90) Presente de Natal

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— Papi, você pode me ajudar com isso? - Seria humilhante para Atthaphan pedir uma escada para colocar a estrela na pota da árvore, que por sua vez não era de fato grande, mas seus pés realmente não alcançavam mesmo que Gun estivesse na ponta deles. É claro que Jumpol riu, ascendendo a última vela festiva e indo até Phunsawat, o segurando por trás e o colocando no alto, como se o menor tivesse o peso de uma pena. Gun gritou com medo de cair: - Porra, Jumpol!

— Coloca a estrela aí.

— Eu vou cair, cacete...

— Não vai não.

Phunsawat choramingou e encaixou o adereço, sendo colocado ao chão e dando um soco leve no peito de Off.

— Brigando tão cedo? - Hana brincou com os dois, estendendo xícaras de chá de canela à ambos.

— Já é noite. - Gun rebateu, e recebeu um cheiro na bochecha, vindo de seu parceiro;

— E não estamos brigando. A mãe do Gun fez a receita perfeita, e se preocupou tanto em não esquecer todos os ingredientes gostoso, que quando viu... "opa, cadê o fermento?"

— Eu vou te esmurrar. - Atthaphan ameaçou, encostando a testa ao ombro de Off enquanto ria com timidez.

— Vocês vão completar um ano juntos, não é?

— Uhum. - Gun acenou com orgulho, acariciando o cabelo de Off enquanto tomava a bebida ofertada.

— Estou feliz que meu filho tenha o conhecido. Em quase um ano só soube de uma única discussão e ela durou pouco tempo, no fim eu acho que... não, eu tenho certeza. - Ela se corrigiu, encarando Off: - Você acertou dessa vez, querido. - Jumpol sorriu, acenando: - Gun, posso conversar com você um instante?

— Claro. - O homem não questionou, apenas desprendeu-se do toque de Off e foi até a cozinha com Hana. A mulher sorriu para ele e lhe estendeu uma colher de um dos seus alimentos favoritos, a qual ela tinha a habilidade impecável de preparar: - Está uma delícia, P'Hana, obrigado.

— Não agradeça. - Ela riu, negando com a cabeça: - Que bom que gostou, mas não foi por isso que te chamei.

— Oh... aconteceu alguma coisa?

Hana respirou fundo, se encostando ao balcão:
— Eu não consegui, Gun.

— O quê?

— Não consegui a medida protetiva. Não quero que conte isso para ele hoje, na verdade... vou tentar mais uma vez, só não quero preocupa-lo agora. Mas me sinto mal em ser a única a saber. E também quero que saiba que, apesar disso, a sua ajuda foi muito boa pra mim e para a nossa família.

Dê repente, Atthaphan sentiu um gosto amargo em sua garganta, e seu cenho estava automaticamente franzido.

— Vocês podem estar em perigo? - Atthaphan questionou, e a mulher riu, negando com a cabeça e segurando a mão de seu genro.

— Ele parece ser um monstro, mas é apenas louco. Deixou a raiva subir a cabeça, mas nos últimos dias está sendo gentil no trabalho... eu não acho que ele vai voltar a nos incomodar. De um jeito ou de outro, meu filho está seguro com você. Sabe, durante muitos anos eu tive medo de ir dormir e acordar com a notícia do falecimento dele... desde que te conheci, esse medo não é mais uma realidade pra mim.

— Eu sinto muito por não termos conseguido. Você merece a paz, é uma mulher gentil e uma ótima mãe. Criou P'Off muito bem, ele é... ele é um homem incrível, ninguém nesse mundo fez com que eu me sentisse tão humano e digno da vida quanto ele.

Hana concordou, quando seus olhos brilhavam, eles lembravam os de Off. Sua pele pálida também era como a de seu filho, apesar de não dividirem o mesmo sangue, os dois corações batiam um pelo outro. Gun sabia o quanto Hana era importante para o seu namorado, e com o passar dos meses, aquela mulher tornou-se importante para ele também.

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