capítulo 22

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DAMON

   Não estou entendendo porque todos estão tão nervosos, ela é a tia dele. Ela iria aparecer. Era óbvio que ela iria parar de pirraça e aparecer. Só acho que não assim, no final da festa, com um presente e nenhuma palavra com ninguém, nem com os pais.

    Ela desapareceu por oito fodidos meses, e eu soube que ela estava se tratando com outra pessoa. E espero que não seja mentira e ela não esteja usando drogas de novo. Foi complicado buscar o Will em black church.

— Caralho, caralho, caralho. — Ouço Misha.

— Cala a boca cara. — Ryen diz.

   Eu Apenas olho de uma distância segura. Porque é seguro para mim ficar longe dela.

— É a Allie? Allie Mori? — ele diz quase impressionado

— Por que está tão surpreso?

— Por que ela está de óculos? Porque ela parece outra pessoa? — Misha diz e eu olho mais uma vez e sim. Ela está diferente.

— Ela é míope. — digo e ele me encara — conhecimento comum.

     Ela desapareceu do mesmo jeito que apareceu, e Kai também, assim como Mads. Depois de alguns minutos Kai aparece e parece extremamente nervoso. Mas não disse nada em voz alta. Então, como uma música de fundo, como um som ambiente. Uma melodia de piano começou a soar pelo ar. Tudo ficou mais silencioso. Senti minhas mãos tremerem. Ao ponto que o copo que eu estava segurando caiu. Procuro o som e pelo vídro da sala, uma distância segura. Vejo.

   Mads está no colo de Allison, vidrado com os dedos no piano da tia, porque eu duvido que os pais do Kai deixam ele tocar naquele negócio. E ao que parece Mads adorou. Cinco anos é um pouco pequeno mas... ele é inteligente, já deve ter percebido que a tia dele é boa no que faz.

— Allie está ficando piano. — Ouço a voz da senhora Mori atrás de mim. — Amor Allie está tocando piano!

    Ela diz. Os dois conversam mais baixo mas pelo tom de voz, ela realmente tinha parado de tocar.

}×{

Quando eu vi a Allison caindo na água, eu me joguei. Eu não sei porque mas quando ela caiu na água eu vi tudo que ela poderia ser e uma delas não era ser um cadáver. Ela tinha tudo, uma boa família, atenção e uma vida saudável. Eu gostava de ver como ela era a completa oposição a minha vida. Mas aí começou o bullying e a perseguição. Eu não podia fazer nada. Eu geralmente era o autor dos atos de bullying e quando eu não fazia nada com o alvo perfeito poderia ser pior. Acho que um pouco foi culpa minha ela virou alvo porque eu dei atenção demais. Se eu me afastasse ela deixaria de ser algo. Mas tudo piorou.

}×{

    Mesmo que seja maldade, eu preciso comprovar. Que não tem mais nada ali. Espero, horas a fio e quando ela finalmente aparece e passa por mim eu quase me senti aliviado.

— Oito meses dessa vez? Suas internações estão ficando bem frequentes. — digo e ela para e vejo seus ombros descendo.

— Eu não me internei. — Ela diz virando para mim. — Eu só passei com um médico bom.

BirthdayOnde histórias criam vida. Descubra agora