Wet hair

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Ficar no clube com Louis me rondando estava sendo um tremendo desafio, porém consegui conter a vontade de ficar com ele de novo. Como o esperado, Nancy e Robin notaram minha ausência naquele momento, então a solução que encontrei foi dizer que eu havia passado meio mal no banheiro.

Elas não demostraram acreditar fielmente, mas continuamos na piscina como se nada tivesse acontecido. Depois de algumas horas anoiteceu e já estava bom de irmos embora. Minha mãe estranharia se eu chegasse tarde em casa depois da "detenção", diante disso pedi a mochila de Robin e repus a roupa que eu estava usando na escola para evitar suspeitas.

Enquanto me trocava no banheiro percebi que havia esquecido minha mochila na cabine. Cabeça de vento. Se bem que eu estava extremamente atordoada com o negócio do biquíni, vamos dar um desconto. Saí do banheiro vestida com o cabelo obviamente molhado e a mochila nas costas. As outras duas vinham atrás de mim, mas na minha frente eu só via uma certa pessoa.

— Você vem?— Louis se dirigiu a mim balançando a chave do carro. Ele estava bem na porta do banheiro, óbvio que seu intuito era me esperar. Robin nos lançou um olhar de incerteza, aparentemente em dúvida se deveria intervir ou não.

— Aham.— Confirmei as olhando para mostrar que estava sob controle. Ir andando atrasaria minha chegada, quanto mais tarde eu chegasse pior.— Tchau, meninas.— Saudei recebendo um simples abraço de despedida de cada uma.

— Até mais, S/n.— Nancy foi a única que falou antes de eu e Louis irmos andando na direção oposta. De início ficou um silêncio entre nós, visto que eu fazia questão de andar mais rápido para não ficarmos lado a lado. Isso durou até chegarmos no carro e ele decidir dar uma de cavalheiro abrindo a porta.

— Eu tenho mãos.— Debochei constatando o óbvio para esclarecer que eu podia fazer aquilo sozinha. Me poupe dessa forçação.

— Não tão grandes.— Provocou fazendo referência ao café da manhã de ontem. "Bem grandes por sinal" O que diabos se passou na minha cabeça para eu ter falado algo assim sem achar que sairia estranho?

— Mas as minhas não estão dormentes.— Retruquei imitando seu argumento daquele mesmo dia, logo entrando no carro de supetão. Escorei minha cabeça no encosto respirando fundo após fechar a porta e pôr o cinto. Louis entrou seguidamente no banco de motorista, em breve dando partida.

— Sabe que sua mãe vai estranhar esse cabelo, né?— Alertou se referindo ao meu cabelo estar molhado. Merda, eu não tinha me ligado nesse detalhe.

— Eu invento alguma desculpa.— Simplifiquei fingindo não me importar. Sem aviso Louis dobrou em uma rua deserta e estacionou o carro debaixo de uma árvore.— O que está fazendo?— Questionei tentando entender seu ato inesperado.

— Vamos esperar ele secar.— Disse indiferente. Ele só pode estar tirando onda da minha cara.

— Você não pensa?— Deduzi irritada com tamanha burrice.— Se eu chegar tarde vai ser mais estranho ainda.— Constatei expressando certeza. Não é segredo que estar numa detenção se trata de uma penitência, ninguém passaria mais tempo que o necessário ali.

— Acho que quem não tá pensando aqui é você.— Acusou convencido.— Cola mais eu ter me atrasado no clube pra te buscar ou você ter tomado banho na escola?— Levantou duas hipóteses de maneira sarcástica. Pior que falando assim...

— Você tem noção de quanto tempo demora pra secar um cabelo naturalmente?— Pus outro ponto em questão.— Principalmente um do tamanho do meu.— Ratifiquei aumentando a dificuldade.

— Fica na frente do ventilador.— Sugeriu apontando em direção ao duto do meu lado. Pus minha mão esperando sentir a ventilação, no entanto o compartimento estava desligado.

— Liga pelo menos.— Mandei impaciente. Louis mexeu nos botões do painel central, porém nada aconteceu.— Essa merda tá quebrada.— Notifiquei em forma de reclamação revirando os olhos.— Mas não importa, é melhor ir logo de qualquer jeito.— Voltei à minha decisão inicial, esperando que o trajeto fosse retomado, o que não aconteceu.— Ah, é assim?— Zombei notando que ele não moveria o carro.— Tudo bem, eu vou andando.— Anunciei me preparando para abrir a porta, mas quando puxei a maceta não abriu. Estava trancada.

Tem certeza?— Duvidou lançando um sorriso irônico. Como alguém consegue ser tão idiota e atraente ao mesmo tempo?

— Agora eu entendi.— Bufei debochando de sua cara.— Você tá querendo me fuder nesse carro, é isso?— Acusei mais severa. O desgraçado se fez de sonso franzindo o cenho.

— Quem tá dizendo é você.— Se defendeu mantendo seu risinho.— Por quê? Você quer? — Questionou dando a entender que eu havia sugerido.

— Para de ser sínico, idiota.— O repreendi de saco cheio.— Tudo que eu quero é ir pra casa.— Repreendi insistente. Louis ficou sério de repente e começou a me encarar daquele jeito, parecendo enxergar até o fundo da minha alma.

— Tem certeza?— Repetiu se aproximando aos poucos. O domínio que tem sobre mim é algo incontrolável, e ele sabia bem disso. Pela reação do meu corpo dava a sensação de que cada movimento era calculado. A maneira dele colocar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha já me causava arrepios, diga lá quando sua mão agarrou meu pescoço unindo nossos rostos. O mero selar de lábios não durou muito, afinal Louis veio entrelaçando sua língua na minha com força.

— E-eu te odeio.— Murmurei entre o beijo ao sentir suas mão puxando minha cintura para cima. Ele queria que eu ficasse no seu colo, e a imbecil aqui caiu no papo subindo nele sem interromper o que fazíamos.

— Então por que continua me beijando?— Perguntou se afastando para atiçar minha ânsia e me torturar. Eu não ia deixar barato... Comecei a rebolar sob seu volume, tendo apenas o tecido das roupas separando nossas intimidades. A respiração ofegante do mesmo virou um gemido rouco.

— Não é porque eu te odeio que eu não posso mais beijar sua boca.— Justifiquei antes de atacar seus lábios, que agora aparentam estarem inchados. Sinto que os meus também estão, especialmente depois de recuperar aquele ritmo de selvageria.

— Isso, S/n.— Murmurou querendo que eu continuasse os movimentos. Foi nesse instante caí na real de novo, trepar naquele carro definitivamente não era a melhor opção. Eu ainda precisava chegar em casa cedo, o cabelo molhado que se foda. Decidi sair do colo de Louis o pegando desprevenido, logo vendo seu rosto estampar uma reação nada boa.— Tá zoando que você vai me deixar assim.— Reclamou apontando para o meio de suas pernas.

— Já deu, temos que ir.— Mandei recuperando minha postura anterior, evitando olhar a região indicada.

— Você me paga.— Avisou retomando o trajeto ao acelerar o carro mais do que devia.

𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐛𝐫𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora