𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐛𝐫𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦

Headache

Acordei com uma enxaqueca insuportável, minha cabeça parece que vai explodir. Pus um moletom preto de maneira despojada e vesti a primeira calça que vi no meu guarda-roupa. A dor está muito grande para eu ficar me preocupando com a minha aparência. Escutei uma buzina vindo do lado de fora, deve ser Louis.

Atravessei a porta tendo dificuldade em manter os passos firmes. Cheguei no carro e praticamente me joguei dentro, querendo deitar meu corpo fraco no banco.

— Nossa, você tá acabada.— Louis constatou enquanto eu fechava os olhos pesadamente para conseguir suportar o incômodo.

— Para de falar, por favor.— Pedi pressionando a mão sobre a cabeça. Não estou vendo seu rosto, porém certamente ele está me encarando com estranheza nesse momento.

— O que foi?— Perguntou como se estivesse me avaliando.

— Pedi pra parar de falar.— Repeti escorando minha cabeça no vidro da janela.

— E eu ligo? Diz que merda você tá sentindo.— Insistiu grosseiro, não aceitando ficar sem resposta.

— Ai.— Gemi baixo ao levantar meu pescoço de repente. Sinto o braço de Louis segurar meu ombro.

— Que porra é essa, S/n?— Questionou num tom desesperado, vendo assim até parece que ele se preocupa comigo.

— Dor, Louis. Não deu pra perceber?— Falei impaciente ao tentar ser irônica, mas as contrações me impediam de aparentar confiança. O garoto falou alguma coisa, contudo não escutei. Uma voz grossa e extremamente estranha soava na minha mente, repetindo meu nome entre pausas. S/n... S/n...

— S/n!— Louis exclamou alto me acordando do transe, logo parei de escutar a outra voz.
Devo estar enlouquecendo.

— Ãn?— Murmurei recuperando a consciência. Fiquei olhando para um ponto fixo, entretanto sabia que o mesmo estava prestando atenção nas minhas ações. Sem mais nem menos, o vi descer do carro e abrir a porta que dava no meu banco.

— Por que desceu?— Questionei finalmente encarando seus olhos.

— Você não vai pra aula desse jeito.— Afirmou me puxando para si. Relutei apesar de não ter muitas forças.

— Mas minha mãe...— Iniciei antes de ser interrompida. Mamãe nunca deixa eu faltar aula. Ela e Elliot não voltaram desde ontem, queria saber onde eles se meteram.

— Se não for por bem, vai por mal.— Disse contornando seus braços ao redor do meu corpo, me levantando no ar sem meu consentimento.

— Me solta, maluco!— Resmunguei batendo em suas costas, porém minha moleza atrapalhou a intensidade dos tapas. Fui levada do jardim até a sala em questão de segundos.

— Para com isso, Louis!— Implorei vendo que ele subiu um degrau da escada.

— Não faça isso ser ainda mais difícil.— Falou decidido a não me soltar. Bufei esperando ansiosamente para aquela tortura chegar ao fim. Subimos rápido, meu peso não parecia ser um empecilho pro mais velho. Reconheci meu quatro de cabeça pra baixo e logo senti meu corpo se chocar com a superfície do colchão da cama.

— Qual é a dor?— Indagou sentando ao meu lado de maneira estabanada. Olhei sua face debaixo para cima por estar deitada.

— É só uma enxaqueca.— Garanti fechando meus olhos novamente, mas dessa vez apenas com o objetivo de ignorar o olhar dele.

— Ah, claro. Ontem a noite era o nariz sangrando, hoje é uma enxaqueca fortíssima. Posso ser muitas coisas, mas burro não é uma delas.— Falou sarcástico, como se tivesse propriedade do que estava falando.

— O que está tentando dizer?— Questionei querendo entender seu raciocínio.

— Tomou quantas cápsulas?— Perguntou indo direto ao ponto, não vendo necessidade em explicar detalhadamente.

— Vai à merda! Eu não estou me matando, imbecil! Mas se você continuar me perturbando enquanto minha cabeça explode, quem eu vou acabar matando é você.— Ameacei tampando os ouvidos com qualquer travesseiro dali. Me surpreendi com o fato da localidade ter ficado silenciosa, estava pronta para receber um xingamento daqueles. Contudo, o mais surpreendente foi sentir um cobertor me cobrir por completo.

Fingi não me importar com sua ação e continuei de olhos fechados até cair no sono. Minha exaustão acelerou esse processo.