83) O galpão

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Naquela manhã a boate aparentava estar mais vazia, talvez a razão fosse por estarem no meio de um dia da semana que as pessoas não costumam sair para beber, ou os quatro indivíduos presentes apenas deram muita sorte.

— Aquela mulher e o marido dela estão olhando pra gente já faz meia hora. - Off sussurrou no ouvido de Lookjun, que acenou mantendo serenidade.

— Acha que são o casal ao qual Jane e Gun citaram ontem?

— Talvez, só vamos descobrir se falarmos com eles.

— Não podemos simplesmente chegar e dizer "oi".

— Em que momento eu falei isso?

— Não ouse descontar as frustrações do seu relacionamento em mim.

— Por que não? Estamos casados.

— Um dia casada com você e eu já quero o divórcio. - Lookjun revirou seus pequenos olhos.

— Ela está indo pra pista de dança com o cara. - Off indicou.

— E daí?

— Sabe uma ótima maneira de puxar assuntos com estranhos em uma boate, treinadora?

— O que pretende?

— Você vai esbarrar nela. - Jumpol estendeu a mão para que a mulher segurasse, e ela assim o fez sem contesta-lo.

A desconhecida segurava em sua mão um copo de cerveja enquanto rodava com o seu marido. Jumpol viu uma ótima oportunidade naquela bebida, e enquanto movia Lookjun de um lado a outro, fixava seu olhar nas mãos da mulher. Ele puxou Bhasidi para perto, perto o suficiente para que pudesse sussurrar em seu ouvido.

— Você vai esbarrar no braço dela, naquele que está segurando o copo. Então vai oferecer outra bebida à ela e puxar o casal para um assunto.

— Tudo bem. - Ela acenou: - Que interessante.

— O quê?

— Eu pensei que você fosse burro.

— Você é insuportável. - Jumpol disse com sinceridade e a escutou rir, para poucos instantes após isso ambos prosseguirem com o plano, que por incrível que pareça foi absolutamente eficaz.

Enquanto isso, Jane e Gun se empreitavam pela ilha, saindo do que seria a zona de conforto interna para caminhar ao lado de fora em busca de alguma coisa.

— Gun, tem um galpão, mas está trancado. - Jane alertou e o menor se aproximou, retirou de seu bolso um canivete, e com ele pretendia fazer o impossível.

— Sabe que é uma corrente de aço né?

— Estou focando no cadeado.

— É claro... boa sorte. - Ela cruzou os braços e encostou-se no coqueiro: - Parece de mal humor hoje.

— Eu estou bem... essa merda! - Gun feriu seu indicador com a lâmina e teve que fechar os olhos e respirar fundo para não enlouquecer.

— Estou vendo...

— Desculpe, Jen... - O menor negou com a cabeça, esfregando os olhos: - Off está com ciúmes do Tay.

— O quê?

— Exatamente, "o quê?" é a reação correta.

— Como alguém pode ter ciúmes de um falecido?

— Eu acho que Tay... - Gun ia terminar sua linha de raciocínio, mas negou com a cabeça: - Eu não sei, talvez Tay tenha dito algo para ele enquanto ainda era vivo que o faça se sentir inseguro quando penso nele ou qualquer coisa assim. Eu não faço ideia, mas é uma idiotice.

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