Snow Ball

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O som vindo do ginásio sinalizava que havíamos chegado. A partir de agora o desafio começa, a pressão de ser a menina veio de par com o irmão. Na melhor das hipóteses vão achar que eu não tinha ninguém, o que significa que serei julgada de qualquer forma.

Minha mente trabalhava contra mim, pensava no que aquela vadia era capaz de fazer se nos visse juntos. Sei que é quase inevitável, estou aqui exatamente para mostrar que ela não pode me manipular e decidir os rumos da minha vida, ainda assim tenho receio.

Sou acostumada a fingir não me importar com a opinião dos outros, mas no fundo esse medo predomina dentro de mim, por isso muitas vezes me isolo como se ninguém mais existisse. Eis uma atitude covarde, pelo menos me ensinou algo. Por mais que eu tente me esconder, sempre haverá alguém que virá até mim.

— Você não vem?— Escutei a voz de Louis interrompendo meus pensamentos. O mesmo segurava a porta ao me esperar descer. Eu sequer tinha percebido que ele já estava do lado de fora do carro. Finalmente reagi saindo do veículo. Posso ter aceitado o auxílio com a porta, porém não consegui me manter contida quando o vi prestes a entrelaçar nossos braços.

— Não precisa de tanta formalidade.— Alertei evitando o gesto.— É o baile de Hawkins, não da realeza britânica.— Zombei como justificativa para agirmos naturalmente. Vi que ele ficou incomodado, entretanto não fui retrucada. Adiante compensamos o silêncio andando. A agilidade teria nos feito entrar de imediato, se eu não tivesse parado no meio do caminho.

— O que foi?— Perguntou estranhando minha atitude. Eu pausei criando coragem. A partir dali tudo começaria.

— Nada.— Menti descaradamente, meu rosto aflito me entregava. Aquela porta com vidraças parecia a entrada para o purgatório.

— Você não está sozinha.— Disse olhando no fundo dos meus olhos, transmitindo a segurança que eu precisava. A verdade é que ele estava lá nos meus piores momentos, mesmo quando acreditávamos odiar um ao outro. É isso, tê-lo comigo é a minha força. Dessa vez eu mesma o segurei por conta própria.

— Vamos logo.— Lancei me encorajando. Nos impulsionei para frente e seguimos de braços dados. Atravessar a entrada acabou sendo bem mais tranquilo do que eu pensava, todos estavam tão entretidos dançando com a música alta que nem perceberam nossa presença.

— Lembrei da mãe de alguém.— Louis ironizou reparando nos alunos sendo fotografados. Não contive um riso, apesar do recente nervosismo.— Quer ir lá?— Sugeriu vendo que desocuparam o espaço onde o fotógrafo fazia seu trabalho. Franzi o cenho duvidando se ele realmente estava falando sério, considerando que eu só tirei foto em casa por pura e expontânea pressão.

— Claro que...— Iniciei pronta para negar, contudo avistei Heather por perto.— Sim, eu quero.— Completei mudando de ideia no calor do momento, preciso de um tempinho antes do caos se instalar. Vi como saída para nos manter distante dela. Minha fuga resultou em chegarmos um tanto que rápido.

— Podemos?— Louis perguntou ao fotógrafo, que até então estava de costas para nós. Após o rapaz se virar identifiquei a face, era o Jonathan, também chamado de maconheiro, irmão do Will e ficante da... Nancy.

— S/n.— Me reconheceu primeiro.— E você é o Louis, certo?— Lembrou em seguida, logo o mesmo assentiu lhe dando a confirmação. Falar de cara com um conhecido não era bem o que eu tinha planejado, mas é o jeito.— Vocês vão tirar separados?— Presumiu provavelmente não sacando que somos um par por motivos óbvios.

— Não.— Respondi tão automática que além dele, surpreendi Louis.— Juntos.— Detalhei balançando de leve nossos braços entrelaçados. Evitei contato visual retraída.

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𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐛𝐫𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora