𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐛𝐫𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦

Vecna's house

O processo de ir embora foi feito em tempo recorde, apesar de estarmos em grande número. A divisão dos carros permaneceu a mesma, e como o carro da Nancy era o único com lugar sobrando, Louis veio conosco.

Ter que ficar praticamente colada nele depois do incidente do banheiro estava sendo uma experiência constrangedora, eis a desvantagem de sentar no meio. Louis me olhava de relance, deixando a situação ainda mais tensa.

— Nos separamos daqui.— Nancy anunciou estacionando na frente de uma casa velha caindo aos pedaços. Eu sentia que já havia visto ela antes, logo a vidraça da porta me trouxe a resposta, é a casa desmontada do Vecna.

— Ué, pensei que todos viriam.— Assumi interrompendo meu foco em encarar o imóvel abandonado.

— Reformulamos o plano.— Afirmou simples.— Eu e Robin vamos no mundo invertido atacar o Vecna pelas costas, enquanto Eleven o enfrenta.— Informou prática.— Os outros também vão com a gente, só vocês duas ficarão aqui.— Avisou revezando o olhar entre eu e Eleven.— E agora ele também.— Acrescentou lembrando da presença de Louis ao avistá-lo.

— Abre a porta.— Pedi para Eleven, afinal eu estava no meio esperando que alguém saísse. Óbvio que eu podia ter pedido para Louis, mas me dirigir a ele era a última coisa que eu queria fazer.

— Vem por aqui.— Louis ofereceu abrindo a porta do seu lado e saindo do carro. Fui por ser a opção mais fácil, eu só queria sair. Eleven finalmente reagiu, em breve se retirando como nós dois.

— Vão para o sótão, lá era onde o Henry...— Nancy alertou iniciando uma explicação, contudo ela pareceu desistir de adicionar detalhes.— Enfim, é o melhor lugar para atrair o Vecna.— Resumiu colocando a mão no volante.

— Henry?— Repeti não sabendo de quem se tratava.

— O Vecna.— Robin respondeu me confundindo.— Vecna, Henry, 01... Chame como quiser.— Listou mostrando que haviam vários possíveis nomes.

— Entranho.— Comentei fazendo uma careta de desdém.

— Fiquem com isso por segurança.— Nancy disse me entregando uma mochila enorme através da janela do carro. Agarrei sentindo o peso sob meus braços.

— Nossa, tem chumbo aqui dentro?— Perguntei apoiando a mochila nas costas para conseguir sustentá-la. Fiz o movimento com dificuldade, mas em poucos segundos senti o peso ser retirado dali. Louis tinha pegado o objeto sem aviso.

— São algumas das armas que compramos na loja, usem em caso de emergência.— Nancy divulgou nos orientando. Assenti evitando prologar a conversa.— Quando for o momento certo vocês receberão um sinal, uma luz vindo da floresta.— Indicou apontando na direção das árvores.

— E quem vai nos avisar?— Indaguei intrigada. Apenas nós três ficaríamos aqui, até onde eu sei.

— Jonathan, o irmão do Will.— Robin contou ágil. Nem sabia que ele tinha irmão.— E o Argyle, o amigo dele.— Adicionou lembrando do outro garoto.— Os dois chegam em alguns minutos.— Repassou prevendo a chegada.

— Então eles vão ficar averiguando a área?— Supus raciocinando pela lógica.

— Obviamente.— Nancy confirmou de uma maneira meio entupida, como se eu fosse a pessoa mais burra da face da Terra.

— A única coisa óbvia aqui é que eu continuo correndo risco de vida, e você continua sem o senso do ridículo.— Despejei as palavras estourando imprevisivelmente. Me virei pronta para sair de perto do veículo, entretanto retornei desejando concluir minha fala.— Ah, e diz pro seu irmão Mike que ele é um babaca que nem você.— Acrescentei piscando somente o olho direito. Eu já devo ter dito isso na cara dele, mas não perderia a oportunidade de afrontar Nancy.