Changing clothes

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O dia amanheceu com a chegada de um dos piores dias da semana, segunda-feira. Eu e Eleven dormimos no quarto de Louis por ele estar ocupando o meu. Não sei como ele está agora, se melhorou ou continua do mesmo jeito, afinal dormimos logo após o jantar.

Acordei um pouco antes dela, o despertador da minha cabeceira marcava seis e meia da manhã. A aula começa de oito, diante disso optei por adiantar me arrumando. Eleven dormiu com a mesma roupa, ela não pediu uma camisola e eu nem me liguei nisso, também acabei adormecendo com a roupa do corpo.

Fui até meu quarto para trocar de roupa, mas eu só iria pegar um conjunto e me trocar no banheiro, visto que Louis ainda estava lá. Abri a porta de fininho para que ele não acordasse, porém ao fazer isso me deparei com a cama vazia.

Ué, será que ele acordou melhor? Provavelmente, uma vez que ontem ele não tinha condições de levantar da cama sozinho. Enfim, aproveitei a privacidade para me trocar ali mesmo. Escolhi uma calça jeans escura e decidi continuar com o moletom de Louis. Assumo que gostei dele, apesar de ser apenas poliéster.

Terminei de me vestir e retornei ao quarto de Louis para acordar Eleven. Abri a porta com agilidade, até que vi Louis virado pro guarda-roupa de toalha.

— O que está fazendo aqui?— Perguntei impulsionada pelo susto. Louis se virou devagar, possibilitando que eu visse seu corpo, já que a toalha se encontrava pendurada na cintura.

— Me trocando.— Disse de maneira óbvia.— O quarto é meu, pelo que eu me lembre.— Informou cínico.
É, ele voltou ao normal.

— Você ia se trocar na frente da Eleven?— Indaguei apontando pra garota deitada na cama.

— Ela está dormindo.— Indicou despreocupado pegando uma camiseta.— E qual seria o problema se ela visse?— Questionou dando um riso debochado ao notar que eu avaliava seu peitoral involuntariamente. Como alguém pode ser tão sem noção?

— Você é ridículo.— Xinguei me aproximando de Eleven.— Ei, acorda.— Estimulei mexendo seu ombro, em seguida ela abriu os olhos sonolenta.— Vem se arrumar no meu quarto.— Chamei para sairmos do quarto o mais rápido possível.

— Ãn?— Murmurou coçando os olhos para se espertar.

— A gente vai pra escola daqui a pouco, você precisa se arrumar.— Contextualizei enquanto ela ia levantando da cama com preguiça, que foi quando a mesma recuperou a consciência e olhou Louis estranho por ele estar de toalha.— Vamos logo.— Puxei seu braço a guiando para fora.

— Pra que a pressa?— Louis perguntou em forma de provocação. Mostrei o dedo do meio como resposta. Demorou menos de um minuto para chegarmos no meu quarto.

— Como eu vou pra escola?— Eleven perguntou franzindo o cenho pensativa.

— Com esse conjunto.— Afirmei jogando na cama uma roupa qualquer que encontrei na primeira gaveta do guarda-roupa.

— Não... Digo, eu não sou aluna de lá.— Relembrou esclarecendo o sentido da pergunta.

— Os meninos resolvem, cansei de ficar inventando mil mentiras.— Afirmei potencializando o feito para me livrar da barra, se bem que eu realmente não aguento mais, inventar uma mentira atrás da outra é foda.

— Eu vou...— Iniciou um aviso de que sairia, contudo adiantei minha resposta impaciente.

— Pode ir.— Permiti querendo que ela saísse logo. Coloquei meu fone para escutar Kate Bush e ignorei sua saída. Se passaram cerca de vinte minutos, o tempo de Eleven e Louis ficarem prontos. Eu havia me encaminhado para aguardar os dois na sala.

— Esse moletom é meu?— Louis indagou desconfiado quando chegou por último.

— Sim.— Respondi achando que era óbvio.— Você que me deu, ué.— Contei intrigada por ele não ter lembrado. Aquela batida de fato causou danos.

— Ah, verdade.— Disse como se estivesse lembrando do momento.— É que eu não lembro direito de ontem, só de alguns flashes.— Assumiu pressionando a cabeça de leve. Cacete, será que ele não lembra do que aconteceu no cemitério? Ou do que os meninos contaram sobre o Vecna?

— Até onde você lembra?— Questionei ficando um pouco apreensiva.

— Até a minha briga com o desgraçado do Harrington, depois disso eu não lembro de quase nada.— Constatou me trazendo alívio, dali em diante não aconteceu nada que valha a pena se recordar.

— Bom pra você.— Murmurei saindo de casa, posteriormente sendo seguida por ele e Eleven em direção ao carro. Louis destrancou o veículo com a chave, logo entrando no lado do motorista.

— Você não vai na frente?— Louis perguntou vendo que eu estava entrando pelo banco de trás com Eleven.

— Não.— Neguei fechando a porta com força. Ele fingiu não ligar e deu partida, mas percebi seu olhar me espiando pelo retrovisor, tal ato que eu fiz questão de ignorar.

𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐛𝐫𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora