These outbreaks

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Finalmente aquela tortura chegou ao fim. Mal tive participação no jogo, o que gerou um certo descontentamento em Eddie. De qualquer forma ele não quis perder tempo comigo e deu continuidade, até os jogadores lunáticos comemorarem loucamente por uma mera vitória em equipe.

Quando estávamos indo embora vi Eddie entrar de maneira suspeita no matagal vizinho a escola. Cheguei a perguntar para Dustin o motivo dele ter ido lá, mas recebi unicamente a palavra "vendas" como resposta. Apesar da explicação rasa, acho que consegui entender do que se tratava. O temperamento desequilibrado do cabeludo entrega o uso de entorpecentes.

Retornei para casa na garupa de Mike, assim como foi na ida. Me despedi dos três esquisitos e entrei em casa receosa, afinal não tenho conhecimento do estado de Louis nesse momento. Já faz mais de duas horas que discutimos, ele dele ter se acalmado. Eu espero.

Aí está você.— Escutei a voz da minha mãe soar pela sala enquanto eu fechava a porta discretamente. Sua fala me gerou um leve susto.

— Ah... Oi, mãe.— A cumprimentei temendo que a mesma tocasse no assunto da briga. Sei que ela percebeu... Não só pelos gritos, mas principalmente por Louis ter se descontrolado e quebrado algo da sala.

— Posso saber o que aconteceu aqui?— Perguntou apontando pros cacos do seu vaso favorito. Fiquei calada e me retraí.— Vamos, S/n. Me conte.— Mandou parecendo estar cansada e impaciente.

— Por que não pergunta pra ele?— Questionei tomando uma postura mais agressiva.— Não fui eu que quebrei isso.— Afirmei olhando em direção ao vaso cinicamente.

— Louis está trancado no quarto desde que você saiu.— Contou de maneira direta.— Falando nisso, para onde você foi? Por que não me avisou?— Lançou duas perguntas de uma vez.

— Eu só fui encontrar os meninos da escola.— Falei sem dar importância.— Não era você que queria que eu me adaptasse?— Indaguei como se fosse óbvio.

— Ah, meu Deus.— Disse colocando a mão sobre a testa.— Agora entendi tudo.— Afirmou aparentemente acreditando no que estava pensando.— Ele ficou assim por isso, não é?— Supôs certeira. Desviei o olhar desejando não responder.— É claro que foi por isso.— Se certificou falando para si.

— Ele é maluco.— Constatei bufando raivosa.— Não aguento mais esses surtos.— Desabafei me sentando numa cadeira de modo desleixado.

— Esses?— Repetiu confusa.— Como assim "esses"?— Falou se sentando ao meu lado.— Tiveram outros?— Questionou bastante intrigada.

— Vários.— Assumi exausta.— Até já ameacei contar para Elliot, mas sei que só acabaria piorando tudo.— Expliquei revirando os olhos em insatisfação.

— Realmente, não conte.— Pediu previnida.— Elliot surtaria que nem da última vez.— Avisou consumida pelo nervosismo. Suas palavras me deixaram desconfiada, afinal ela citou um contratempo que nunca compreendi de fato.

— Espera... O que eu teria haver com a última briga deles?— Perguntei franzindo o cenho. A face de mamãe ficou apreensiva, como se houvesse falado algo que não devia.

— É... Nada.— Garantiu meio perdida.— Quis dizer que ele ficaria tão estressado quanto.— Comparou explicando sua fala anterior.

— Entendi...— Falei após um clima pesado se instaurar no ambiente.— Estou cansada, o dia foi longo.— Contei dando um suspiro profundo.— Acho que vou descansar, minha cabeça não para de latejar.— Comuniquei como forma de desculpa para me livrar do diálogo, mesmo que aquilo não fosse mentira.

— Tudo bem, querida.— Assentiu avaliando meu estado.— Quer outro remédio?— Sugeriu preocupada com a enxaqueca insistente.

— Não precisa.— Afirmei decidida.— Nenhum resolveria de qualquer maneira.— Sussurrei apenas para mim enquanto saía da sala.

𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐛𝐫𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora