WILL
Ouço o barulho da baba eletrônica e levanto, me sento na cama e esfrego o rosto, eu estou tão acostumado a acordar assim que quase não notei que a Allie não estava na cama. Levantei um pouco mais rápido que o costume, e procurei na sala e na cozinha ela não estava.
Pensei que talvez ela estivesse saindo pra ir pegar drogas. Mas ouvir um barulho de "shii" longe. Respiro fundo e volto a função de pai, abro a geladeira e vejo que não tem mais mamadeiras. Então lembro que Allie não tira mais leite todos os dias e joga pelo buraco na parede. Esfrego o rosto mais uma vez e caminho até os quarto de Greta, a porta está aberta, e a luz está acesa, me aproximo devagar e observo de fora em terceira pessoa. Allie está sentada na poltrona de amamentação e Greta está no colo dela. Completamente acordada.
Bato na porta de leve e Allie levanta a cabeça rápido e me encara com a sobrancelha levantada. Greta também está com o rostinho virado pra mim.
— São...— Ela olha para o smart watch no pulso — quatro da manhã Will, o que está fazendo acordado?
Respirou fundo e me aproximo dela e encosto na cômoda e encaro Greta totalmente concretada em comer.
— Eu faço isso todos dias. Então eu acordo mesmo sem a babá. — Digo bocejando — Poderia cuidar disso. Por que está acordada?
— Na verdade não consegui dormir. — Ela diz olhando pra nossa filha. Que larga o peito e abre um riso banguela de dois dentes. — então comecei ler alguma coisa, mas Greta acordou.
Ela diz apontando para o livro na cômoda. Como ela é viciada nisso, são muitos livros aqui. Tem vários espalhados pela casa.
Greta está voltando a dormir e fecha os olhinhos em pouco tempo ela está dormindo com o peito na boca. Allie troca o troca pela chupeta e eu pego Greta no colo fico um tempinho com ela no colo e Allie estava apenas observando. Não acho estranho ela estar aqui e como se eu me sentisse ansioso. Sei. Eu sei que ela não vai sumir mas parece que meu cérebro não me permite relaxar.
Coloco Greta no berço e entrego o coala que ela é apegada pra cacete e Allie se levanta pega o livro e caminha até a porta. Eu não imaginava que seria tão bom fazer isso sempre. E nesse tipo de coisa compartilhada. Allie fechou a porta quando eu saí e bocejou. Coloquei as mãos nos ombros dela e ela se encolheu e virou.
— Que susto cara. — Ela disse com a mão no peito. — Por que está me olhando assim?
— Não parece real. — E como olhar para o fim do corredor e torcer pra não ser um fantasma. — Passou tanto tempo Allie.
Ela se virou para mim e segurou meu rosto, puxou um pouco para baixo e encostou minha testa na dela e fechou os olhos por dois segundo e me olhou de pertinho. Então aquela coisa que deixava ela tão boneca, foi embora porque o olhos dela estão me olhando e um mínimo sorriso no rosto. Isso é muito bom.
— Foi difícil né? — ela diz e eu afirmo com a cabeça.
A tensão foi de vez, foi embora, relaxar nesse momento é pedir pra eu não ser o pai da Greta ser só o Will fodido e estragado, sozinho por escolha. Seguro a mão dela e permaneço deixando ela no meu rosto.
— Não faz ideia do quanto eu senti sua falta Allison. — digo com os olhos fechados.
— Também queria ter ver Will. — Ela diz sorrindo — senti saudades de ver você sem saber o que fazer comigo. Ou de como era bom lidar com a Greta com você.
Solto a mão dela e encaro os olhos dela, verdade é isso que eu vejo. Algo de verdade. Isso é simplesmente minha maior surpresa. Nunca sonhei ou imaginei romance entre mim e Allie. Éramos conhecidos, fodidos e doentes. Viramos amigos e depois mais fodidos e doentes. Então Allie me deu minha filha e ficamos focados na Greta. Mas acho que conversar sobre o que somos seria uma prioridade.
Porém eu gosto tanto de estar com ela é tão saudável, sem nenhuma ação forçada, sem mentira, sem manipulação, só Allie e Will. Só nós.
— Droga...— digo sentindo minhas mãos pinicando.
— Quer me pegar no colo? — Travo e viro pra ela. Ela está com as mãos levantadas.
Ergo ela e prendo ela a mim, sento o corpo inteiro, o calor, o cheiro, Allie. Abraço o corpo pequeno dela e enfio o nariz no pescoço dela e fecho os olhos. Não sabia que sentiria tanta falta disso até eu perder.
— Me deu sono...— Allie diz deitando no meu ombro — Me leve pra cama por favor.
E eu levei.
Lentamente, com Allie descansando sobre o meu ombro, caminhamos até o quarto. Cada passo era como se a realidade se reconstruísse aos poucos ao meu redor. Sentir seu peso contra mim era familiar e estranhamente reconfortante. Ela se aconchegou na cama, cobertas puxadas até o queixo, e eu a observei por um instante, relembrando todos os momentos que passamos juntos.
Ficar ali, ao lado dela na penumbra do quarto, trouxe à tona memórias antigas e sentimentos enterrados. Por um instante, o silêncio reinou enquanto meu coração batia forte, indeciso sobre o que dizer ou fazer a seguir.
Permaneci ali, observando sua respiração suave e regular enquanto a luz fraca do quarto pintava sua figura angelical. Uma sensação de paz e familiaridade inundou meu ser, apesar da confusão e das emoções conflitantes que preenchiam meus pensamentos.
Com um suspiro, percebi que precisava romper aquele silêncio, encarar a realidade.
— Allie, eu... — Minha voz saiu hesitante, as palavras lutando para encontrar seu caminho.
Ela virou-se delicadamente, seu olhar encontrando o meu, um fio de expectativa e curiosidade presente em seus olhos.
— Tudo bem falarmos amanhã. — Ela disse batendo na cama — Vamos dormir e eu juro que falaremos disso amanhã.
Concordei, e me deitei, pena que falhei miseravelmente em dormir. Não consegui, Allie estava dormindo sem medicação ao mau lado, mas eu estava totalmente acordado. Allie voltou eu deveria estar mais calmo. Mas... não consigo ficar.
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Birthday
FanfictionÉ um imagine curto, sobre o aniversário de Damon Torrance e como ele e os cavaleiros passam seu aniversário antes de depois da prisão. Ou era pra ser. Perdi o controle da minha vida nessa fanfic. ⚠️ Aviso ⚠️ * É um dark romance * Contém linguagem im...