Locked house

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Passar o tempo até em casa presa naquela Kombi foi desconfortável não só por Louis estar me encarando estranho desde que entramos, mas também por conta do cheiro de fumo impregnado no ambiente, pra não dizer de maconha mesmo.

Tive que orientá-los sobre a localização durante o trajeto, além da penitência de ter que escutar boa parte do caminho Argyle cantando uma música "good vibes" de drogado. Enquanto isso Jonathan parabenizava Eleven pela vitória, explicitando que Nancy havia contado a eles através do walkie talkie.

— É aqui.— Avisei avistando nossa casa. Argyle atrasou na hora estacionar o veículo, o que resultou em pararmos mais perto da casa seguinte.

— Entregues, muchachos.— Anunciou se virando do volante para nos enxergar na parte de trás. Me levantei abrindo a porta rapidamente, resultando na minha saída imediata. Louis saiu logo após de mim.

— Você deveria maneirar nas plantas.— Aconselhei voltando a olhá-lo de fora para dentro pela janela lateral que estava aberta.

— Tudo que vem da terra faz bem.— Constatou cínico.— Mas não conta pra Joyce.— Adicionou agora encarando Jonathan com deboche. E eu sei lá quem é Joyce. Nesse momento notei que Eleven permanecia dentro da Kombi, então decidi me dirigir a ela.

— Você vai com eles?— Perguntei deduzindo pela sua falta de atitude. A garota apenas assentiu mexendo a cabeça positivamente.— Posso falar com você um minuto?— Solicitei esperando que a mesma viesse até mim, porém ela só assentiu novamente.— A sós.— Esclareci sendo direta. Eu precisava garantir que não virasse de domínio público o que aconteceu entre eu e Louis naquela casa mal-assombrada.

— Ui.— Argyle emitiu o som indicando indiretamente que o assunto é sério por ser confidencial. Eleven saiu do veículo parando ao meu lado, sem hesitação a puxei mantendo distância dos demais.

— O que foi?— Indagou tentando compreender o motivo da conversa.

— É...— Gaguejei pensando no que dizer.— Tem como você não contar sobre...— Iniciei nervosa e acabei travando no meio do pedido.— Você sabe, eu e o Louis.— Revelei abaixando um pouco meu tom de voz.

— Ah, tudo bem.— Concordou finalmente entendendo do que se tratava.—Eu não vou contar a ninguém.— Garantiu dando sua palavra, que eu espero que seja de confiança. Ela salvou a vida de Louis, acho que posso confiar nela.

— Valeu.— Agredeci criando um silêncio entre nós duas.— Era só isso mesmo.— Comuniquei com objetivo de estabelecer o fim do diálogo.

— Até mais.— Eleven se despediu, em breve andando de volta.

— Eu espero que não, Vecna nunca mais.— Brinquei descontraindo a situação. Ela riu tímida da piada, contudo continuou se aproximando da Kombi. Segui até em casa e acenei por educação pros maconheiros... Quer dizer, Argyle e Jonathan.

— Será que mamãe está?— Supus questionando a Louis, que agora se encontrava do meu lado.— Se sim vamos levar uma bronca daquelas.— Declarei convicta, tendo preguiça só de imaginar a discussão. Passamos o dia inteiro fora sem avisar.

— Eu quase morri hoje, levar uma bronca da sua mãe vai ser o de menos.— Disse secamente, indo abrir a porta para entrar antes de mim, como se achasse irrelevante se eu entraria ou não, mas estava trancada. Esse é bipolar mesmo.

— Eles devem ter saído.— Concluí vendo Louis não obter sucesso ao tentar abrir de novo. O mesmo parou as tentativas bufando impaciente.— Como vamos entrar?— Refleti desejando solucionar o problema. Ele não me respondeu, somente saiu contornando a casa.— Aonde você vai?— Perguntei o seguindo, embora tenha sido difícil acompanhar seus passos acelerados.

𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐛𝐫𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora