capítulo 30

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Allie

   DAMON, DAMON, DAMON, vou matar ele, se ele não se importa então porque está me vigiando? Quero matar ele, quero fazer ele explodir. Que saco! Não consigo tomar café, meu estômago está revirando, eu não acredito nisso. Eu estou tão brava cara...

— O que vai fazer?

— Não sei. — Digo sem muita coisa pra falar.

— Deveria verificar o resto da casa.

— Não. — Me arrumo na cadeira — Deixa como está. Ele vai colocar novas se eu tirar.

— Mas ele está te vigiando isso é crime.

— Não seria o primeiro crime dele will, e também eu vou pensar em alguma forma de fazer ele ter um ótimo show. — Digo mordendo o lábio de tanta raiva.

— Porque não leva alguém pra sua casa? Transa. Se ele explodir vai ser engraçado. — ele diz tomando o café.

   Eu deveria transar com dois caras de raiva. Mas não sei se quero levar alguém para minha casa.

— Você. — Digo encarando o melhor amigo de Damon Torrance. — Vamos transar lá em casa. Mas hoje não. Amanhã.

— Vai me usar para mexer no ninho de cobras que chama Damon?

— ele mexeu comigo. — digo e suspiro — só se quiser. Não vou te usar como uma escrota. Só se você quiser trepar.

— Eu quero óbvio. — ele diz mexendo no café — é só que eu estava pensando em marcar um dia para isso. Mas você já deu uma data. Então eu tenho que avisar o Kai que não vou já reunião amanhã.

     Ele nem parece que trabalha, é quase incrível como o rosto dele não muda com o tempo, todo mundo está envelhecendo mas ele não. Continua com a mesma carinha, ele só parece mais velho quando está de barba mas ele não deixa crescer. Não que eu ache ruim. Eu gosto do rostinho de bebê dele.

— Então que tal...dormir lá em casa Hoje? — digo dobrando o guardanapo — Eu dormi na sua casa. E nosso trato meio que foi para o espaço.

   Tínhamos feito um acordo de não transar e nem um ir na casa do outro mas eu fui na casa dele e ele foi já minha. Então não vejo problemas. Não gosto dele e ele não gosta de mim. Mas somos pessoas que não tem caos. Eu já fui transar com ele algumas vezes mas ficamos mais em silêncio do que transando. As vezes ele estava bêbado demais e chorava e me abraçava, eu não disse nada no outro dia porque eu gostava de me sentir útil e ele me usava como apoio. Eu nunca usei ele como apoio, o Will me usa mais como travesseiro para chorar do que para alívio. Eu já uso ele para esquecer, gosto de que doa para que eu esqueça do Damon, quando eu estou ligada 100% nele e louca para entrar no meu carro e ir para thunder bay eu grito por alívio. Então ele vem.  Essa é nossa relação. Vai ser a primeira vez que vou transar com ele porque eu realmente quero fazer isso. Não por alívio. Por vingança. Por raiva do Damon.

— Podemos só ficar...— ele diz me olhando com o mesmo olhar perdido que eu encontro de manhã.

— Podemos. — digo olhando no fundo dos olhos dele — Você quer chorar?

— Não sei. — ele diz meio sem jeito.

— Quer ir embora?

— Podemos? — ele parece aliviado.

}×{

    Assim que deixo minha bolsa em qualquer lugar, sinto o peso, o corpo do Will entrando em contado direto com o meu, ele é grande perto de mim. Para mim ele é grande. Ela me aperta como se fosse me colocar dentro dele tento não cair mas caio no sofá, sinto a respiração pesada na minha clavícula e olho para o teto.

— Eu queria ter uma overdose. — ele admite.  — Estava perdido.

— Você está sempre perdido Will. — digo.

   Sinto meu busto molhar e a respiração dele ficar descompassada. Enfio os dedos no cabelo dele e faço cafuné, o peso quase me esmaga. Mas eu não reclamo de nada. Só ouço o soluço, ouço a respiração, e sinto cada vez mais como fico presa. 

— Tudo bem não estar bem Will... — Digo em um sussurro.

— Estou cansado Allie. — Ele diz com a voz embargada — Não aguento mais.

    Ela enfia o rosto no meu peito e envolve os braços na minha cintura e me aperta como se eu fosse fugir dele. Então de uma hora para outra, eu também me sinto necessitada de carinho de atenção, de se sentir mais do que uma peça no jogo dos outros, envolvo meus braços ao redor do pescoço de Will e aperto, minha respiração fica pesada e quase sinto vontade de chorar mas não sai nada. Levanto a cabeça e encaro o teto, o que eu estou fazendo?

   Estou colocando tudo em jogo de novo? Eu estou deixando ele se aproximar de mim, ele também vai me trair? Vai me usar como todo mundo? Quando ele estiver bem vai me deixar? Eu estou dando algo de mim de novo. Estou doando meu tempo e um pedacinho de mim para ele. E quando a garota que ele é apaixonado aparecer, porque eu sei que quando eu estiver apegada e totalmente dependente dele, vão me tirar ele. Ela vai voltar e pegar a parte boa dele. Vai pegar os sorrisos e o amor. E eu vou ficar sozinha de novo, como aconteceu com o Conrad, como aconteceu com o Damon e vai acontecer com o Will.

— Quer transar? — pergunto e ele me olha com os olhos vermelhos e nega com a cabeça. — Ok.

— Vamos fazer isso amanhã. — ele diz enfiando o rosto de novo no meu peito. — gosto de ficar assim.

— Ok. — Digo enfiando os dedos no cabelo dele, é macio e tão calmante.

   Emory vai adorar a parte boa do Will quando ela voltar. Sem as partes ruins.
  

     Ah...quero usar Hades. Quero ligar para o Damon, quero abraçar ele, quero que ele me ame. Quero sentir o cheiro do cigarro, quero sentir ele.

Quero sentir alguma coisa real...

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