Atthaphan fez uma pausa, paciência não era o seu forte. Então ele usou seus dons investigativos para evitar ingredientes que Off não gosta de forma mais resumida.

- O que faz você não gostar das raízes?

- Me lembra um pouco pimenta, por arder na boca e ser amarga.

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