61) Alterado

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Já era de manhã, Gun estava sentado sobre a poltrona de sua sacada enquanto fumava. O dia estava frio, mas ele não usava roupa o suficiente para protege-lo. Dito isso, Jumpol abriu a porta de vidro atrás dele entregou ao menor uma xícara de café quente, a qual Phunsawat recolheu enquanto sorria.

— Obrigado, Papi. - A voz de Atthaphan estava rouca e cansada, como a de alguém que havia acabado de acordar após uma noite turbulenta, ou seja: parecia condizente como a realidade.

Jumpol arrastou a cadeira e sentou-se ao seu lado, Gun ofereceu o cigarro à ele, mas observou Off negar com a cabeça:
— Estou tentando parar.

— Oh! - A genuína surpresa foi seguida por um sorriso fraco, Atthaphan estava visivelmente gasto, mas genuinamente feliz: - Isso é bom, de onde veio o estímulo?

— Começou a afetar o trabalho, sinto vontade de fumar em momentos que não posso simplesmente me retirar para fazer isso, é insuportável.

— Eu acho que se eu tentar parar eu provavelmente vou acabar preso alguns dias depois. - Comentou, enquanto jogava as cinzas no pequeno pote de cerâmica ao seu lado.

— Eu tentaria impedir que isso acontecesse.

— Você provavelmente teria sucesso. - Respondeu com sinceridade sobre seu achismo, e observou seu namorado sorrir.

— Como se sente hoje, Ter? - Questionou, acariciando sua bochecha, o observando fechar os olhos enquanto as covinhas continuavam ali para serem vistas, desde o seu despertar.

— Nasci de novo. - Respondeu, ouvindo a risada contagiante de seu parceiro. Era uma verdade por via incontestável, a olheira de Atthaphan havia desaparecido e seu sono foi tão pesado que o seu sonho pareceu um filme Indie com horas de duração. É claro que seu corpo acordou dolorido, as marcas feitas na noite anterior ainda estavam ali, mas em momento algum disseram que a ressurreição não era dolorosa.

— Deixa eu ver. - Jumpol segurou as mãos de Gun e acariciou seus pulsos, cujo as marcas dos dedos de Off ainda estavam ali.

— Não se preocupe, isso não dói.

— Claro que não, seu corpo é feito de aço. - Respondeu, beijando a região carinhosamente. Atthaphan derretia-se a visão de ser cuidado após uma noite sem qualquer piedade com seu ser, Off não parecia a mesma pessoa e isso era perfeito. Adulkittiporn era um homem perfeito: elegante, amoroso, culto, complacente e protetor, mas sabia balancear tudo isso quando a situação pedia o seu lado mais agressivo. Se Phunsawat tivesse que reviver todos os traumas de sua vida outra vez apenas para ter Adulkittiporn ao seu lado, ele o faria sem pensar duas vezes.

— Eu precisava disso, Papi. Os últimos dias tem sido difíceis pra mim... - Gun estava encolhido, o roupão que usava realmente não continha o ar gelado, Off levantou-se e estendeu a mão para que o menor segurasse, e ambos entraram para dentro, caminhando até o andar de baixo onde Adulkittiporn tinha a intenção de ascender a lareira próximo a sala principal.

Phunsawat sentou-se em meio ao emaranhado de travesseiros, esperando que o fogo aquecesse o exterior enquanto o café quente aquecia o interior. Jumpol por sua vez, enquanto terminava de agitar a chama, notou algo que deixou passar despercebido na noite anterior.

— Não tinha um quadro de você com o Tay aqui? - Apontou para a comoda próxima.

Gun respirou fundo e levantou-se outra vez, abraçando Off por trás enquanto beijava sua nuca em selinhos gentis:

— Eu me livrei dele.

— Você o quê? - Off olhou por cima dos ombros com o cenho franzido, enquanto observava os olhos brilhantes sustentando os seus.

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